A MARCA - ABO - LEONATO (adaptação)

🐺23 - Se seu amor é tão egoísta, ele não serve;

Leonardo Ruiz estava completamente desnorteado quando saiu do hospital.

Dobrou o exame de sangue que confirmava sua gravidez e o enterrou dentro do bolso da calça. Não queria ir para casa ou para qualquer outro lugar onde ele estivesse rodeado de pessoas que iriam julgá-lo por ter se envolvido com alguém que deveria odiar, como se não fosse o suficiente, ainda estava grávido, grávido aos dezenove anos.

Parado em frente a um parque de diversões, Léo baixou a cabeça e encarou a barriga, sem conseguir tocá-la. Se aproximou um pouco mais do portão principal do parque de diversões, se assustando quando uma bola de futebol parou em sua frente. Agachou-se e pegou a bola, olhando ao redor para descobrir quem era o dono do brinquedo, entretanto, não viu ninguém, estava ali sozinho consigo mesmo. Jogando a cabeça negativamente, Léo começou a se afastar do parque, parando de caminhar somente quando sentiu uma mão pequena puxando sua camisa para baixo. Era um garotinho loiro, de no máximo três aninhos e com um sorriso iluminado para ele.

— É sua? - Léo perguntou, se agachando na frente do pequeno.

— Sim. - Sorriu mediano, segurando a bola que Léo oferecia de bom grado. — Obrigada, tio. - Todo feliz, o garotinho se esticou para alcançar o rosto de Léo e beijou sua bochecha, correndo todo saltitante em direção a sua mãe, que, à uma pequena distância, acenou para Léo, se curvando em agradecimento.

Léo encarou a situação como um castigo divino por ele estar pensando em se livrar do próprio filhote.

Com os olhos ardendo, Léo fez uma busca rápido no celular e encontrou um motel, não muito distante de onde ele estava. Acenou para um táxi que passava no momento e pescou o celular no bolso, ligando para a única pessoa com quem queria falar no momento: o pai do seu filho.

— Eu preciso te ver. - Léo falou, ao ver que a chamada havia sido completada.

— Já conversamos, Léo, eu não quero mais nada com você e precisa aceitar isso. - Disse ríspido, o outro conseguia sentir sua frieza mesmo à uma longa distância. Embora os efeitos da marca estivessem bem menores, ainda os interligavam.

— Se você não me encontrar em uma hora no endereço que vou te mandar por mensagem, eu juro que você nunca mais vai me ver na sua vida. - Murmurou, tirando o exame do bolso outra vez, mirando o resultado.

—Léo... - Renato iniciou.

— Está avisado. - Léo sentenciou, encerrando a chamada, logo depois.

Pegou a chave de um dos quartos, onde ficou esperando Renato, indeciso acerca do que fazer adiante. Uma parte do ômega pedia que ele guardasse a descoberta para si, enquanto a outra aliada ao seu lobo, exigiam que ele fosse sincero e contasse a Renato sobre sua paternidade.

Exaurido mentalmente, Léo ficou deitado em posição fetal na cama, só se levantando no momento em que Renato entrou no quarto e bastou vê-lo para que o coração de Léo começasse a acelerar.

O ômega se sentia mais calmo apenas com a presença do alfa. Renato Garcia tinha o poder de deixá-lo mais calmo e com esperança de que aquela situação se resolveria.

— Um motel? Sério, Léo? - Ele parecia estar irritado, enquanto o outro ficava mais nervoso, conforme a aproximação do outro. — Por que está chorando? - Renato se aproximou do ômega, se assustando quando ao invés de iniciar uma discussão, ele simplesmente lhe abraçou com força. — O que você tem? - Indagou, retribuindo o abraço, contra sua vontade racional. — Léo, o que aconteceu? - Interrogou novamente, segurando seu rosto entre as mãos para enxugar suas lágrimas com os polegares.

— Eu não queria. - Renato até tentou, mas não conseguiu entender sobre o que ele estava falando. — Eu não quero isso. - Se afastou e seu choro se intensificou ao ponto do ômega começar a soluçar. — Estou com tanto medo e eu sei que você não me quer, já deixou isso muito claro, mas eu só conseguia pensar em você e queria tanto te ver. - Outra vez Léo se aproximou do outro, no entanto, quando tentou abraçá-lo, Renato o freiou, segurando seus ombros.