44 - O corpo que cai

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Cade estava tentando distraí-la. Concluiu isso enquanto lavava o rosto e se encarava no espelho no banheiro. Os olhos verde-espectrais brilhantes piscaram para ela do reflexo frio. Bonnie apertou os olhos com força e se obrigou á ficar calma. Detestava quando recebia aquelas "visitas" diabólicas, estava aprendendo a bloquear o contato telepático que fazia possível escutar a voz detestável dele em sua mente, mas ele tinha mais truques do que ela previu e agora estava usando outras pessoas para assombrá-la. Usar Damon contra ela tinha sido golpe baixo.

Lavou o rosto com água fria e ao reabrir os olhos, soltou o ar que prendia, estavam no tom natural de verdes, sem sinal de nenhuma anormalidade que pudesse ser notada pela família e amigos. Será que devia ir até a trilha e verificar o moreno? Ia ser uma tragédia se alguém o encontrasse ali desacordado, pensariam que estavam sendo atacados ou coisa parecida. É. Teria que ir acordar o ex-vampiro e talvez dar uma espiada na mente dele para ver o estrago causado pelo diabo.

- Está tudo bem – disse a si mesma e ensaiou um sorriso que pareceu forçado demais até para ela – Já o derrotei uma vez, farei de novo.

Não podia deixar que Cade a manipulasse, tinha que se controlar para não ser controlada. Pensou numa música aleatória para focar e não deixar que o diabo voltasse a alcança-la e foi procurar por qualquer pessoa que pudesse informar onde estava Klaus, era impressionante como ele parecia estar em toda a parte e quando precisava dele ele sumia.

Encontrou Anne que dançava uma paródia de valsa com Henry nos braços, tomou o filho para que a híbrida pudesse ir se divertir com o rapaz humano que não tirava os olhos dela. Bonnie riu da dupla desengonçada dançando cada um num ritmo e completamente fora do estilo musical que tocava, ela também dançava no seu próprio ritmo – quando estava sozinha.

- Vamos caçar comida? – ela disse á Henry que bocejou sonolento – Comida para mim, cama para você.

...

Elena estava procurando pelo marido. Damon tinha se afastado com Stefan e depois viu o cunhado recebendo um docinho na boca, de Caroline – por favor, já estavam casados não precisavam de todo aquela demonstração pública de carinho. Por um instante ela teve impressão de que algo pudesse estar acontecendo, algo grave, ela não era estúpida, cresceu naquela cidade e conhecia os sobrenaturais locais o bastante para saber que estava acontecendo alguma coisa.

Se algo estava acontecendo, o que ela não duvidava, tinha que ir embora. Por isso procurava por Damon, a parte importante do casamento já tinha acontecido, Damon fora um celebrante incrível com um discurso memorável e Caroline com Stefan já estavam oficialmente casados, não precisavam ficar por ali nem mais um minuto.

Ela ainda era uma duplicata e tinha a cura para o vampirismo em suas veias, assim como o marido e o filho. E se algum vampiro resolvesse mordê-los para virar humano de volta? E se algum vampiro resolvesse mata-los para acabar com o que restava da cura? Fora os outros sobrenaturais. Elena sabia que o marido mantinha certa atenção ao mundo sobrenatural fosse por Stefan que ainda era vampiro ou fosse por eles, não haviam desconsiderado a possibilidade de que alguma bruxa mais esperta que Bonnie os descobrisse e então o que aconteceria?

Damon fizera alguns inimigos quando era vampiro, e se algum desses inimigos tentasse usar sua família contra ele agora que era humano? Ou se alguém descobrisse que sua pequena família de três era uma bolsa de sangue mágico ambulante e resolvessem usá-los para fins obscuros? Quando estava grávida havia sonhado que era capturada por uma seita do mal que vendia seu sangue para curar vampiros, tinha sido um pesadelo que a deixou paranóica por um tempo até que Jeremy nasceu com aquela marca e ela precisou chamar Bonnie que garantiu que o bebê tinha herdado a cura e a proteção mágica dada á ela pela amiga bruxa.

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