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*Dulce Maria*

Fui para casa o mais rápido que consegui. Eu não poderia ficar no mesmo lugar que Christopher nem mais um minuto. Saí sem me despedir de ninguém, nem mesmo de Anahi e Alfonso.

Cheguei no meu apartamento, me sentei no chão da sala e comecei a chorar. Eu gostava muito de Christopher, e ouvi-lo se declarar pra mim daquela forma tão verdadeira e apaixonada fez o meu coração ficar quentinho. Mas eu não poderia ficar com ele, não depois do que Alfonso fez para nos manter separados.

Me levantei do chão e fui até o banheiro, eu necessitava de um banho para acalmar a minha mente. Vesti um vestidinho simples e o meu par de pantufas de cenoura, me joguei sobre o sofá com um pote de sorvete de chocolate e prestei atenção no jornal que passava na televisão.

Notícia de última hora. —  a apresentadora falava. — O carro de Christopher Von Uckermann, dono de um dos maiores hospitais da cidade de Nova York, acaba de colidir com um caminhão na rodovia 315. Recebemos a informação de que haviam duas pessoas no veículo. Infelizmente o motorista do caminhão faleceu no local, Dr. Uckermann e a outra pessoa que estava no carro foram levados as pressas até o hospital mais próximo.

Senti o mundo parar de girar, minhas mãos não tiveram mais forças e eu joguei o pote de sorvete sobre o sofá. Eu não iria me perdoar se algo grave acontecesse com Christopher, principalmente por saber que eu tinha uma porcentagem de culpa nesse ocorrido.

Peguei a chave do carro e dirigi até o hospital de Christopher, esse era o hospital mais próximo e com certeza ele teria sido levado pra lá. Chegando lá me deparei com Christian que chorava sobre a poltrona da sala de espera, ele ainda estava com a roupa que usava na festa, o que me fez olhar para a roupa que eu estava usando.

— Christian? — cheguei mais perto e me abaixei ao seu lado.

— Ela estava no carro com ele, Dulce. Se eu não tivesse brigado com ela por besteira... eu nunca irei me perdoar se ela não resistir. — me encarou com o rosto inundado de lágrimas.

— O que os médicos disseram? — perguntei aflita.

— Os dois foram levados as pressas para a sala de cirurgia. Eu não sei o que fazer, Dulce. — cheguei mais perto dele e deitei sua cabeça sobre o meu ombro. — A culpa disso tudo é minha.

— Vai ficar tudo bem, Christian. — o abracei apertado. — A culpa disso tudo não é sua. Eu devia ter ficado lá com ele, mas eu sou uma burra e saí correndo quando ele disse que estava apaixonado por mim. — ele se afastou um pouco e enxugou as lágrimas de seu rosto antes de me encarar.

— Ele gosta muito de você, Dulce. Eu conheço o Christopher a bastante tempo, sou o melhor amigo dele a anos e sei quando ele está falando a verdade. Christopher está completamente apaixonado por você.— falou sem desviar o seu olhar do meu rosto.

— Eu também gosto muito dele. — suspirei. — Mas é complicado.

— Não, Dulce, isso não é complicado. — o encarei confusa. — Você acha que eu não sei que o Alfonso fez alguma coisa pra afastar vocês dois? Eu vi o jeito que você e seu irmão estavam se tratando, e Poncho nunca foi com a cara de Christopher.

— É, acho que o complicado dessa história é o próprio Alfonso. — dei de ombros. — Ele colocou minha própria mãe contra mim, e ela me fez prometer que iria me afastar dele, caso contrário ela iria me desconsiderar como filha. — falei e comecei a chorar silenciosamente.

— Meu Deus! — exclamou surpreso. — Isso é muito complicado mesmo. Sei que estamos em um momento difícil, mas vamos fazer um acordo? — o encarei dando espaço para ele prosseguir. — Se Christopher e Maite ficarem bem, me prometa que irá fazer de tudo para ficar com ele. Eu vejo o quanto vocês dois se gostam, e cá entre nós, vocês dois precisam ser felizes.

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