🐺20 - Pensando naquele que não deveria;

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Cap com smut

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— Por que tivemos que recuar tão depressa? - Léo berrava para o namorado, irritado por ter sido tirado de combate contra sua vontade. — Eu nem consegui atirar em alguém, Roma. Saímos de lá como ratos. - Olhava para o revólver recém-comprado com nítido desânimo e uma fúria linear. — De preferência naquele alfa estúpido. - Pensou em Renato, sentindo um misto de sentimentos que ele não sabia denominar, só sabia que era errado senti-los, definitivamente ele não queria senti-los. — Quem ele pensa que é pra achar que eu o amo? - Bateu os pés, caminhando continuamente de um lado para o outro. Tentando controlar a raiva, Léo pegou um travesseiro e começou a socá-lo sem parar. Não demorou e a almofada estava em trapos.

— Estávamos em um número bem menor, seria um massacre, amor. - Roma argumentou, pegando no chão o que sobrou do travesseiro.

— Não me chama de amor. - Bradou, irritado, se esquivando quando o maior tentou abraçá-lo. Algo no íntimo de Léo estava repelindo qualquer um que tentava se aproximar do ômega, principalmente seu namorado.

— Por quê? - Piscou confuso, embora no fundo, ele soubesse o porquê da rejeição.

— É meloso demais e eu estou puto com sua covardia. - Rosnou enraivecido e abriu a porta, apontando para o lado de fora do quarto. — Me deixa aqui sozinho. - Pediu, se irritando mais quando o namorado permaneceu onde estava. — Vai logo, Roma. - Pegou seu antebraço e o levou para fora do quarto, se trancando no cômodo.

Deitado em sua cama, após um banho, Léo ficava se revirando em cima do colchão, pensando naquele que não deveria. Queria exilá-lo da mente, mas de três pensamentos, dois estavam relacionados a Renato e sempre que sua imagem se firmava em sua mente, sentia uma dor insuportável em seu pescoço. Agoniado, o ômega foi para a frente do espelho e tocou com os dedos no lugar onde estava doendo.

No entanto, não havia nenhum ferimento, apenas uma marca vermelha, que surgira após o ômega arranhar a pele com as unhas.

Frustrado, Léo esperou que todos da mansão se recolhessem para dormir, algo que acontecia por volta das 22h e tomou um novo banho, decidido a sair para dar uma volta. Ele olhava cada detalhe daquele quarto com um sentimento estranho, como se aquela não fosse sua morada, de fato; os objetos estavam em seus devidos lugares, suas fotos ao lado do pai e de Renato ainda enfeitavam sua escrivaninha. De repente ele sentiu uma pontada forte na cabeça e novamente ele pensou em Renato, mas agora sua imagem estava apagada, distante. Ficou sentado na borda da cama até se recuperar da dor. Abrindo o closet, pegou apenas roupas escuras e um par de sapatênis na cor branca. Penteou os cabelos ainda úmidos e se apressou um pouco.

No portão principal da mansão, Léo encontrou dificuldade para sair, ouvindo de Helton que ele não poderia sair sozinho, no entanto, após alguns socos e um grande bate-boca, o alfa permitiu que ele saísse sozinho. De carro, Léo procurou um bar onde pudesse encher a cara e anular aquela maldita sensação de vazio. Escolheu um estabelecimento pequeno e afastado do centro. Estacionou o carro em uma rua lateral e cruzou a pista para entrar no bar.

— Olá, me ver uma vodka, por favor. - Pediu, puxando um banco alto de madeira para se sentar em frente ao balcão.

O dono do bar, Paulinho, era amigo de Renato e como sabia do relacionamento com aquele ômega, decidiu informá-lo acerca de sua presença em seu estabelecimento, claro que o mais discreto possível.

— Esse não me parece ser um lugar adequado para alguém como você, pequeno ômega, ainda mais sem uma marca. - Léo ouviu alguém falar atrás de si, mas nem se deu ao trabalho de olhar para trás, se limitou a pegar seu pedido. — Não tem medo?

A MARCA - ABO - LEONATO (adaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora