3 - O círculo no papel

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Mesmo o Arsenal tendo tudo quanto é informação sobrenatural, eles não tinha tudo sobre tudo, no fim das contas. Faltavam muitas informações sobre Rayna cujos arquivos eram parcialmente preenchidos por teorias e mais teorias. Klaus contou a versão que ele sabia, coisas interessantes de 150 anos atrás á respeito da origem da caçadora e o resto eles preenchiam com dados do Arsenal, mas o importante ainda estava faltando. Como ela se libertou?

Enzo disse que Penélope estava farejando o paradeiro da caçadora, Bonnie preferiu não questionar, a herege tinha mais poderes do que a maioria normal das bruxas e era mais inofensiva do que a maioria dos maníacos por poder que a Bennett conhecia. Sabia que Penélope era confiável enquanto as coisas estivessem de acordo com sua vontade, uma vez contrariada ela mostrava que era tão monstro quanto qualquer outro vampiro.

Bonnie acompanhava as informações de casa por que ela não ia deixar os filhos aos cuidados de híbridos com uma caçadora sobrenatural á solta, não os queria na linha de fogo caso algo saísse do controle. Contudo, não estava inteiramente preocupada com os perigos da vizinhança, sua preocupação estava na Geórgia com a prima que não atendia suas ligações, nem o marido e nem a amiga de Lucy, uma jornalista que estava enfrentando problemas sobrenaturais na sua vila e chamou a única bruxa que conhecia para ajudar.

Jenny Slater que morava numa vila na fronteira ligou uma manhã, preocupada, para a ex-colega de quarto na universidade relatando acontecimentos desagradáveis envolvendo o desaparecimento repentino de seu irmão Jason que era policial e o surgimento de uma entidade inominada que tinha sido despertada por algumas crianças desavisadas que resolveram brincar com um tabuleiro ignorando que uma delas era bruxa. Agora havia uma criatura assustadora sendo controlada por magia negra por uma sociedade secreta de praticantes de rituais sangrentos e sinistros – um coven.

Bonnie não ficou surpresa quando soube que uma Bennett estava envolvida na derrocada de um coven cruel – que é a raiz da seita atual contra qual o irmão de Jenny lutava antes de sumir – há mais de 200 anos, a história que envolvia magia negra, sacrifícios assustadores era longa e complexa cheia de reviravolta abrangendo pactos de sangue, traição, necromantes e um bando de malucos adoradores de poder tentando controlar uma criatura liberta por acidente á fim de obter mais poder.

Bonnie desconfiava que houvesse na história muito mais do que Lucy havia contado, pela pressa em que se colocou em movimento quando Jenny ligou, e mais do que a própria jornalista tinha dito. Bonnie estava com a prima quando ela recebeu a ligação, a expressão da prima era de quem tinha recebido uma noticia desoladora, contudo, aguardada.

Ela admitia que não sabia muito a respeito da prima, Lucy tinha aparecido na sua vida pelo acaso de Katherine tê-la usado como sua aliada por um breve momento, se não fosse as manipulações da doppelganger talvez as duas permanecesse desconhecendo uma á outra. No geral tudo o que Bonnie sabia sobre o passado da prima se resumia á breves histórias contadas aleatoriamente em momentos casuais.

"Bom dia, Bonnie" – a voz grave de James a cumprimentou num sussurro cansado.

- Bom dia, James – ela sussurrou também – Como estão às coisas por aí? Como estão Lucy e as crianças?

Lucy tivera gêmeas, Joanna e Margaret, que agora tinham três anos.

"Estão bem, acabei de fazer as meninas dormirem" – o tom orgulhoso deixava claro que ele ainda encarava fazer as gêmeas dormir como um desafio.

- Por isso estamos sussurrando? – Bonnie perguntou sorrindo.

"Força do hábito" – ele falou em voz baixa, mais fácil de entender.

Ela riu.

- Lucy está por ai? Quero falar com ela, só que o celular está sempre desligado.

"Ela está com Jenny na estrada, eu fiquei com as meninas em Savannah".

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