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*Christopher*

Os dias se passaram rapidamente. A cada dia que se passava Vitória ficava mais esperta. Minha vida estava resumida em trocar fralda, fazer leite e cuidar da minha filha. O corpo de Fernanda foi cremado e jogado dentro do Oceano Atlântico três dias após a sua morte assim como ela sempre quis.

Tudo estava tranquilo na medida do possível, Vitória não era uma daquelas crianças que choram por qualquer coisa, mas quando abre o berreiro dificilmente se cala. Hoje era o dia de levá-la para fazer o teste do pezinho, já que ela estava com seus cinco dias de vida.

— Bom dia! — Christian falou ao entrar dentro da minha casa. — Trouxe alguns pães pra gente. — colocou algumas sacolas sobre a mesa e veio até mim. — Cadê a princesinha do tio?

— Ela ainda não fala, idiota. — ri de sua cara.

— Para de ser chato, Ucker. Deixa eu segurar a minha sobrinha. — falou e tirou Vitória dos meus braços. — Ela já está ficando pesada, né?

— Meu Deus, Christian. Ela ainda é um recem-nascido. — o encarei. — Como estão as coisas com a Maite?

— Ruim como sempre. — deu de ombros. — Por que é tão difícil ela me dar uma chance?

— Eu conheço ela a bastante tempo. Maite é cabeça dura, mas ela gosta de você, Christian. — fui sincero.

— Você acha? — sorriu.

— Sim. Você nunca percebeu como ela te olha? — ele negou com a cabeça. —  Ela fala de você com brilho nos olhos, pode acreditar em mim. Você lembra da última cirurgia que fizemos juntos?

— Aquela que você chamou a atenção dela várias vezes? — perguntou.

— Essa mesmo. Eu chamei a atenção dela pois ela não parava de olhar pra você, estava quase babando em cima do paciente. — ri lembrando do ocorrido. — E você não ficou pra trás, né? Também ficou olhando pra ela como um cachorrinho abandonado. — joguei um pedaço de pão nele.

— Ei, isso desperdício. — assenti devagar.

— Desculpa. Mas é verdade, não é?

— Sim. — riu. — Quer carona até o hospital?

— Seria ótimo.

Nós dois tomamos café conversando sobre diversos assuntos, principalmente sobre Christian e Maite e como os dois ficam lindos juntos. Preparei Vitória e tudo o que eu deveria levar para o hospital como fraldas, seu leite e tudo mais.

Saímos de carro antes das nove da manhã, horário em que todos estariam trocando de plantão. Chegamos no hospital dez minutos depois, e subimos de elevador até a área particular. Dividir o prédio em duas partes foi ideia do meu pai, sempre foi o sonho dele atender pessoas de todas as classes sociais e dar a mesma qualidade de saúde para todos.

— Olá, Dr. Uckermann. — a enfermeira que estava dentro da sala me cumprimentou. — Peço perdão, mas tenho que sair agora. A enfermeira Saviñón ficará no meu lugar.

— Ela vai demorar a chegar? — perguntei.

— Já cheguei. — olhei para a porta e lá estava ela. Dulce estava encostada na parede olhando diretamente pra mim. — Até que fim minha gatinha veio me visitar. — olhou para Vitória.

— Desculpa não ter levado ela para lhe fazer uma visita, mas você não deu nenhuma notícia. — ela assentiu devagar e abaixou o olhar.

— Aconteceu algumas coisas na minha vida, desculpa não ter mandado nenhuma mensagem. — sorriu de lado tentando disfarçar sua tristeza. — Deixa eu preparar ela pro exame.

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