Sangue Real - TVD

35 - Atrás da porta

Kai estava profundamente entediado. O carro havia apenas morrido quando mal saíram dos limites da cidade, o médium estava tentando consertar seja lá o que fosse o defeito enquanto a bruxa resolveu se descontrolar e não parava de fazer perguntas, acusações e ameaças.

Quem tinha o enviado para envenenar suas filhinhas? Estava preocupada com as três meninas envenenadas e sozinhas, ela podia ligar para casa? O que estava no cofre? Por que um Parker ia querer libertar algum tipo monstro que os humanos do Arsenal vinha pesquisando á séculos? O que um espírito podia ganhar com isso? O Coven Gemini podia sentir sua presença no mundo dos vivos? Ele era realmente tão monstruoso ou era efeito colateral de estar morto?

Por um momento enquanto ela questionava o marido esperando obter alguma resposta vinda do fantasma, Kai teve a impressão de estar sendo observado. Olhou ao redor procurando qualquer coisa fora do comum entre as árvores que os cercava de ambos os lados da estrada, ele achava que tinha visto algo e observou com atenção para duas árvores muito juntas cujos troncos grossos podiam esconder uma pessoa sem nenhum problema, mas nesse momento o carro voltou a funcionar e ele teve que entrar por que o médium era o único capaz de vê-lo e a bruxa irritante tinha voltado para o modo "mãe desesperada".

Se ele tivesse dado uma última olhada quando entrou no carro ou se tivesse olhado pelo retrovisor um segundo depois que voltaram a se mover, teria visto o moreno tatuado que saiu de trás daquele mesmo par de árvores com qual tinha cismado. Zander pegou o celular e chamou David, se entendeu certo o que a professora Lucy dissera, suas filhas tinham sido envenenadas por um fantasma malvado e estavam sozinhas em casa enquanto os pais iam abrir algum cofre no Arsenal para libertar alguma entidade maligna.

Quando chegaram no Arsenal foram recepcionados por um Enzo muito curioso para saber o que eles faziam ali naquela noite. Estavam ocupados pesquisando meios de deter Hollow, a bruxa ressuscitada não estava só querendo virar rainha dos lobisomens, ela também queria extirpar os vampiros do mundo e dominar tudo, isso tornava ela um alvo de qualquer um que não queria ser submisso.

- Onde está Penélope? – ela perguntou sem olhar para o vampiro.

- Atendendo um chamado urgente, o que quer com ela?

- Nada – Lucy murmurou antes de encarar o chefe do Arsenal – Me desculpe, não tenho outra opção.

- Do que... – Enzo não completou, ele caiu desacordado.

Lucy havia quebrado seu pescoço com um movimento de pulso e acionou os sprinklers ouvindo gritos surpresos das pessoas dentro do prédio. O alarme de incêndio se acionou em seguida fazendo muitos correrem – uns tentando salvar suas pesquisas e outras suas vidas. Lucy e James ignoraram a correria e as perguntas dos empregados do Arsenal, apenas correram para o interior do casarão antigo, na direção do cofre.

Ela enrolou o máximo que foi capaz para abrir a porta do cofre, fazer jogo duplo quando a vida de inocentes estava em risco era mais pressão do que ela podia suportar, mesmo assim ficou firme. Queria garantir que pelo menos metade dos humanos que trabalhava na instalação saísse antes dela libertar seja lá o que tivesse trancado atrás daquelas pedras.

James não sabia o que a mulher estava planejando, mas sabia que ela tinha feito o carro parar quando saíram de Mystic Falls e tinha certeza que ela não estava falhando em abrir aquela porta por que estava assustada coisa alguma. Só torcia para seja lá que plano ela tivesse seguindo, que não colocasse a vida de suas filhas em mais perigo do que já estava, por que quanto mais demorava para libertar o monstro, mais demorava para que Kai lhe dissesse onde tinha guardado o antidoto.

Então ela abriu a porta de pedra e olhou para a caverna vazia e escura. Deu um passo para trás, podia não ver o que tinha ali, mas conseguia sentir arrepios e calafrios que noutra situação já teria a feito correr se lançando feitiços de proteção de toda a sorte. Olhou para James que observava o espaço com olhos estreitos e ares de desconfiança.