🐺36 - As cartas sobre a mesa;

756 45 5
                                    

Léo sentia que algo estava errado e só a presença do alfa, que um dia pensou amar, já lhe deixava nauseado. Queria poder afastá-lo da sua vida, definitivamente, e saber que não podia, só lhe tornava a situação mais angustiante. Se anulando diante aos alfas, Léo continuou de costas para Roma, apertando a mão de Renato com mais força, em uma tentativa inútil de sentir-se mais seguro e indicar o quão a situação lhe era difícil de suportar.

Roma tinha a atenção fixa na barriga de Léo. Sempre cogitou ter filhos com o ômega, embora soubesse que isso não aconteceria. A única certeza era que sua vida seria curta e dolorosa como ele merecia. Dispersou os pensamentos, pois se continuasse a pensar na recente descoberta, acabaria enlouquecendo.

— Qual seria a missão? - Renato indagou, dividindo a atenção entre Roma e Léo.

— Sua missão se divide em três partes: primeiro terá que conseguir o anel de Órion; segundo, vai enfrentar alguém da Elite em um duelo com armas; terceiro, se conseguir comprir as primeiras partes da missão, terá que ficar um ano longe do Léo e do seu filho. - Informou, entretanto, não parecia feliz por fazer aquilo, contrariamente, para ele, era mais um peso que carregaria em sua consciência suja.

— Duas missões suicidas e uma que ele sabe que vai acabar comigo. - Resmungou, beijando os dedos de Léo. Notou o desconforto do irmão com sua ação. Detestava pensar que depois de todo o mal que havia lhe causado, Roma ainda nutrisse sentimentos por seu alfa. — Dessa vez o papai se superou. - Encarava o irmão, mais precisamente, sua tatuagem. — Conseguir o anel de Órion é impossível, até onde sei, está com o herdeiro da Máfia. - Seus pensamentos nublaram ao lembrar-se da última vez que esteve na Itália, de onde só saira vivo por causa de aliados no território europeu.

— Exato. - Sentou-se na poltrona ao lado da cama, logo enviou uma mensagem para o pai, informando sobre o andamento da conversa. — Há relatos que esteja com Matteo Lanzanni, herdeiro da Máfia e sobre a guarda da Alta Cúpula.- Respirou fundo, detestando o fato do pai exigir tanto dele em relação ao seu irmão. Encurtou as mangas da camisa social, deslizando as mãos pelo rosto cansado.

— Quem eu teria que enfrentar da Elite, caso eu não morra na primeira missão? - Renato indagou, tirando o irmão de suas ponderações.

— Só saberá, se sair vivo da primeira missão. Lembrando que ninguém da Elite poderá ajudá-lo. - Uma regra recentemente criada por Carlos, com o intuito de tornar o filho refém de suas vontades.

— Preciso pensar. - Encarava Léo, que nesse momento largou sua mão.

— Tem vinte e quatro horas para decidir-se. - Já em pé, Roma se aproximou do irmão, mas recuou quando recebeu um olhar de desprezo de Léo. Respirou fundo e deu as costas. Apenas mais um pouco. Precisava ser forte e suportar o que vinha pela frente, faria isso pelo irmão.

— Não pode aceitar. - Léo proferiu, logo depois voltar a ficar sozinho com o alfa. — Como você mesmo disse, são missões suicidas, amor e eu não quero passar um ano longe de você. - Caminhava de um lado para o outro, com as mãos apoiadas no quadril. — Seria o primeiro ano do nosso filho, o momento que eu mais vou precisar do seu apoio. - Argumentou, retornando para perto do alfa, entretanto, não permitiu que o mais velho tocasse sua mão.

— Se eu não fizer isso, ficarei refém da minha própria gangue pra o resto da minha vida, de qualquer jeito, eu perco. - Contra-argumentou; seu corpo endureceu com o olhar gelado que recebeu de Léo. — Não quero ficar longe de vocês, mas se esse é o preço da minha liberdade, não hesitarei. - Se assustou ao ver o ômega caminhando em direção a porta do quarto. — Amor... - Lhe chamou, se amaldiçoando por não conseguir levantar da cama. Seu corpo estava debilitado, demoraria um pouco mais para sua vitalidade retonar.

A MARCA - ABO - LEONATO (adaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora