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*Christopher*

Acordei vinte minutos antes do meu despertador tocar. Olhei para o outro lado da cama e lá estava ela, Fernanda Uckermann Saviñón, minha linda esposa. E em sua barriga estava o meu pequeno, uma parte de mim estava sendo gerada ali dentro.

Me levantei lentamente para não acordar ela, e por mais que eu tenha tentado não fazer barulho acabei derrubando um objeto que estava em cima da cômoda.

— Amor? — ela abriu os olhos sonolenta. — Já está na hora de levantar?

— Não, meu bem. Eu acordei antes do despertador tocar. — dei um beijo em sua testa. — Pode voltar a dormir se quiser.

Fernanda, ou Fuzz para os mais íntimos, pegou no sono novamente. Ela já estava quase no fim da gravidez, o que fez ela ficar bastante cansada ultimamente.

Tomei um banho rápido e desci para preparar o meu café da manhã. Por mais que a gente tenha empregados para fazer isso, eu sempre gostei de preparar a minha própria comida. Eu cantarolava enquanto fazia o café e não percebi que minha querida esposa me observava parada na porta.

— Bom dia, querido. — veio até mim e me deu um selinho demorado. — Faz panqueca de chocolate pra mim, por favor. — fez bico.

— Claro, amor.

Fuzz se sentou em um dos bancos do balcão e ficou me observando o tempo todo. Eu nunca tive vergonha de dizer para as pessoas o quanto eu amo essa mulher, pois sim, eu sou completamente apaixonado por ela.

Nós dois nos conhecemos na faculdade, começamos a namorar e desde então nunca nos largamos. Sua família se tornou a minha depois que os meus pais morreram, e com todo o amor do mundo seus pais me acolheram como se eu fosse filho deles. Eles ficaram muito felizes quando anunciamos o nosso casamento, nos deram presentes e tudo mais. E com a gravidez nem me fale, eles até choraram com a notícia.

— Eu vou visitar a Annie hoje depois que eu fizer a última ultrassom. — falou colocando um pedaço de panqueca na boca. — Você poderia me levar até lá? O nosso motorista está de atestado médico.

—Desculpa, amor. Mas eu tenho que chegar cedo ao trabalho. — levantei da mesa e dei um beijo em sua barriga. — Eu amo vocês dois.

Depois disso eu saí em direção ao hospital. O caminho até o meu trabalho era curto, nossa casa ficava a poucos quarteirões do nosso trabalho. Adentrei o edifício e me esbarrei com Christian, um dos meus melhores amigos.

— E aí, cara. — apertei sua mão. — Desculpa não poder continuar conversando com você, o meu plantão já vai começar.

— Tudo bem, mano. Eu também tenho que trabalhar. — deu dois tapinhas no meu ombro e seguiu seu caminho.

Eu e Christian nos conhecemos a cerca de quatro anos atrás, ele foi uma das poucas pessoas que esteve ao meu lado depois que eu assumi a presidência do hospital da minha família. Ele se tornou um grande amigo, na verdade eu o considero como um irmão.

Subi até o último andar do prédio e entrei na minha sala. Fazia quatro dias que eu não trabalhava, Fuzz passou mal algumas vezes e eu não quis deixá-la sozinha. Vesti o meu jaleco, coloquei o estetoscópio no pescoço e segui até a ala de enfermaria.

— Eu não quero morrer, mãe. — uma adolescente de mais ou menos treze anos começou a chorar assim que eu entrei na sala.

— Você não vai morrer, meu amor. — a senhora ao seu lado tentou acalmá-la.

— Você vai ficar bem, criança. Eu não vou te machucar. — passei a mão em sua cabeça. — O que você está sentindo?

— Muita dor no peito e falta de ar. — assenti e coloquei o esteto em seu peito.

PressentimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora