Sangue Real - TVD

29 - Do passado

Não havia luar, a floresta escura era desconhecida, uma névoa úmida cobria o chão por onde suas patas pousavam com leveza enquanto corria livre entre as árvores altas e antigas. Havia um som distante de música, não, não era música eram vozes murmurando rapidamente, bruxas. Bruxas repetindo algum feitiço num idioma que desconhecia. Então havia outros lobos correndo ao seu lado, indo na mesma direção, livres e satisfeitos. Medo. Podia cheirar um medo perto e isso atiçava sua sede de sangue, seu desejo de rasgar a carne do inimigo que farejava. Podia sentir perto, podia ver o contorno humano da pequena fêmea para os olhando com pavor nos olhos. Um uivo reverberou pela floresta, um alerta, uma ameaça...

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Os Crescentes eram tão teimosos e irritantes que Bonnie estava quase se juntando á Klaus e indo lá para fora arrancar cabeça ou coração do próximo lobisomem que passasse por sua casa com aqueles ares de ameaça e cautela.

Ela compreendia que eles estavam apenas preocupados com o futuro alfa da matilha que estava aos cuidados de Rebekah e desconfiados e furiosos por que não lhes foi permitido ter acesso á criança que devia ser criado entre seu povo. Mas a culpa não era dos Mikaelson, desta vez eles eram totalmente inocentes dos acontecimentos ao seu redor.

Foi Hayley que pediu em alto e bom som que se algo acontecesse de errado e ela morresse em batalha Rebekah devia proteger seu filho até que ele tivesse idade para assumir seu legado na alcatéia. Tinha sido um pedido desesperado de uma mãe que temia o pior e só pensava em garantir a sobrevivência do filho, mas Rebekah tomou a promessa ao pé da letra e qual o melhor modo de proteger a criança do que o levando consigo para casa?

Aqueles que tinham sobrevivido ao ataque de Hollow tentaram impedir que a Original tirasse a criança de seu território, mas foram barrados pela beta da matilha que assumiu o comando até que Andrew pudesse assumir. Lisina também queria a proteção do afilhado e futuro alfa e confiava que a vampira-original cumpriria a promessa feita á Hayley melhor do que os membros da alcatéia, a beta lembrou-os como a interferência de Marcel tantos anos no passado havia salvado Andreia Labonair e que agora deviam aceitar a derrota e recuar.

Óbvio que falar era muito difícil de fazer, a maioria dos lobisomens não confiava que os vampiros – ainda mais aqueles vampiros – fossem proteger um lobisomem. A sugestão de que pudessem usar uma criança indefesa como peça descartável em qualquer jogo de poder enfureceu Rebekah que proibiu qualquer Crescente que não fosse Lisina de se aproximar de Andrew, uma vez que ninguém na matilha era parente direto do menino órfão. Desde então os lobisomens parecia ter feito da rua diante do complexo sua rota diária para qualquer lugar que estivessem indo.

Andrew tinha se assustado no começo em ser levado para a casa com vampiros, mas logo Faith já tinha o distraído, sendo só um ano mais velha a tri-híbrida estava eufórica que agora tinha alguém de sua idade para brincar. O pequeno lobisomem sabia que Hayley estava morta ou nas palavras gentis de sua madrinha, sabia que a mãe tinha ido se encontrar com o pai no céu de onde os dois agora o protegeriam.

Houve um funeral para a rainha loba, o corpo dela fora descartado numa rua qualquer e encontrado por humanos que chamaram a polícia, Elijah assumiu a situação os fazendo esquecer do ocorrido e levando o corpo para que seu povo fizesse os rituais adequados para ela. Foi triste. Piorava o fato de saberem que ela tinha sido usada por causa de sua linhagem para trazer á vida a bruxa louca que havia criado os lobisomens e que a bruxa em questão tinha uma sede insaciável por mais poder o que colocava em perigo tudo o que eles conheciam.

Não havia consolo para Elijah, ele afastava toda vez que percebia a presença de Andrew, como se Hayley ter sido sacrificada fosse culpa do menino. Era quase uma dor física olhar para o Original sempre sereno e centrado e notar sua tristeza pela perda daquela que por um tempo fora seu grande amor, um amor que ele nunca alcançou por que foi a escolha de ambos sofrer por um amor do que vivê-lo e magoar aqueles que ao seu redor esperava deles responsabilidades que iam além de ceder á desejos.