Algo de errado acontecia em Mystic Falls, algo de muito ruim pelo tom da ligação que recebeu de Faith, a pequena tri-híbrida estava assustada querendo saber quando ele voltaria para casa, a mãe estava fora e ouvia-se o choro de Henry ao fundo.
- Onde está Anne, querida? – questionou quando ela parou de falar com a voz sufocada pelo choro que ela esforçava para interromper.
"Ela faz Henry parar de chorar, mas acho que ela também quer chorar" – e por que parecia importante o pai saber – "Eu também chorei".
- Sabe para onde sua mãe foi?
"Eu liguei por que não sei, eu disse".
Faith podia repetir cada palavra dita em uma conversa com várias pessoas numa precisão tão absurda que chegava a ser incomoda, mas se pedisse que ela descrevesse uma pessoa ou um objeto ela ficava completamente perdida. O modo fácil era deixa-la falando até que tudo fizesse sentido por isso ele perguntou como foi o dia dela.
Enquanto Faith, mais calma e menos chorosa, contava sobre a escola, Klaus ouvia o modo aflito com que seu filho chorava ao fundo, ele estendeu seu sentido auditivo concentrando apenas nos sons que vinha do outro lado da linha, Anne cantarolava no que devia ser uma tentativa desesperada de fazê-lo se acalmar – a garota cantava muito mal.
Faith contou que sua mãe não estava mais em casa quando ela voltou da escola, isso não era novidade se comparada com a presença do Dr. L – David Lassiter – que falava aos sussurros pelo telefone ou com Anne, a mãe viera para o almoço com Stefan que logo se juntou ao médico e a babá nas conversas em voz baixa. A menina tinha certeza que algo ruim ia acontecer por que eles não a deixavam escutar as conversas e ficavam tentando distraí-la, mas não a deixava sair nem para o jardim.
A mãe e Stefan saíram de novo e só reapareceram quase de noite quando a mãe veio amamentar o irmãozinho outra vez e deixar mais leite caso fosse preciso, e dispensar Lassiter por que ele podia ser necessário no hospital, apesar do médico achar que devia ficar ali e ajudar Anne a proteger as crianças, Faith sentia que ele tinha que estar no hospital.
Ela havia escondido para ouvir a conversa deles, ouviu falarem sobre bruxas e tia Caroline estar em perigo, ouviu Stefan falando com o tio Xerife pelo celular, eles estavam discutindo só que ela não descobriu a razão por que nesse momento Anne a encontrou e a tirou de seu esconderijo. E a mãe veio dizer para ela se comportar e hoje seria Anne que a colocaria para dormir, depois saiu com Stefan e o Dr. L, outra vez.
Então jantava quando Henry acordou chorando muito alto, Anne parecia com medo de o bebê quebrar os vidros de tão algo gritava e tentou de tudo sem conseguir fazê-lo se acalmar, e ninguém atendia ao telefone e quem atendia não podia vir ajudar, por isso ela ligou para o pai, por que ela também não conseguiu fazer o irmão parar e ela também estava chorando. O choro do filho não havia mudado de intensidade em nenhum momento do que foi mais de dez de Faith falando tão rápido quanto sempre. Klaus sentia-se perturbado pela dor que ouvia no choro infantil, como ele podia ajudar estando tão longe?
- Faith, leve o seu celular para Anne, quero falar com ela.
"Tá bom, mas e a mamãe? Ela vai voltar?"
- Claro que vai, ela deve estar no trabalho ou parou para conversar com Caroline e esqueceu as horas.
A pior mentira que ele já tinha contado. Podia acusar Bonnie por um milhão de defeitos aleatórios que não tinha nada haver com ela, mas nunca poderia julgar Bonnie uma mãe negligente, a bruxa preferia acumular trabalho em casa que a deixava louca por nunca conseguir termina-los no prazo do que deixar os filhos em segundo plano. Algo terrivelmente ruim devia ter acontecido para que a bruxa não atendesse uma ligação da filha, ainda mais com todo o relato de estar ás voltas com Stefan.
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Sangue Real - TVD
De TodoO retorno de um poderoso inimigo. - Postado apenas no Wattpad - Sequência de Feitiço Proibido