Sangue Real - TVD

26 - Um encontro com...

Marcel havia quebrado uma das pesadas correntes que devia mantê-lo preso á parede de sua cela improvisada no porão. Bonnie calculou que o excesso de energia empregado naquela tarefa e o fato dele ser alimentado com uma dose de sangue por dia apenas para garantir sua sobrevivência tenham sido o motivo por qual o vampiro estava sentado no chão encostado á parede com ar cansado e as pernas estiradas. Mas não se deixou enganar pela aparência derrotada dele.

Rebekah e Keelin tinham ido para o bayou, Bonnie supunha que fosse algo haver com Freya, mas não tinha certeza, ela não havia perguntado e ninguém pareceu achar que ela devesse saber. As crianças estavam sob os cuidados de Anne, Faith estava muito protetora de Henry e Bonnie achava que tivesse algo haver com Elijah, notou como a filha parecia muito atenta ao tio quase desconfiada, precisava falar com Faith antes que ela arranjasse confusão.

Elijah e Klaus haviam saído para conversarem com um informante que trazia informações sobre Nádia e seus aliados que estavam a serviço de Hollow. Bonnie não entendia muito de estratégias, mas os de Klaus costumavam a funcionar bem o bastante para que ela não questionasse seus métodos.

Hollow permanecia sendo uma grande ameaça, Klaus tinha lhe contado tudo o que foi apurado á respeito desta coisa abismal que corrompia bruxas e exigia sacrifícios de vida humana. Bonnie havia deixado uma mensagem para a prima antes de vir ter com Marcel, Lucy era a pessoa com maior conhecimento sobre lobisomens que ela conhecia e talvez a prima soubesse algo sobre Hollow, já que ela criou a espécie.

Vir até Marcel sozinha foi um impulso irresistível, estava entupindo a caixa de mensagens da prima com suas questões sobre Hollow quando veio a inspiração de que precisava falar com Marcel já, mesmo tendo dito á Klaus que ia esperar por ele.

O vampiro olhou para ela com um sorriso envolvente e jovial, se não fosse pelos olhos azul-elétricos ela podia até acreditar que ela o Marcel com qual havia se acostumado, o que olhava para Rebekah com adoração e que a travava com digno respeito, mas este não era aquele Marcel. Este era um ser com ódio em cada gesto, incluindo o sorriso encantador.

Bonnie colocou o meio copo de sangue no chão e empurrou para ele com um aceno de magia, mesmo que o vampiro estivesse com um braço preso ainda á parede pela grossa corrente, ela não seria arrogante nem ingênua de se aproximar dele.

- Onde está Rebekah? – ele perguntou desviando os olhos do copo para a bruxa.

- Saiu.

- Disso eu sei, perguntei aonde.

Bonnie ergueu uma sobrancelha. O que Hollow fez com ele? Sua consciência estava intacta, então ela não o forçou a desligar suas emoções. Estudou o rosto do ex-rei indo além da fachada tranquila e... Oh! Agora ela via. Aqueles maus sentimentos que as pessoas costumavam a esconder ou fingiam não sentir e repudiavam tinham sido ampliado á ponto de suprimir o que havia de bom na natureza de Marcel. Bonnie forçou um sorriso.

- Rebekah não costuma de dizer aonde vai e nem o que vai fazer.

Marcel também a estudava e não viu traço nenhum de mentira na bruxa, apenas aceitação de um fato. Era bem Rebekah deixar para dizer o que fazia depois que já havia feito. Ele mal conseguia perceber a presença dos outros e para a bruxa de Klaus estar aqui sozinha.

- E quando o lobo sai a bruxa faz a festa – disse mostrando as presas ao sorrir e pegar o copo cujo conteúdo cheirou – Verbena. O que você está planejando?

Bonnie apertou os lábios e recostou no limiar da porta fazendo sua melhor expressão de paisagem.

- Pode confiar em mim, não vou condená-la por agir pelas costas de Klaus – o vampiro piscou e sorriu malicioso.