sétimo capítulo.

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       Quarenta e oito horas depois da apresentação da sugestão de Mariana, e consequente aceitação do convite que lhe havia sido dirigido por Rúben, a própria guiava em direção às edificações hoteleiras que o hospedavam, com o intento de o resgatar, para que lhes fosse possível encetar pela aventura programada, para os dias seguintes, e que iniciaria com a ilha mais próxima, o Pico.

Ao alcançar o seu rumo definitivo, a agente de autoridade imobilizou o veículo no exterior da entrada principal do sumptuoso edifício faialense sendo, instantes depois, brindada com a presença do jogador profissional de futebol que, pela expressão facial que trajava e o bonito sorriso que, o seu atraente rosto, ornava, aparentava-se, completamente, desperto e, sobretudo, enérgico.

Atão, que carranca é essa, miúda? Logo tu que és sempre tão ativa! — Solicitou por uma elucidação, enquanto se envolvia na segurança proporcionada pelo cinto, parte componente da viatura e imprescindível à proteção dos ocupantes da mesma.

       — Bro, são seis horas da manhã! — Óbvia, constatou. — E, apesar de gostar acordar num horário cedo, em normais circunstâncias, eu teria mais cento e vinte minutos para dormir. — Rúben riu da precisão da morena, bem como do atípico mau humor que a conservava refém.

       — Bro. — Entre risos, repetiu o modo como a sócia do Sport Lisboa e Benfica o havia denominado, movimentando negativamente com a cabeça, contagiando-a. — Bem, "broa", então, arrebita que temos cerca de 2,351 metros para percorrer e subir. — Aditou, rememorando a deslocação ao ponto mais alto de Portugal, e que lhes manteriam ocupados durante um considerável número de horas, por isso, a opção por erguer num horário cedo, uma vez que ainda possuíam a viagem de barco para efetuar.

       — Antes disso, e mais importante, transportas o essencial contigo? É que, caso nos esqueçamos de algo, não podemos, simplesmente, regressar para vir buscar. — Advertiu, antes de pisar o acelerador e amplificar a distância da construção que abrigava os pertences do benfiquista.

Recapitula comigo. — O do sexo masculino solicitou, procurando rememorar a lista que Mariana lhe havia inscrito no bloco de notas do seu dispositivo móvel. — Vestuário confortável e de desporto. — Indicou na direção do tronco e das suas atléticas pernas. — Calçado, igualmente, cómodo. — Meneou para os pés de futebolista. — No interior da mochila, a carteira com os meus documentos, algum dinheiro, o boné, o corta-vento, a roupa de banho, bem como bolachas, chocolate e barras de cereais e, por último mas não menos importante, a água. — Nomeou os objetos que carreava na parte interna do saco, conquistando um movimento positivo de cabeça por parte da motorista.

       — Não te esqueceste de nada, Rúben Dias. Acabaste de, mais uma vez, subir pontos na minha consideração. — O membro da força policial escarneceu, enquanto iniciava o seu trajeto em direção ao porto, onde embarcariam, e cujo funcionamento iniciaria dentro de quarenta e cinco minutos, contudo, a mais velha de três irmãos deliberara antecipar-se, porque carecia de colocar a viatura sua propriedade no interior do barco, uma vez que aquela seria o meio de transporte do casal no decorrer daquelas horas em solo picaroto.

       — Alguns pontos? Quantos exatamente? — Recreado, o único irmão de Ivan quis conhecer, enquanto o seu castanho cativava o perfil da morena, que depositava a integralidade do seu foco na via de comunicação terrestre que percorria, e, por essa razão, alheada da apreciação de que era alvo.

Ainda estou a pensar sobre quantos poderão ser. — Com semelhante sentimento na sua sentença, e de novo, a funcionária do Estado escarnou, verbalizou, conduzindo a sua mão à caixa manual de velocidades, a fim de permutar a mudança.

Morena | Rúben DiasOnde histórias criam vida. Descubra agora