🐺31 - Sentia-se sozinho;

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A mente de Renato ficou no modo stand-by por um tempo e no momento em que assimilou a informação, sentiu como se seu corpo estivesse imerso em uma banheira de gelo. A visão estava desfocada e cada uma de suas terminações nervosas do corpo estagnou. Queria poder parar tudo naquele momento, ou fazer com que nunca se ouvisse a voz do ômega, ao revelar que tinha sido beijado à força por seu irmão. Parecia horrendo demais, absurto ao ponto dele não conseguir acreditar de cara. Daria qualquer coisa para que não fosse verdade.

— Até onde ele chegou, Léo? - Segurou seus ombros, alinhando seus olhares. — Diz, por favor. - Algo no alfa, implorava para que Léo negasse, porque se estivesse certo sobre suas suposições teria um longo embate pela frente, onde os laços familiares ficariam em segundo plano.

— Não passou do beijo. Rêh, em partes, eu acho, sinceramente, que a culpa foi minha, por ter ido até o quarto onde ele estava hospedado e antes que pense que eu fiz isso por ciúmes da Dani, quero que saiba que eu acreditei que seria apenas uma conversa amigável. - Léo, incapaz de olhá-lo nos olhos, murmurou, a voz sempre oscilando. — Antes de tudo, eu o procurei. - Acreditava que esse detalhe fazia parte da culpa pelo acontecido recair sobre si. — Achava que ele queria se desculpar, mas... - a mente do ômega foi preenchida por uma lembrança com Roma e a forma bruta com as roupas, parecia que seu lobo havia tomado conta do seu corpo. De repente, tudo ao redor ficou destoado. — Não quero que faça nada com ele. - Suplicou, pegando a blusa do chão. Se sentia desconfortável sem ela.

— Não acredito que aquele canalha fez realmente isso com você. - Levantou-se da cama, cambaleando em direção a porta. — Eu juro que eu vou matar aquele desgraçado. - Seu interior estava consumido pelo sentimento da ira.

— Matando ele, não vai apagar o que aconteceu. - O ômega atravessou em sua frente, segurando seu rosto ao redor das mãos. — Não vai fazer a lembrança sumir da minha mente e eu não quero que o pai do meu filho fique anos na prisão por assassinato. - Se esforçou para persuadi-lo do seu ponto de vista, pois temia que os temperamento explosivo de Renato causasse danos irreversíveis em sua vida. — Eu preciso de você aqui comigo, que diga que não acha que eu sou um traidor novamente. Apenas fique ao meu lado. - Abraçou-lhe, mas o maior não retribuiu à medida, contrariamente, o afastou de si.

— Por que não me contou quando tudo aconteceu, Leonardo? - Indagou, lançando um olhar desconfiado para o ômega. — Por que deixou que eu pensasse que estava deixando de me amar aos poucos? Por que foi procurar ele, Léo?

— Está me culpando pelo que aconteceu. - Deduziu, se entristecendo com a forma como o outro estava se comportando em relação ao ocorrido. Nunca esperou receber apoio, mas também dispensava ser repreendido após toda a dor que sentiu e continuava a sentir. — Não queria que tivesse acontecido. E sinto muito se eu sou tão idiota por ter acreditado que alguém que um dia eu amei, fosse capaz de um comportamento tão horrível. - O alfa ouviu tudo em silêncio. Uma parte dele pediu para que ele o acalmasse de alguma forma, mas seu orgulho era tão grande, que lhe impedia de se render ao sofrimento do mais novo. — Foi doloroso,Renato, a forma bruta como ele prensou meu corpo e me beijou, sem um pingo de sentimento, o suficiente pra eu entender que é amor que ele sente por mim e desde então, eu me sinto imundo. Mas saiba que de tudo o que aconteceu, receber esse olhar desconfiado, é o que mais está me machucando. - Lhe deu as costas e caminhou em direção a cama, se deitando de lado. Acariciava sua barriga, tentando se acalmar para que seu nervosismo não afetasse sua gestação. — Pode não dizer, mas eu sei que está me culpando. Talvez nem acredite em nada do que eu falei. - Murmurou baixinho, se esforçando para deter as lágrimas.

— Claro que não estou te culpando, meu amor. - Engolindo seu orgulho, ele se sentou ao seu lado na cama. — Eu só estou tentando entender como alguém que dizia te amar possa ter feito isso com você. - Acariciava seus cabelos enquanto falava.

A MARCA - ABO - LEONATO (adaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora