Sangue Real - TVD

Prólogo

A antecipação de um grande acontecimento costumava ser mais empolgante que o evento em si.

A vibração emocional que gerava as vésperas do acontecer soava como música, não este barulho irritante que os humanos chamavam de música nos últimos tempos, mas aquela música do inicio das Eras causada pela chuva forte batendo contra uma floresta e, soando da copa das árvores majestosas ao solo lamacento coberto por folhas secas uma sinfonia em todo especial se misturando com o espetáculo á parte que eram os raios e trovões lembrando aos mortais do que a natureza era feita.

A música que ele ouvia no momento, gerada pela mesma agitação excitante da expectativa, não era nada tão extravagante quanto uma tempestade. O som era muito mais suave e delicado, o som caloroso de uma fogueira alimentada pelo medo e pelo ódio de pessoas que ignorava a força de um sentimento, que desconheciam o poder de certos gestos e quando descobrissem o peso de suas ações já seria tarde demais. Ah! Como ele adorava uma bela fogueira.

Aquela Pequena Tola crente que havia apenas uma rota de fuga para de sua prisão fez tudo ao seu alcance para que o purgatório sobrenatural não fosse destruído. Mas havia outros meios, sempre haveria brechas. Ele chegou perto uma vez, infelizmente suas sereias foram impedidas por aquelas Bennett intrometidas de libertá-lo e ele esperou novamente até agora, outra brecha tinha se aberto para ele e desta vez seria livre.

Tinha começado quando o Regente dos Covens de Nova Orleans teve a imprudência de explodir o Poço Ancestral e cortar toda ligação entre os mortos e os vivos, isso partiu de vez escudo que mantinha Inadu trancada tendo apenas uma pequena influência nos mais sombrios dos corações mortais ás quais alcançava por negligência dos Ancestrais inconformados com sua colocação.

Agora Hollow tinha acesso a toda mente e coração que se permitisse ser tocado pelo mais puro e incontrolável nada. E pelos milênios de existência regendo a própria dimensão de tormento e castigo, ele podia garantir com toda certeza que não havia humano ou sobrenatural que se negasse á abraçar a escuridão interna que possuíam e se verem livres de emoções que jamais se permitiriam admitir sentir. Logo a mais sombria bruxa com quem já negociou estaria livre.

E havia a Fênix. A caçadora sem alma tinha sido despertada quando aqueles estúpidos com sede de vingança ativaram a pedra da fênix, Rayna Cruz podia não servi-lo, mas não podia negar que sua fúria assassina em destruir vampiros era o que ele precisava para manter a Pequena Tola que era sua esposa distraída o bastante para que ele agisse debaixo de seu nariz e colocasse em movimento a liberdade de Sybil cujo corpo ainda apodrecia naquelas cavernas.

Seline desperdiçou uma oportunidade há pouco tempo quando, ao fugir do Outro Lado, deixou um rastro que foi detectado por Lumina, agora sua sereia estava em definitivo fora de alcance, deixando apenas Sybil, a mais leal e mais poderosa criatura que ele podia querer ao seu serviço.

Logo ele estaria livre.

Em fim ele seria imortal.

E se vingaria da Pequena Tola que era sua esposa.

Ia aniquilar a existência de tudo o que Bonnie Bennett amava.