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*Dulce Maria*

Eu não conseguia acreditar no que os meus olhos estavam vendo. Pablo estava deitado no sofá completamente pelado, com várias garrafas de cerveja secas ao seu lado e se masturbando enquanto encarava a tela do celular. Meu Deus, o que eu fiz para merecer ver essa cena horrível?

— O que é isso?! — gritei fazendo ele dar um pulo do sofá. — Você só pode ter ficado louco!

— Dulce, meu amorzinho. Eu não sabia que você iria voltar a essa hora. — veio até mim e tentou me beijar.

— Sai da minha casa, Pablo! — o empurrei para longe de mim. — Não quero mais ver a sua cara hoje!

— Mas Dulce... Pra onde eu vou? — se sentou novamente no sofá. — Eu só conheço você nessa maldita cidade.

— Eu não me importo, Pablo! Sai da minha casa!

Pablo vestiu sua roupa que estava jogada no chão e saiu rapidamente de dentro do apartamento. Eu tranquei a porta, peguei todas garrafas e coloquei no lixo, depois me joguei no sofá tentando engoli tudo o que aconteceu hoje.

Pablo é realmente um babaca! Como eu posso ainda estar com ele? Ele me faz bem, cuida de mim, mas as vezes ele passa dos limites e acaba com o pouco de paciência que eu tenho. Se eu não o amasse tanto já teria dado um pé naquela bunda de grilo que ele tem.

Me levantei do sofá e caminhei até o banheiro, tomei um banho rápido, vesti meu pijama de ursinho e caí sobre a cama. Mas antes de pegar no sono tomei dois comprimidos de calmante, eles estavam me ajudando bastante ultimamente.

[...]

Me acordei dez horas da manhã pela primeira vez em semanas. Era o meu único dia de folga da semana, então aproveitaria para passar o dia inteiro na casa dos meus pais. Levantei da cama com muita dor nas costas devido a posição que dormir. Tomei um banho rápido, preparei meu café da manhã e saí de casa depois de deixar tudo organizado. Mas antes de descer pelo elevador, deixei a chave dentro de um vaso de planta ao lado da porta, Pablo com certeza iria aparecer em casa novamente para me atazanar.

Cheguei na casa dos meus pais um pouco mais que onze horas. Adentrei as portar do local e dei de cara com Anahi, noiva de Alfonso.

— Oi, Dulce. — me cumprimentou com um abraço rápido.

— Oi. — sorri de lado. — A mamãe já chegou?

— Sim, ela está lá em cima. Afirmou estar muito cansada, então desde a hora que chegou está trancada no quarto. — informou.

— Eu vou lá. — falei e subi as escadas até chegar no quarto da minha mãe, abri a porta bem devagar até ver ela deitada sobre a cama. — Mamãe.

— Olá, querida. — falou e sentou-se na cama.

— Como a senhora está? — fiquei de joelhos ao seu lado. — Anahi me disse que a senhora não quis sair de dentro do quarto.

— Eu estou com um pouco de dor de cabeça, mas Alfonso me deu um analgésico e já estou bem melhor. — colocou uma das mãos na cabeça e fez uma careta de dor. — Você devia descer e ajudar a Anahi com o almoço.

— Tudo bem. — me dei por vencida.

Desci as escadas e fui até a cozinha sentindo o delicioso cheiro de lasanha. Anahi estava parada em frente ao fogão mexendo em uma das panelas. Fui por trás do balcão e me sentei em um dos bancos.

— Quer ajuda? — falei fazendo ela dar um sobressalto. Eu comecei a rir com sua expressão assustada. — Desculpa.

— Tudo bem. Corta esses legumes pra mim, por favor. — falou ao colocar uma vasilha cheia de cebolas e alface na minha frente. — Como está indo no hospital? — puxou assunto.

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