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Ao descobrir que seu pai havia ordenado o sequestro de Leonardo Ruiz, Renato não hesitou um só instante em ir ao lugar onde pensou que jamais retornaria: a concentração da Elite e se antes era o líder maior, agora só havia conseguido entrar na mansão com a ajuda dos aliados: Thiago Reis e Renan Fiorini.
Quando passou do portão principal, seu coração estava mais apertado. Não havia crescido naquele lugar, no entanto, passou por momentos felizes e ruins ali, principalmente ao lado de Léo. Enquanto subia os degraus até a porta principal da mansão, tentou entrar em contato com seu ômega mais uma vez, no entanto, não havia nenhuma contestação de mensagens, ou chamadas perdidas.
Frustrado, enterrou o celular no bolso do jeans e, acompanhado de Thiago, entrou na mansão, sobre olhares de estranheza dos demais. Foram direto para a sala de reuniões da gangue, onde Carlos dava instruções a Erica, no entanto, bastou notar a presença do filho, o alfa líder ordenou que a subordinada saísse do cômodo.
— Você não tinha o direito de fazer isso comigo, pai. - Já foi cuspindo marimbondos para cima do seu pai, que ao invés de reclamar o comportamento do filho, apenas esticou para pegar um charuto cubano. — Me diga onde está o Léo. - Exigiu, se irritando mais quando o mais velho começou a rir.
— Você aceitou o desafio. - Murmurou ironicamente, sinalizando com os olhos, para que o filho se sentasse em sua frente. — Espero que você vença o desafio, meu filho. - Temia que as coisas não saíssem como havia planejado, também detestava receber olhares de ódio de alguém que ele amava. — É uma pena que tudo acabe assim. - Sem suportar o rancor refletindo no olhar do filho, Carlos começou a vasculhar sua agenda on-line, uma tentativa inútil de esquecer todo o resto.
— Já soube o que aconteceu com a Daniela, papai? - O assunto martelava a cabeça de Renato Não conseguia esquecer o horror da cena em que a irmã de Léo estava imersa no próprio sangue. Ele fora o último a vê-la com vida, pois atendera seu pedido de socorro. Agora se culpava por ter chegado tarde demais. — Quando eu a encontrei, quase morta, ela me falou que foi o senhor que atirou. - As palavras da ômega ainda estavam ecoando em sua mente, algo que sabia que ainda lhe perturbaria por muito tempo. — Por que fez isso, pai? - Rodeando a mesa, Renato segurou o pai pela gola da camisa, empurrando seu corpo contra a parede atrás de si. — Por quê? - Empurrou o corpo fragilizado pela idade avançada contra o pedaço de concreto novamente, agora com mais força.
— Ela já não era mais necessária. - Respondeu com um sorriso medonho na face, ainda que por dentro estivesse de coração partido. No final das contas, havia se apegado demais à ômega. — Você pensa que a Daniela é Santa? - Quanto mais ouvia, mais horrorizado Renato ficava. — Ela foi a responsável pelo estupro do Léo e... - o alfa teve o raciocínio interrompido quando seu filho ameaçou lhe dar um soco, porém, não conseguiu atender seu desejo. No final das contas, ele ainda era seu pai.
— Ela era sua sobrinha, seu monstro! - Balbuciou transtornado, caminhado de um lado para o outro no cômodo. — Não te reconheço mais. - Lhe dando as costas, foi em direção a porta da sala, decido a ir embora, já que o mais velho parecia irredutível em sua decisão de afastá-lo do seu ômega.
— Gostaria mesmo de ser seu pai... - Carlos iniciou, trazendo atenção do outro para si. — Você sempre foi especial; forte, bonito, o alfa que eu realmente queria pra ser meu filho. - Sua mente estava perturbada demais para alertá-lo sobre o momento exato de parar, ou talvez o alfa só tivesse muito cansado de reservar aquele assunto para si.
— Do que está falando? - Interrogou, ainda confuso com a fala anterior. — Me fala! - Sem perceber, já havia alterado a voz para se referir ao outro.
— Sua mãe, Bianca, descobriu que não podia ter filhos, isso foi um dos motivos que arruinaram o meu casamento. - Renato sentia que estava afundando em uma poça de descobertas indesejadas. — Depois de todas as tentativas de engravidar frustradas, Bianca decidiu adotar uma criança e inicialmente eu me recusei a compactuar com isso, porque eu queria um filho meu, mas eu amava tanto a sua mãe. - A ficha estava caindo e um vínculo mentiroso estava chegando ao fim. — Quando eu te vi, pequeno, indefeso, eu fiquei encantado, porque dentre todos ali, você foi o único que sorriu pra mim... - Carlos nunca esqueceria aquela manhã e todos os sentimentos paternos que Renato provocava em si. — você não queria largar a minha mão e mesmo muito pequeno, você disse "papai". - A lembrança se tornava mais forte ao dar voz ao momento saudoso. — Naquele momento eu decidi que você seria meu filho. - Tentou tocá-lo, mas Renato repeliu seu toque. — Pouco tempo depois, eu descobri a existência do Roma e por mais louco que possa parecer, eu continuei te amando, enquanto rejeitei o outro sem qualquer consideração. - Não havia ninguém que o culpasse mais do que ele mesmo em relação àquele assunto
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A MARCA - ABO - LEONATO (adaptação)
Hayran Kurgu[Concluída] O alfa Renato Garcia era líder da gangue 'A Elite' Sempre atravessando a linha tênue entre certo e errado deixando-se dominar pela excitação da adrenalina que percorria seu corpo a cada nova ação. Sua vida nunca foi tranquila, contrariam...