Sangue Real - TVD

34 - O preço da liberdade

Bonnie não tinha percebido quanto tempo ficou trancada no quarto até que saiu dele. Quando saiu para informar que os cunhados estavam em perigo e que não deviam deixar a casa já era tarde, Rebekah tinha ido dar uma volta e Elijah, bem, o Original não costumava dar explicações de onde ia.

- Tyler – ela chamou o híbrido que passava e veio se juntar a ela, os outros lançavam olhares desconfiados como que esperando que ela surtasse ou algo assim, ela agarrou o braço do moreno o guiando para longe dos outros – Onde está Klaus?

Encontrou-o saindo do quarto das crianças. Rebekah tinha os colocado para dormir depois do jantar, mas Henry acordara e ele veio fazer o bebê dormir novamente. Era quase um ritual fazer o filho adormecer, Bonnie sentava com ele na cadeira de balanço cantarolando enquanto ele amamentava até que dormia todas as noites e quando ela não podia fazer isso era Anne quem o embalava na cadeira de balanço ao som de alguma música pop enquanto lhe dava mamadeira. Dificilmente Henry aceitava outro acalento que não fosse da mãe ou da babá.

Klaus não cantava, apenas conversava com o pequeno que mantinha os olhos nele e vez ou outra balbuciava sons incompreensíveis – Caroline uma vez disse que isso era só o modo dele falar sozinho sem parecer mais insano do que era ou de se enaltecer ante alguém que não podia contradizê-lo. Klaus gostava de verdade de cuidar dos filhos, quando Faith nasceu, eles estavam no meio de uma guerra entre espécies, tinha Esther e Finn querendo por as garras nela o que o obrigou a mandar a filha para fora da cidade, depois veio Dahlia...

Não foi apenas Bonnie quem perdeu partes importantes dos primeiros meses de vida de Faith, ele também teve que abrir mão dela para que pudesse varrer do mundo qualquer ameaça imediata á sua vida. Agora, ele estava bem em cuidar das crianças sempre que tinha oportunidade.

Ouviu quando Bonnie perguntou por ele, tinha pensado que ela adormecera pela falta de sons vindo da suíte. Saiu do quarto das crianças antes que ela entrasse, mas ela já tinha retomado ao seu juízo, isso se desconsiderasse a preocupação expressa no seu rosto.

- Liga para Elijah e peça para ele voltar – disse parando na frente dele, os olhos vagaram para a porta fechada antes de se concentrar no seu rosto.

- Por que eu faria isso? – arqueou a sobrancelha enquanto a estudava.

- Inadu está atrás dele e de Bekah, os dois Originais ainda ligados á milhares de vampiros prontos para serem sacrificados para dar mais poder ao inimigo. Pode por favor, chama-lo de volta?

- Está certa disso? Não estava dormindo e sonhou?

Bonnie revirou os olhos.

- Eu não dormi, eu não estou sofrendo de algum delírio. Mandei Tyler atrás de Rebekah, mas não consegui localizar Elijah e eu não quero alarmar os outros. Por favor, acredite em mim.

Acreditava, era fácil acreditar em alguém que estava certa grande maioria das vezes mesmo negando qualquer capacidade de possuir dons premonitórios. Ao pegar o celular encontrou uma mensagem do irmão que leu antes de ligar para ele.

- Elijah está seguindo Freya – informou.

- É uma armadilha.

...

Doía.

Ter os ossos quebrados tão rápido quanto seu vampirismo era capaz de regenerar, doía, somando ao fato de ter sido atingida por água de verbena que reduzia suas habilidades curativas doía mais ainda. Mas ela ia resistir e continuar lutando. Não seria levada, não ia virar uma fantoche de bruxa má. Ela era Rebekah Mikaelson e uma Mikaelson não cairia por mãos de um inimigo tão vulgar que preferia ficar nas sombras á lutar frente á frente.