🐺16 - Quebra de Confiança

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E tudo vem à tona novamente.

— Vó... - Choramingava.

— Vem. Deixe a vovó te ajudar com essas malas. - As pegou de suas mãos e Léo entrou em sua casa, a vendo fechar a porta atrás de si. — Você veio dirigindo?

— Não. - Disse ainda choroso, segurando as lágrimas.

— Vamos para a cozinha, meu amor. - Segurava o seu braço e lhe conduziu para o cômodo citado. — Sente-se, querido. - Aponta para uma das cadeiras.

— Obrigado. - Soluçava, logo se sentando no banco alto, de frente para o balcão.

— Vou preparar uma água com açúcar. - Disse calma, abrindo um pequeno sorriso para o ômega. Léo assentiu e a viu encher um copo com água da geladeira, em seguida adicionou duas colheres de açúcar e mexeu bem, lhe entregando o copo de vidro. — Beba tudo. - Pegou o recipiente de sua mão e bebeu todo o líquido em dois goles. — Está mais calmo?

— Um pouco. - Sorriu fraco e deixou o copo vazio sobre o mármore.

— Quer me contar o que aconteceu? - Segurou suas mãos com cuidado.

— O Renato... - Engasgou levemente com a sua própria saliva, mas logo continuou: — Ele fez algo horrível. - Disse, puxando o ar com força para os seus pulmões.

— Como assim, Léo?! - Franziu o cenho.

— Por culpa dele, o Roma levou um tiro e está muito mal no hospital. - Contou, tentando não chorar novamente.

A cabeça do ômega e todo o seu corpo doíam.

— Conte-me exatamente o que aconteceu, meu querido. - Pede, olhando no fundo dos seus olhos.

— Tem um tempo que o Renato está estranho. - Começou, engolindo em seco. — Sempre soube que ele estava aprontando algo de muito ruim, mas nunca pensei que ele pudesse chegar a tanto pra atingir o meu pai, e o pior, o Roma. -Respirou fundo e a mais velha aperta suas mãos. — Ontem eu descobri que ele roubou um quadro valioso e fez parecer que foi o papai, ainda ordenou que atirassem no meu ex-namorado em um confronto por territórios de gangues.

— Ele realmente fez isso? - Lhe olhava indignada.

— Sim e eu só consigo sentir raiva, ainda mais raiva por não abominá-lo, como deveria. - Abaixou o olhar, sentindo um nó em sua garganta. — Eu estou tão cansado, vó.

— Não fique assim, meu anjo. - Deu a volta no balcão e para ao seu lado, lhe abraçando. Por um momento Léo fechou os olhos, desfrutando da paz que ela lhe transmitia. — Rêh não se explicou?

— Ele não me disse nada de útil. - Disse choroso. - Não foi alfa o bastante pra admitir que errou.

— Precisa ser forte Léo porque logo essa marca no seu pescoço vai sentir a ausência do seu alfa e será um processo doloroso de afastamento. - Afagava suas costas com carinho. — Independente de qual decisão tomar, estarei aqui para apoiá-lo.

— Eu sei, mas é o melhor para mim. - A afastou lentamente.

— Vou te apoiar em tudo o que precisar. - Assegurou, sorrindo.

— Eu o amo tanto, mas não consigo parar de pensar no Roma e de como ele possa estar mal, porque o meu alfa quis assim. - Fechou os olhos por alguns segundos. — Parece que um buraco está se abrindo no meu coração.

— Vai ficar tudo bem. - Se inclinou, beijando sua testa. — Eu prometo, meu anjo, agora suba e descanse um pouco no quarto de hóspedes, decorei tudo pensando em você. - Léo estava radiante por ser tão amado por um parente que há alguns dias, sequer sabia da existência.

A MARCA - ABO - LEONATO (adaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora