Pressentimento

20

*Christopher*

Dias depois...

Enfim o dia do tão esperado casamento de Anahi e Alfonso havia chegado. Retirei o meu terno do armário, vesti e me olhei no espelho. Eu sempre fui muito atencioso com a minha aparência, e naquele momento eu realmente estava muito bonito com um terno na cor azul, uma camisa branca por dentro e uma bela gravata também azul com alguns detalhes na cor branca.

Vitória também estava maravilhosamente linda, com um vestido rosa claro cheio de desenhos de flores. Um laço da mesma cor de seu vestido enfeitava sua cabecinha cabeluda. Minha menina crescia a cada dia, e eu mal podia acreditar que faltava pouquíssimos dias para ela completar três meses de idade.

Dirigi até o local onde iria ser realizada a cerimônia. Anahi decidiu que iria ser em uma enorme Catedral, ela decorou tudo com flores, e ela tinha total razão em afirmar que aquele seria o local ideal e mais lindo para o casamento.

— Nervoso? — perguntei a Alfonso que andava de um lado para o outro no altar. — Os convidados ainda não chegaram, Poncho. É melhor você se sentar um pouco ou vai acabar desmaiando.

— É... é melhor mesmo. — assentiu e se sentou ao lado de Christian na primeira fila. — Está vendo, Vitória. Nunca demore muito para entrar na igreja quando você for se casar, ou então o seu noivo irá passar mal igual eu. — ele falava para minha filha que estava no colo de Maite.

— Ainda falta muito tempo, Alfonso. — falei cortando o assunto. É, eu era muito ciumento quando o assunto era Vitória.

Parei de prestar atenção nas bobagens que Alfonso falava e desviei o meu olhar para a maravilhosa mulher que acabava de entrar dentro da Igreja. Vestida com um lindo vestido bege que ía até seus pés, todo detalhado em flores e um decote perfeitamente belo, mas nada vulgar. Seu cabelo vermelho estava ondulado, caindo igual ondas sobre os seus ombros, e em seu rosto uma maquiagem belíssima.

Aquela era a primeira vez que eu vía Dulce depois da triste conversa que tivemos na minha casa. Ela não me mandou nenhuma mensagem, não me telefonou e nem ao menos me procurou para visitar Vitória. Eu estava morrendo de saudade de tudo, das nossas conversas, nossas chamadas até altas horas da noite, sua companhia. Aquela mulher era uma parte de mim, e eu estava a ponto de ficar louco por não tê-la ao meu lado.

Desviei meu olhar para Vitória que havia começado a chorar, a peguei no colo e resolvi levá-la para tomar um pouco de ar do lado de fora da Igreja. Caminhei entre os bancos, cumprimentando alguns convidados que iam passando por mim, até parar em Dulce que me olhava atentamente.

— Oi... — falou baixo como um sussurro.

— Oi. — falei somente. Por mais que eu estivesse com saudades dela, eu ainda merecia uma bela explicação.

— Deixa eu segurar ela um pouco? Estou morrendo de saudade da minha princesinha. — assenti e entreguei Vitória em seus braços. — Cada dia mais pesada. — riu pelo nariz.

— E você cada vez mais distante. — falei e ela desviou o olhar para o chão.

— Você não entenderia, Chris. — me encarou com aqueles lindos olhos penetrantes. — Você simplesmente não entenderia.

— Como você pode ter certeza se ainda não me contou nada? — perguntei impaciente. — Dulce, você é muito importante pra mim.

— Irmãzinha! — Alfonso exclamou ao ver Dulce. — Vem, entra, parece que o dia vai ser muito quente hoje.

— Ridículo. — Dulce falou baixo para que ele não ouvisse.

— O que você disse, Dulce? — ele perguntou com uma sobrancelha erguida.