🐺35 - Abdicar foi preciso;

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— Vamos embora, amor. - Renato, após um longo tempo de conversa com seu pai, Roma e Thiago, retornou para a sala, onde havia deixado Léo. Pelo que todos perceberam, não fora uma conversa nada amistosa.

— O que aconteceu? - Léo indagou, aflito.

Nathalie abriu a boca para dizer algo, mas foi parada com o olhar raivoso do primo; Renato parecia que seria capaz de atacar qualquer um que o contrariasse naquele momento.

— Thiago, depois manda as minhas coisas e as do Léo pra o meu apartamento do centro, por favor. - Solicitou ao beta, sinalizando com os olhos para que o ômega se levantasse do estofado e o seguisse.

As pernas de Léo não queriam colaborar, só conseguiu levantar-se com a ajuda de Thiago.

— Renato, não acredito que está deixando A Elite por causa desse ômega estúpido. - Carlos, que também retornava ao cômodo, vociferou aos berros, levando a atenção de todos para si.

— Não se atreva a falar mal do meu ômega, ou eu vou esquecer que é meu pai e lhe garanto que não será algo que goste. - Segurou com mais força a mão de Léo, que de escondia à sua sombra. —Acha que eu vou suportar que o Léo seja obrigado a conviver com o Roma o alfa que o machucou?

Todos os olhares se voltaram para Léo; olhares de pena; olhares que ele detestou.

— O quê? - Miguel, que estava sentado ao lado de Renan, saltou de onde estava, se colocando na frente do ômega. — Eu mato. - Avançou na direção de Roma, que assistia o circo pegar fogo de braços cruzados.

— Controle-o, Renan! - Thiago ordenou.

— Por que eu? - Os olhos do alfa estavam apontados contra o beta, como duas adagas afiadas.

— Cada dia eu odeio mais você. - Carlos olhava fixamente para Léo, como se apenas os dois estivessem na sala. — Nem deveria existir. - Pensou e desistiu de avançar em sua direção, pois temia piorar ainda mais a relação com o filho.

— Já chega, pai, você não tem o direito de destratar o Léo. - Renato bradou, inconformado com o comportamento do progenitor, que insistia em detestar alguém que nunca havia lhe feito mal algum.

— Por que me odeia tanto? - Léo indagou, num fio de coragem, indagou, lutando consigo mesmo para não chorar.

— Odeio o fato de você de parecer tanto com ela. - Sua voz se tornou mais branda e seu olhar, mais severo, obscuro.

— Não precisa ser assim, Léo. - Roma decidiu surgir na conversa, obrigando Renan segurar Miguel pelo braço, caso contrário, certamente o ômega teria voado no pescoço do outro.

— Não fala com ele, ou eu não respondo por mim. - Renato vociferou, passando um braço ao redor os ombros de Léo, para ampará-lo melhor.

— Eu tenho o direito de me desculpar. - O alfa insistiu, mirando apenas Léo em seu campo visual.

— Perdeu qualquer direito quando... - a voz de Renato sumiu ao perceber que Léo estava chorando. Respirou fundo, enquanto outro escondia o rosto em seu ombro. — Tenho vontade de quebrar a sua cara e partir no meio. - Externou o desejo, enquanto afagava os cabelos de Léo.

— Ainda não respondeu por que me odeia tanto. - Mais calmo, Léo encarava Carlos. — O que eu fiz de errado?

— Eu amava sua mãe, eu a amava incondicionalmente. - Choque. Todos naquela sala de estar, estavam perplexos com a declaração. — Mas ela fez o mesmo que o Renato, ela se apaixonou pelo inimigo. - O senhor Carlos parecia imerso em suas lembranças, totalmente alheio aos olhares curiosos ao seu redor.

A MARCA - ABO - LEONATO (adaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora