— O quê?! — Enquanto as palavras do de vinte e seis primaveras reproduziam-se na sua mente, a apaixonada pela modalidade do surf exclamou, procurando acomodar-se no banco de passageiro e envolver-se na segurança oferte pelo cinto. — Seu idiota, mas eu já entrei, totalmente, no carro? Então, não arranques, porra! — Bradou, apenas amplificando a diversão que abraçava o sócio do clube sob a presidência do médico Frederico Varandas.
— Calma, Vicencia! — Mariana nem se dignou a questionar o conhecimento do colega e amigo acerca do seu segundo nome, deduzindo que havia obtido a informação através do local de trabalho de ambos. — Eu pensei que irias gostar de saber que vais reencontrar o teu amigo Rúben Dias.
— Eu já te disse que não somos amigos! Nem o conheço! — Equivocou com todos os dentes que tinha na boca, ainda que ciente que, nem tal seria suficiente. Mário conhecia que era portador da razão, não obstante as indefinidas, e persistentes, recusas por parte da do sexo feminino. — Agora sim, bora' para que não cheguemos atrasados. — Solicitou, meneando em direção frontal, observando o seu pedido, imediatamente, acatado.
Durante a integralidade do trajeto a ser percorrido, a virgiana de signo conservou-se no silêncio, embora o seu elevado batimento cardíaco e as borboletas na barriga fossem gritantes, falando tudo o que a boca não se manifestava capaz de. Reencontrar Rúben, após ter fugido dele e, sobretudo, rejeitado qualquer tentativa de contacto da sua parte, agitavam-na, ao mesmo tempo que acalentava a máquina sita no lado esquerdo do seu peito.
Desejava estar com ele. Mas o que mais queria era, sem dúvida alguma, o que menos precisava.
— Fora de brincadeiras, estás bem? Passaste o caminho todo sem insultar-me. Devo ficar preocupado? — Posteriormente à imobilização do veículo, e com a sua característica armadura de truão trajada, o natural de Sesimbra exteriorizou a sua apreensão pela atual condição daquela que era, igualmente, uma prezada amizade sua.
— Pensei que, ao invés, ficarias contente com esse facto. — Na companhia de um breve mostrar de dentes, a primogénita dos Vilela retorquiu, no exato instante em que vedava a abertura do seu casaco de trabalho, de modo a presentear-lhe com uma mais vincada proteção às gélidas temperaturas que imperavam na cidade capital, naquela álgida noite.
— Preocupado é mesmo a palavra certa. Todas as vezes que não me insultas é porque algo se passa.
— Posso, apenas, não estar no mood. — Redarguiu, desocupando a parte interna da viatura azul e branca.
— E não estás. Mas, é muito mais do que isso. — O fervoroso defensor da formação sob o comando técnico do treinador de profissão, e antigo jogador de futebol, Rúben Amorim, impugnou, com persistência.
— Talvez seja mais do que isso. E, talvez, um dia, te conte. No entanto, e agora, temos trabalho a fazer. — Mariana articulou, no momento em que testemunhou o superior de ambos reduzir o espaço disponível existente entre si e eles.
— Obrigado por terem vindo tão em cima da hora. Foi inesperado, mas necessário. — O comandante expressou a gratidão para com os seus súbditos. — Cubram a recepção dos diversos convidados até ao último deles. Assim que terminarem, sigam para o interior das instalações e mantenham a postura discreta e vigilante. — Distribuiu os comandos, retornando a colocar à distância para com a dupla, imediatamente após dirigir-lhes um breve aceno de respeito e gratitude.
— Ele não deve saber que eu sou do Sporting. Postura discreta é a minha palavra de ordem. Porque é que haveria de tentar conter o entusiasmo, que não existe, pelo facto de estar no meio de benfiquistas, se só quero distância deles?
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Morena | Rúben Dias
FanfictionOnde Mariana reencontra o amor que nunca lhe souberam mostrar nos braços do rapaz que, de melhor, o soube dar. "Ela é sol, é verão É poema, é canção que alegra o meu coração Morena, me encantei com o seu jeito de olhar"