🐺04 - Machuque-o e será machucado;

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— Isso nunca aconteceu, Renato. - Dhara se queixou com o amante, saindo de cima do mesmo.

Renato a encarava estático, amaldiçoando o próprio corpo que naquela noite, não estava lhe obedecendo, pelo contrário, quanto mais ele tentava se excitar com a parceira, mais seu corpo se reprimia e, nem mesmo uma mísera ereção surgiu em seu membro.

Quis se socar.

Quis se bater mais ao ficar ciente do porquê não conseguia ter uma boa noite de prazer com sua ômega, embora, o verdadeiro com quem pudesse usar o termo, estivesse no quarto ao lado, convalescendo em cima da cama.

Leonardo estava mal, conseguia sentir, a angústia em seu peito, era crescente, assim como as dores um pouco abaixo do tórax.

— Estou muito estressado. - Foi a melhor desculpa que conseguiu articular. — Dhara, eu...

— Soube que marcou o filho do inimigo. - A ômega já terminava de vestir as próprias roupas e quando estava vestido outra vez, se sentou na borda da cama, ficando de costas para o mais velho. — Renato, tem noção de como a sua vida vai mudar? - O outro permaneceu estático. — Sempre fomos ótimos parceiros sexuais, um satisfazendo e atendendo as necessidades do outro e devo te falar que você é realmente maravilhoso nisso, mas eu... - Dhara não sabia como continuar o assunto, estava se machucando cada vez mais ao tirar conclusões da falha no desempenho sexual do alfa. — Não é a mim que você deseja, não mais. - Sentindo seu peito se apertar ainda mais, ele admitiu.

— 'Tá de brincadeira?! - Renato riu, mas era um sorriso completamente amargo. — Dhara, não pode me deixar. - Quase soara desesperado ao falar, enlaçando as pernas da omega redor de seu quadril, logo passando os braços dela aos seus ombros, juntando as físicas, para só depois beijar seu pescoço, sugando e pele sensível com força. — Não me deixe, por favor.

— Foi você que me deixou, no momento que o marcou. - A morena murmurou baixinho, sem conseguir mover o corpo; Renato era ótimo em foder, principalmente seu psicológico. — A idiota aqui achando que eu seria sua escolhida. - Lamentou num fio de voz, saindo dos domínios do alfa.

— Nunca me disse que queria a minha marca. - Renato argumentou, buscando por suas roupas largadas no chão do quarto.

— Não é o tipo de coisa que se pede. - Os olhos de Dhara ardiam. — A partir de agora, vai pensar nele o tempo todo, desejando seu corpo e mesmo que tente fugir disso, não vai conseguir, porque um pertence ao outro. - Rosnou irritada.

— Não pertenço a ninguém. - Contrapôs, terminando de abotoar a fivela do cinto de couro preto. — Dhara, deixa de coisa e...

— Pertence, você pertence ao Leonardo Ruiz, o filho do homem que matou sua mãe. - Bradou como se fosse uma coisa horrenda, fincando a atenção nele, em sua face desprovida de cor. — Sempre foi tão sensato em cada ação, me custa a acreditar que tenha feito algo tão estúpido, embora o propósito seja válido.

— Ele vai pagar por tudo, começando pelo próprio filho. - Havia um tom sombrio destacado na voz grave. — Leonardo vai sofrer tanto, que a morte parecerá um prêmio. - Seus olhos negros reluziam com ódio.

— Machuque-o e será machucado, mate-o e uma parte de você morrerá junto. - As palavras de Dhara começaram a ecoar no subconsciente do outro, que estava encarando o próprio reflexo em frente a um espelho do cômodo. — Olha pra mim, por favor. - Pediu, aproximando-se de modo sorrateira. — Preciso de um tempo pra assimilar tudo e depois conversamos, Renato. - Suas mãos pousaram em seus ombros, então A ômega colocou sua testa na dele.

— Você é minha ômega e sabe o quanto é importante pra mim. - Renato estava decidido a lutar por alguém que julgava gostar, já que nunca aplicava o verbo amar em seus relacionamentos.

A MARCA - ABO - LEONATO (adaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora