1 - Nesta Lua-Cheia

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Uma vez ele achou que fazer o parto de uma bruxa superpoderosa cujas dores descontrolavam sua magia era uma das dez coisas mais difíceis que tinha feito em sua vida, principalmente por que a criança á nascer era sua filha.

Agora que estava sendo obrigado a esperar do lado de fora do quarto do hospital pelo nascimento do filho, tinha certeza que aquilo conseguia ser pior. Agora ele não tinha o apoio cauteloso de seu irmão, nem uma médica lhe dizendo o que fazer, nem a preocupação de que tudo estava em suas mãos e que ele era o único á fazer com que tudo desse certo. Não. Agora ele estava sendo obrigado á esperar. E era essa maldita espera que estava o deixando inquieto.

Ergueu a cabeça quando a presença conhecida se aproximou apressado pelo corredor branco excessivamente iluminado. Rebekah e Freya olharam primeiro para Faith dormindo numa das cadeiras da sala de espera – como ela conseguia aquele feito era inexplicável – enquanto se aproximavam dele, as expressões carregadas de preocupação.

- Por que está aqui fora? – Rebekah questionou olhando na direção do quarto.

- Estou cuidando de Faith.

As suas irmãs o encararam com evidente descrença, Gia estava bem ali do outro lado da sala de espera, a híbrida podia cuidar de Faith como fazia com frequência e a sobrinha dormia como se aquelas cadeiras não fossem desconfortáveis. Klaus ignorou as duas e olhou pela vidraça decorativa, lá fora podia ver o brilho prateado da lua cheia na noite estrelada, nenhum sinal de chuva, nenhum acidente natural como foi o nascimento de Faith. Tinha qualquer coisa no ar que estava o deixando com os nervos no limite desde que a mulher sentiu as primeiras dores no inicio da noite, no momento em que a lua surgia alaranjada no céu.

Isso foi há cinco horas.

Ele a trouxe para o hospital, ligou para as irmãs, para Kol que estava no Brasil, para Marcel que incrivelmente não estava grudado em Rebekah como costumava acha-lo sempre que ligava para um deles, e para Lucy Bennett que possivelmente tinha sentido que o sobrinho estava prestes á nascer antes mesmo de Bonnie sentir a primeira contração. Ela havia sido a primeira a notar a gravidez da prima.

- Ela está grávida – disse a bruxa meses atrás olhando para a prima que tinha subido para descansar depois de uma breve tontura.

- Grávida? – Klaus que ouvia Bonnie falando com a filha enquanto subiam as escadas se virou para a bruxa que mexia no celular

- O período gestacional entre a concepção e o nascimento de um bebê.

Klaus estreitou os olhos na direção dela em ameaça, às vezes Lucy despertava nele o mesmo impulso de esfaquear e jogar num caixão que Kol provocava a sorte dela era que uma faca seria fatal e ele não queria mata-la.

- Bonnie não me disse nada sobre gravidez – ele comentou os sentidos novamente se direcionando para a bruxa no andar de cima.

- É por que ela ainda não sabe – Lucy deu de ombros – Você que é lobisomem e dorme com ela não notou, imagina ela que não tem tempo livre nem nos domingos?

Se os sentidos de bruxa de Lucy diziam que a prima estava grávida era por que estava, mesmo assim Klaus mandou que uma híbrida trouxesse testes de gravidez e nos meses seguintes ele garantiu que Bonnie tivesse mais tempo livre.

- Meu irmãozinho nasceu – a voz sonolenta de Faith o trouxe de volta para a sala de espera – Tia!

Ela correu para o abraço de Freya e depois para o colo de Rebekah que lhe informou que seu irmãozinho ainda não tinha nascido.

- Nasceu sim – Faith afirmou com total convicção.

A audição sobrenatural de Klaus que não se afastava por completo do quarto captou o choro do bebê. Sim, seu filho tinha nascido em uma linda noite de luar. Mas ele ainda estava apreensivo, da última vez Bonnie tinha sido colocada em suspensão por um ano – segundo ela contou a época – e mesmo que não houvesse nenhuma ameaça de morte pairando sobre ela no momento, não tinha como se impedir de preocupar-se.

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