Renato Garcia e Leonardo Ruiz estavam morando juntos há quase um mês, no entanto, as coisas não estavam saindo como o ômega pensou que aconteceria inicialmente, e de tanto se revirar em cima da cama e sentir dores de cabeça e uma queimação infernal no pescoço, o ômega deixou o orgulho de lado, se levantou da cama e saiu do quarto enrolado em um lençol, buscando abrigo no quarto ao lado.
Como a porta estava entreaberta, ele incursionou para dentro do cômodo, permanecendo ali parado por um bom tempo, apenas observando o outro dedilhar pelas folhas do livro. Ele ficava tão diferente quando estava sozinho; atento à sua leitura, como se o resto do mundo estivesse em segundo plano e nada mais importasse. Sua mente se esforçava para recuperar lembranças que ele sequer sabia que existiam,
de fato. Perdido na inércia de seus sentimentos mais profundos, o ômega pigarreou para que o mais velho notasse sua presença no ambiente.— Posso dormir com você nessa noite? - Pediu, incerto sobre se aproximar ou permanecer exatamente onde estava. — Não consigo dormir sozinho e talvez se estiver do meu lado, a sensação de angústia diminua um pouco. - Se esforçou para justificar seu pedido.
— Tem um quarto para você, Léo e não precisa sentir medo, eu estou aqui, caso precise. - O outro baixou a vista, incapaz de sustentar seu olhar gélido por mais tempo. — Está sentindo algo? - Indagou, deixando a leitura de lado, caminhando até o ômega, analisando seu corpo em busca de algo errado.
— Só o desprezo do pai do meu filhote. - Desferiu amargurado, dando as costas para sair do quarto. — E é uma dor insuportável, Renato.
Antes que o ômega estivesse fora do cômodo, Renato atravessou em sua frente, obrigando-lhe a recuar alguns passos.
— Desculpa, eu só... - iniciou, se afastando ao perceber que Léo estava chorando.
— Não me suporta e nem faz questão de disfarçar isso. - Completou seu raciocínio. — Estamos morando juntos há quase um mês e nesse período, todos os dias você saí muito cedo e volta muito tarde. Mal nos falamos e quando você me dirige a palavra, é apenas para perguntar se está tudo bem com a gravidez. - Uma rotina que estava se acostumando, embora o desejo de estar ao seu lado fosse enorme. — Eu passo os dias sozinhos, pensando que eu magoei o Roma o meu pai e que eu fodi com a sua vida, por ter sido
irresponsável. - Limpando as lágrimas, Léo voltou a ficar cabisbaixo, incapaz de controlar suas emoções. — Ultimamente venho pensando o quão miserável a minha existência se tornou. - Respirou fundo, chorando ininterruptamente ao deduzir que o outro não se importava com seus sentimentos; seu silêncio indicava isso. — Não sinto mais vontade de viver. - Renato tentou falar algo, mas Leo foi mais rápido: — Durmo desejando não acordar e quando eu acordo, reclamo por não ter morrido durante a noite e isso vem se arrastando desde que eu vim morar aqui. - Voltou a limpar as lágrimas do seu rosto, que de tanto ser esfregado, estava começando a ficar com manchas vermelhas. — Estou mal, você não ver, mas eu estou muito mal. - Desejou ser abraçado, ou qualquer outra forma de consolo, no entanto, Renato permaneceu exatamente onde estava.— Não é bom para a gravidez que fique tão deprimido. - Se sentiu um completo imbecil por só conseguir falar isso. — Precisa ficar tranquilo e não pensar tanto em coisas ruins.
— Boa noite, Renato. - Sem suportar mais tanta frieza, Léo passou reto por ele e seguiu cabisbaixo para o próprio quarto, chorando mais um pouco, até que o sono chegasse outra vez.
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— Preciso que fale com o Léo. - Rêh solicitou a Bruno, assim que o beta entrou em seu escritório, na mansão.
— Por quê? - Bruno indagou, se sentando à sua frente.
— Sua faculdade de psicologia deve valer alguma coisa, Bruno. - Respondeu sarcástico, analisando os últimos relatórios sobre a última carga de D'León, que havia entrado no país.
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A MARCA - ABO - LEONATO (adaptação)
Fanfiction[Concluída] O alfa Renato Garcia era líder da gangue 'A Elite' Sempre atravessando a linha tênue entre certo e errado deixando-se dominar pela excitação da adrenalina que percorria seu corpo a cada nova ação. Sua vida nunca foi tranquila, contrariam...