*Dulce Maria*
Felicidade. Essa era a única coisa que eu conseguia sentir naquele momento. Não existia nada no mundo que fosse capaz de medir o quanto eu estava feliz e animada para receber minha menina na nossa mais recente família.
Nós não poderíamos falar nada para Helô naquele dia, afinal, nós ainda tínhamos um processo pela frente e poderiam acontecer algum imprevisto. Seria necessário a visita de uma assistente social e a autorização de um juiz para que Heloísa fosse oficialmente minha filha.
— Vocês estão ocupando o primeiro lugar dos candidatos para adotarem Heloísa. — a diretora do orfanato falou fazendo meus olhos arregalarem.
— Então tem outras pessoas querendo adotar ela? — perguntei aflita.
— Sim, um casal veio aqui ontem. Mas eu garanto para vocês que eles não conseguirão adotá-la. — ela sorriu. — Irei mandar os papéis que vocês assinaram para o juiz e em breve a assistente social lhes fará uma visita.
— Ok. — Chris falou. — Muito obrigada, senhora.
— Disponha. — fez um gesto com a cabeça e sorriu.
Saímos de dentro do escritório rapidamente. Christopher segurou minha mão, me girou e me encostou em seu peito. Com um beijo no topo da minha cabeça, sussurrou.
— Eu disse que tudo iria dar certo. — levantei meu olhar e encontrei seu rosto. — Nós vamos construir a família mais linda que esse planeta já viu.
— A mais linda e a mais grande também. — dei um sorriso divertido. — Quero uma casa cheia de crianças, um quintal grande e um jardim para eu brincar com elas. — meus olhos brilhavam imaginando tudo em minha cabeça.
— Tudo o que você quiser, meu amor. — beijou minha testa. — Você quer voltar para o hospital ou quer ir para casa?
— Voltar para o meu trabalho é a melhor opção. As outras enfermeiras da minha equipe vivem sussurrando pelos corredores, dizendo que eu tenho preferências por ser namorada do dono do hospital. — revirei os olhos.
— Não liga para essas pessoas invejosas, amor. — me deu um selinho. — Vamos.
Chegamos no carro em menos de um minuto. Assim que chegamos na rodovia, percebemos que estávamos sendo seguidos por um carro preto. Os vidros fumê não nos permitiu saber de quem se tratava. O meu coração já estava acelerado e a ansiedade ameaçava me atacar a todo momento. Talvez eu já tivesse passado por coisas piores em minha vida, mas saber que alguém desconhecido está seguindo você em um carro é um tanto agonizante.
— Calma amor. O carro é blindado, não vai acontecer nada com a gente, eu prometo. — ele segurou meu pulso e deu um beijo no dorso da minha mão.
Christopher entrou em várias ruas, passou por vários lugar onde eu não conhecia e por fim chegamos ao hospital. Por mais que ele não deixasse transparecer, eu podia saber que ele também estava com medo.
— É melhor você ir para casa comigo. — ele insistia.
— Eu vou ficar, amor. Eu vou tomar cuidado, prometo. — eu olhava fixamente para o carro estacionado do outro lado da rua. — Toma cuidado também, ok?
— Prometo. — me beijou.
Quando Christopher deu partida no carro e acelerou, o outro carro fez a mesma coisa. Eu pensei várias vezes em chamar a polícia, mas me contive em saber o que iria acontecer depois. Os dois carros saíram praticamente juntos, um atrás do outro.
[...]
Uma semana depois...
A assistente social apareceu na nossa casa dois dias depois que nós damos entrada nos papéis de adoção. Não sei como isso aconteceu, mas Christopher conseguiu dar um jeito de tudo acontecer mais rapidamente. Com o processo de adoção acelerado, hoje seria o tão esperado dia de buscar Helô no orfanato e contar a ela que a adotamos.
— Olá, pequena. — baguncei seu cabelo. — Eu e o Chris temos uma surpresa pra você.
— Sério? É presente? — ela girou em seus pés e nos olhou confusa. — Eu não estou vendo nenhum embrulho por aqui. — colocou as mãos na cintura.
— É um presente sim, mas ele não precisa de embrulho, minha banguelinha. — sorri. — Vem, senta aqui. — a coloquei no colo. — Você sabe o quanto eu e o Christopher te amamos, não sabe?
— Sim. — respondeu ainda sorridente.
— Quando eu tinha a sua idade, sempre sonhei em ser enfermeira, ter a minha casa, um marido e construir minha família. — ela me encarava atentamente. — Hoje eu sou enfermeira, tenho um apartamento, mas moro com o Christopher, tenho um namorado que eu amo muito, e tenho as duas crianças que mais amo no mundo inteirinho.
— Deixa eu adivinhar. — ela me interrompeu. — Sou eu e a Vivi, não é?
— Sim, vocês são as duas crianças que tem todo o meu amor. — dei um peteleco em seu nariz. — Mas eu sinto que preciso de algo a mais para ser feliz, entende? Algo a mais para me sentir completa e realizada.
— O que? — o brilho em seus olhos encheu o meu coração de alegria.
— Eu preciso que você aceite ser minha filha. — deixei que as lágrimas molhassem meu rosto.
— Sua filha?
— Não só filha da Dulce, Helô. Eu também quero que você seja minha filha. — Chris se ajoelhou ao nosso lado. — Nós queremos que você nos aceite como seus pais.
— E os meus papais de verdade? Eu não vou ser mais filha deles? — ela estava quase chorando.
— Nós nunca iremos ocupar o lugar deles, afinal, foram eles quem fizeram essa lindeza que está no meu colo. — fiz cócegas em sua barriga. — Eles sempre serão os seus pais, aqueles que colocaram você no mundo e te amaram até o último momento. E nós dois queremos cuidar de você, amá-la da forma que tem que ser.
— Então, deixa eu pensar. — levantou a cabeça para cima e bateu seu indicador no queixo algumas vezes. — Eu aceito ser filha de vocês.
Nós nos abraçamos. Em meio a todas as lágrimas daquele momento, o meu coração estava feliz em saber que minha menina estaria segura debaixo das minhas asas. Eu cuidaria dela como se fosse minha própria vida e iria amá-la como uma verdadeira mãe.
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Notas do autor:
Depois de séculos resolvi voltar rsrs
• Perdão pelo capítulo ser bem curtinho, é que eu não estou tendo muito tempo ultimamente. Mas prometo compensar no próximo ❤
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Pressentimento
Fanfiction+18 | Christopher Von Uckermann é dono de um dos maiores hospitais da cidade de Nova York. Com seus 28 anos e uma linda família, se sente totalmente realizado tanto financeiramente quanto emocionalmente. Casado com Fernanda Saviñón e esperando seu p...