🐺09 - Se sentia partido em mil pedacinhos;

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Leonardo tentou, em vão, organizar seus pensamentos, no entanto, tudo que conseguiu falar, foi:

— Não pode se deitar com ela, isso vai me machucar, por causa da marca. - Seu peito se apertou mais ao pronunciar isso, sem forças para se levantar do colo de Renato.

— Isso é apenas coisa da sua cabeça, Leonardo, vá dormir um pouco. - Renato segurou em sua cintura, lhe impulsionando para fora do seu colo.

— Então vai mesmo se deitar com ele?

Torceu como nunca por uma resposta negativa.

— Isso não é da sua conta, agora saia. - Sua rispidez fez Leonardo murchar de vez, levando embora seu resquício de ânimo. Ele estava péssimo e o que lhe olhara atentamente, era o culpado de sua ruína emocional.

— Se eu morrer, a culpa é sua. - Esbravejou para Renato, batendo a porta do escritório com força.

Rêh ficou mais um tempo ali, em seu espaço favorito da casa. Sentia uma conectividade incrível com Léo, como se o poder da marca estivesse cada vez mais forte. Até conseguiu sentir parte de sua angústia, desejando não se importar com o que o outro sentia, mas ele se importava.

Frustrado consigo mesmo e com a sua vulnerabilidade ao ômega, Renato seguiu para seu quarto, lutando contra a vontade crescente de verificar se Leonardo estava bem, ele entrou em seu quarto, se deparando com Dhara deitada em sua cama, como lhe antecipara mais cedo. Ele estava coberta apenas por uma calcinha branca, deitada de bruços na cama.

— Veste a roupa, Dhara. - Pediu, para a estranheza da outra. — Quero ficar um pouco sozinho. - Quis justificar a atitude, mesmo que não se sentisse na obrigação de algo do tipo.

— Me deixa te acalmar, como eu faço sempre, daquele jeito gostoso que eu sei que você gosta. - Renato conhecia aquele olhar malicioso e em outros tempos, já estariam fodendo, no entanto, tudo que conseguia pensar, era em Leonardo e seu bem-estar.

— Não hoje. - Disse firme. — Não quero machucar o Léo de alguma forma. - A explicação fez a mulher em sua cama se irritar, Dhara nem se dava ao trabalho de tentar disfarçar sua frustração.

— Está me rejeitando por causa daquele idiota?

Por mais óbvio que fosse, Dhara questionou.

— Não entendo por que está irritada se me pediu um tempo. - Contrapôs, usando seus próprios atos contra a amante.

— Não quero perder território para aquele moleque. - Murmurou, deixando o mais velho irritado por se sentir como um mero objeto qualquer. — Se não quer sexo, então eu te faço uma massagem e a gente só dorme juntinho. - Propôs, estranhamente compreensível e Renato concordou.

Em seu quarto, Leonardo se esforçava para não pensar no que Renato estava fazendo com Dhara naquele momento. A dor em seu corpo todo era lancinante. Tentou dormir, também tentou ler um pouco, contudo, nada surtiu efeito e o sono não veio, encorajou-se um pouco e se apegou à esperança de que Renato não estava dormindo com Dhara, mas ao abrir a porta do seu quarto, seus olhos arderam ao vê-los dividindo a mesma cama, dormindo como um casal. Léo quis morrer como nunca. Se sentia partido em mil pedacinhos.

Não queria sentir dor, tampouco ter aqueles sentimentos estúpidos por alguém como Renato Garcia. Sentiu-se tolo por ter cogitado deixar sua vingança de lado e tentar algo com ele, Renato não merecia nada além da sua raiva e desprezo. Foi pensando assim, que Leonardo Ruiz saiu vagando pela mansão como um fantasma, tentando pensar em um lugar onde pudesse se esconder do medo que estava sentindo de não conseguir mais amar outra pessoa. Caminhou e foi caminhando sem direção, quando se deu conta, estava em frente ao portão de sua casa e... As luzes ainda estavam acesas.

Quando Rêh acordou, Dhara já não estava em seu quarto, ação que ele agradeceu, pois detestava diálogos matinais. Despiu-se, ainda no quarto, e seguiu até o box do banheiro, apoiando a cabeça no azulejo de cor azul-marinho, desenhando os quadrados minúsculos, enquanto a água morna surrava o seu corpo sem dó. Pegou-se pensando em Léo ao deslizar o sabonete pelo corpo, pressionando a recente ereção com força. Preferiu culpar a marca à admitir qualquer sentimento que pudesse estar nutrindo por ele. Contudo, Renato
estava certo de que a proximidade com Leonardo estava lhe fazendo bem, desde que o marcou, havia parado de ter pesadelos com sua mãe, já não acordava no meio da noite chamando por ela. Fechou o registro, se permitindo gozar decentemente, só depois finalizando seu banho.

Se arrumou e foi até o quarto de Léo, mas ele não estava lá, então ele procurou pela mansão toda, porém, o ômega não estava em lugar algum.

— E o Leonardo, onde ele está? - Indagou à Thiago.

— Não o vi hoje. - Respondeu simplista.

— O Leonardo saiu da mansão? - Os olhos de Renato estavam ligeiramente arregalados.

— Ontem mesmo, senhor. - Contou, ainda sem entender o porquê do seu líder estar tão irritado com o sumiço do ômega, quando parecia detestá-lo.

— Por que deixou ele sair? - Rosnou para o beta; seus olhos faiscavam de raiva.

— Não me informou que ele não podia sair da mansão, senhor. - Thiago tentou justificar a situação, de modo que não parecesse um confronto de ideias e ações, embora fossem.

— Encontre-o e tragam-no de volta para mim. - Ordenou para dois de seus homens de confiança.

— Talvez ele tenha voltado para casa, senhor. - Thiago tentou alertá-lo quanto as suas suspeitas.

— Não importa onde ou com quem Leonardo Ruiz esteja, eu quero ele aqui e quero agora. - Ditou áspero para os homens, evitando pensar que Léo o havia abandonado.

🅗🅘

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A MARCA - ABO - LEONATO (adaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora