*Dulce Maria*
Acordei antes do sol nascer, saí da casa de Christopher antes que ele acordasse. Eu não poderia ficar lá nem mais um minuto, na noite anterior senti seu olhar pesar sobre mim a todo momento, e confesso ter ficado com um pouco de vergonha.
Passei em casa antes de ir para o hospital, eu necessitava de um banho urgentemente. Tomei meu café da manhã e fui de táxi até o trabalho. Adentrei o prédio e dei de cara com Poncho.
— Maninha. — beijou minha testa. — Christopher mandou avisar que vai mandar o seu carro para o concerto.
— Ah, que ótimo. — sorri. — Ele falou algo sobre Vitória?
— Disse que ela está melhor, não amanheceu com febre. — me encarou seriamente. — Posso te fazer uma pergunta, Dulce?
— Claro.
— O que está acontecendo entre você e o Christopher? — perguntou somente e se encostou na parede.
— Como assim, Alfonso?
— Vocês não passam nem um dia sequer longe um do outro, você cuida da nossa sobrinha como se fosse sua filha, Dulce. E eu acabei de descobrir que você passou a noite na casa dele.
— Isso eu posso explicar. — ele me olhou esperando que eu continuasse. — Meu carro quebrou ontem a noite e estava muito tarde para ir pra casa sozinha, então ele pediu que eu ficasse em um dos quartos de hóspede. — expliquei mas ele continuou me olhando seriamente. — Nós não temos nada, Poncho.
— Eu te conheço como a palma da minha mão, mana. Sei quando você está mentindo. — deu de ombros. — Você não fica olhando para o chão quando está falando a verdade.
— Eu não estou mentindo.
— Só quero te lembrar que Christopher é o viúvo da sua falecida irmã, e seria muito errado se você se envolvesse com ele. — segurou meu braço. — Por mais que Christopher seja uma boa pessoa, vocês dois nunca dariam certo juntos, Dulce.
— Mas eu já disse que não estou tendo nada com ele, Alfonso! — falei mais alto do que eu deveria. — A gente está construindo uma amizade muito linda, eu cuido de Vitória como se fosse a minha própria vida e não quero estragar isso. — fui sincera. — Está satisfeito com essa explicação?
— Sim, estou sim. — sorriu de lado. — É muito bom te ver, maninha.
— Pena que não posso dizer o mesmo. Você me deixa muito estressada, Alfonso. — falei e continuei seguindo o meu caminhão. — Já ia esquecendo. — me virei e o encarei novamente. — Se eu estivesse tendo algo com Christopher isso não seria da sua conta. Eu cuido da minha vida e você da sua, ok?
— Ok, Dulce.
Por mais que eu amasse meu irmão, as vezes ele era super protetor e isso me deixava extremamente irritada. Desde quando eu me entendo como gente Alfonso gosta de se meter na minha vida, desde as notas que eu tirava na escola até os homens com quem eu ia para a cama. Algumas pessoas acham isso fofo, mas eu acho isso invasivo demais.
Segui a minha rotina de trabalho normalmente, medicando alguns pacientes durante toda a manhã. No horário do almoço recebi uma mensagem de Christopher confirmando a nossa saída naquela noite. Respondi com um "siiim".
— Eita, namoradinho, né? — Maite se sentou ao meu lado. — Não vai me dizer quem é?
— Não é namorado nenhum, May. — revirei os olhos.
— E esse sorriso aí? — perguntou depois que eu sorri para a foto que Christopher tinha acabado de mandar, ele e Vitória estavam sorrindo olhando para a câmera do celular. — Ei, responde?
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Pressentimento
Fanfiction+18 | Christopher Von Uckermann é dono de um dos maiores hospitais da cidade de Nova York. Com seus 28 anos e uma linda família, se sente totalmente realizado tanto financeiramente quanto emocionalmente. Casado com Fernanda Saviñón e esperando seu p...