📍Ilha de São Miguel, Arquipélago dos Açores.
Abril de 2021.— Sim, mas ainda tenho algum tempo até que o Fábio e o Hugo nos digam estarem prontos. Além disso, o Miguel ainda nem regressou da faculdade. — Por intermédio de vídeo chamada com os progenitores e irmãos, Mar' mencionou os dois agentes de autoridade micaelenses, e que havia conhecido aquando da sua integração na investigação, bem como o seu primo, primogénito do seu tio Caio, e que se encontrava em solo açoriano a especializar-se em Administração de Empresas, e com quem partilhava o apartamento durante a sua estadia em território insular.
— Tens a noção de que quem vai jogar com o Santa Clara é o Benfica, certo? — Do outro lado do ecrã, e manifestamente vigilante, e até apreensivo, Mateus informou a irmã que, quando confrontada com as palavras do rapaz, movimentou positivamente com a cabeça.
A surfista detinha a perfeita consciência acerca do motivo que havia colocado o filho do meio dos Vilela em modo alerta. Comparecer na disputa desportiva significava o seu reencontro com Rúben Dias, mais de dois meses após a última vez em que se haviam cruzado.
Todavia, e diante das largas centenas de presentes no estádio, e sobretudo pela concentração que o jovem central direcionaria para o confronto entre ambas as formações, a mais velha de três irmãos sentia-se confiante que o segundo rebento de Bernardete e de João não denotaria a sua figura. Muito pelo contrário. Passaria, completamente, despercebida. Tal como almejava.
— Sim, sei. — Ainda assim, verbalizou. — No entanto, o Hugo e o Fábio insistiram imenso e quando falei com o Miguel sobre a possibilidade de irmos ver o Santa Clara vs Benfica, ele ficou tão animado, uma vez que a faculdade lhe tem retirado todo o tempo de lazer e sanidade mental, que eu não tive como recusar. — Explanou. — Embora todos vós saibam que eu preferia ficar no sofá a fazer valer o débito mensal que pagamos à Netflix. É que eu não tenho, mesmo, qualquer habilidade para perceber sobre futebol. — Rematou, provocando um coro de gargalhadas.
— Querida, já comprámos as passagens para a Páscoa. Chegamos a São Miguel na quarta-feira de manhã e regressamos a Lisboa na segunda à tarde. — A suave voz de Luíza, ligeiramente, amortecida pelo facto de a bancária de profissão encontrar-se na outra extremidade da divisão, a proceder à arrumação e organização da loiça, perfurou os tímpanos da agente de autoridade — que, quando confrontada com a informação, não refreou o mais genuíno dos seus sorrisos, iniciando a contagem mental das escassas semanas que a separavam de um, tão, desejado reencontro com a família.
— Mal posso esperar por ter-vos comigo! Já são dois meses que parecem uma eternidade. — Inapta a mascarar o seu sentimento de incompletude pela distância existente entre si e os seus entes queridos, a luso-brasileira retorquiu, exibindo um beicinho que ampliou a diversão vivenciada pelo trio sito do outro lado do visor. A única ausência a registar era a de Matilde, por encontrar-se na companhia da sua madrinha de praxe, a fim de proceder à aquisição do traje académico, e cujo traçar a capa findaria o seu primeiro ano, o de caloira.
— Olhem, a Nana banana a mostrar que tem sentimentos. — Envergado na sua armadura de truão, o filho do meio do casal Pedro e Luíza escarneceu, conquistando — apenas — o mostrar de língua da irmã, ainda que o real desejo dela residisse em exibir-lhe o dedo do meio. Contudo, o respeito que nutria para com o casal que lhe havia concebido obstruía-a de prosseguir com os seus verdadeiros desígnios.
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Morena | Rúben Dias
FanfictionOnde Mariana reencontra o amor que nunca lhe souberam mostrar nos braços do rapaz que, de melhor, o soube dar. "Ela é sol, é verão É poema, é canção que alegra o meu coração Morena, me encantei com o seu jeito de olhar"