📍Cidade da Horta, Ilha do Faial, Arquipélago dos Açores.
De modo natural, sem o auxílio do seu despertador — e que se revelava uma cooperação necessária aquando do período dedicado à sua atividade profissional —, Mariana abandonou o seu profundo descanso, erguendo o esguio físico do cómodo colchão e alçando os seus braços, numa nítida forma de expulsar qualquer resquício de sono que, ainda, abraçasse o seu ser.
Irrefletidamente, a morena dotada de umas bonitas íris de uma tonalidade azul clara moveu-as para o relógio digital, sito na superfície da mesa de cabeceira, observando o prematuro horário — oito da manhã —, a que, diariamente, despertava, e sem qualquer dificuldade, uma vez que se convertera num saudável hábito, que a jovem polícia de segurança pública apreciava consideravelmente. Em posterior momento, libertou-se do conforto proporcionado pelo seu conjunto de pijama, idóneo à estação do verão, e prosseguiu para a parte interna da divisão da casa de banho, inserta no aposento que lhe pertencia, na moradia dos avós maternos, residentes numa das zonas insulares portuguesas, onde desfrutou das aprazíveis temperaturas da água, e em posterior momento, envergou o seu biquíni, bem como os seus calções jeans e um top, sem qualquer padrão a ornar o pano. Buscou as suas havaianas, sempre, dispersas no usual local — debaixo da cama —, conduzindo os seus pés ao interior do calçado, antes de jornadear na direção do aposento destinado à confeção, e consequente degustação, de toda e qualquer refeição, onde denotou a presença de alguns dos membros da sua família, o clã Vilela, mais concretamente os seus avós e progenitores.
— Bom dia. — Com a insigne educação que lhe havia sido incutida pelos cônjuges Pedro e Luíza, o casal que lhe havia dado a vida, a morena de vinte e três primaveras cumprimentou-os, bem como aos anciãos, Isaac e Manoella, cujas origens residiam no Brasil, mas cuja oportunidade de emprego, largos anos antes, viabilizara a oportunidade de residir em solo luso e, mais recente e concretamente, e após a aposentação, solo açoriano.
No imediato, a sua respeitosa saudação foi alvo de correspondência, por ambas as parelhas, no decorrer do tempo em que encontrava o conforto da cadeira que, frequentemente, ocupava aquando do consumo dos diversos repastos, a fim de saborear a mais importante refeição do dia, e que já se encontrava apta a ingerir.
— Os preguiçosos da Matilde e do Mateus ainda estão a dormir? — Com humor, a primogénita inquiriu pela localização, e condição, dos irmãos, colocando o bolo lêvedo no prato e o líquido quente, no interior da sua chávena, alusiva à força de segurança pública que a empregava, e que havia sido oferte pelo pai, também ele funcionário do Estado e do corpo de autoridade, mas enquanto polícia judiciária.
— Sim. No entanto, creio que, em breve, irão despertar para acompanhar-te na loja. — Diante da presciência da mãe, a de brilhantes olhos azuis movimentou positivamente com cabeça, ingerindo um trago da cafeína, enquanto, conjecturava possíveis destinos e atividades a serem realizadas, na companhia de estrangeiros e locais, por intermédio do estabelecimento, fundado pelos seus ascendentes, e que se dedicava a expor à vista as principais atrações turísticas da ilha, sobretudo, as relacionadas com o mar, e que Mariana tanto apreciava, por consequência do refúgio e liberdade que, desde tenra idade, descobrira na água e, igualmente, na modalidade do surf — tendo nas ondas da Nazaré, o seu predileto cenário.
— Isso é bom porque, apesar de o movimento ser menor no período da manhã, é sempre necessário precaver, e qualquer um deles poderá, e terá, de ficar responsável pela barraca, enquanto executo os passeios de barco e outras dinâmicas. — Redarguiu, conquistando a imediata concordância dos restantes adultos, cientes do importante encargo que recaía sobre a futura caloira do curso de Direito e o, também, agente de autoridade que, aquando da celebração da idade correspondente à maioridade, havia deliberado prosseguir os passos do progenitor e da irmã mais velha, enveredando pelo caminho da justiça.
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Morena | Rúben Dias
FanfictionOnde Mariana reencontra o amor que nunca lhe souberam mostrar nos braços do rapaz que, de melhor, o soube dar. "Ela é sol, é verão É poema, é canção que alegra o meu coração Morena, me encantei com o seu jeito de olhar"