30 - Chamada Noturna

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Não havia luar, a floresta escura era tão silenciosa que dava para ouvir o som da própria respiração por mais suave que fosse, uma névoa úmida e avermelhada com cheiro de sangue cobria o chão por onde suas patas pousava com leveza enquanto corria livre entre as árvores altas e antigas. Então havia outros lobos correndo ao seu lado, indo na mesma direção, livres e satisfeitos.

O celular dela tocou pouco depois de adormecer, acordou sobressaltada apanhando o aparelho que vibrava ao som de uma melodia suave. Ficou surpresa ao ver o nome da prima brilhar na tela, havia desistido de falar com a prima depois que a mesma nem respondeu aos seus bilhetes enviados por magia e James parou de atender suas ligações. Algo ruim acontecia para o lado da outra Bennett e Bonnie não podia fazer nada para ajuda-la sem saber o que estava acontecendo.

- Lucy?!

"Alô, prima"

- Que alivio, já estava pensando coisas horríveis. Você não respondeu minhas mensagens e James parou de me atender, fiquei preocupada. Resolveu o problema da sua amiga? Vocês estão bem? Já voltaram para Mystic Falls?

"Hey, respira. Eu não tive tempo para responder suas mensagens, o assunto da Jenny está resolvido, já estamos de volta em Mystic Falls e estamos bem"

Não. Não estavam bem. Bonnie podia ouvir na voz da prima aquele tom de desespero e tristeza disfarçado de humor. A primeira coisa que pensou foi que o marido da prima ou uma das meninas estivessem feridas, por isso não estavam retornando para casa ou talvez os problemas de Slater fossem piores do que se esperava e agora estivem no aguardo de uma revanche ou tudo tinha sido tão caótico quanto estava sendo as coisas em Nova Orleans e a prima tivesse tentando não preocupa-la ou então...

"Para, Bonnie" – Lucy pediu.

- Estou sentada – disse olhando a cama debaixo de si.

Estava sozinha no quarto, Klaus fazia isso ás vezes, esperava ela dormir e saía. Na maioria das vezes era para se fechar no ateliê de pintura, mas recentemente era para ir atrás de Elijah, Bonnie sentia-se tentada á mexer com a mente do Original, apagar as lembranças que lhe causava tanta dor, Rebecah dissera que o irmão tinha sido afetado pelas rápidas mudanças de evento, algo sobre culpa por uma grande perda e uma porta vermelha – Bonnie não tinha conseguido mais informações da vampira-original sobre isso, ainda.

"Eu me referia á sua preocupação, quase consigo escutar as engrenagens de seu cérebro criando os cenários mais sangrentos para o que aconteceu na Geórgia" – Lucy brincou.

- Desculpe, não consigo controlar isso.

"Eu sei, também sei que não vai aceitar meias explicações. Então continua sentada que a história é longa"

E contou o que vinha acontecendo na Geórgia, sobre esta menina órfã que sem querer despertou uma criatura Inominável, um golem que era pura destruição e se alimentava de emoções destrutivas como vingança. Explicou a ligação entre sua família e a criatura por conta de um legado antigo em forma de promessa, a de manter o golem inerte. E falou sobre como em seu desespero acabou por usar magia para trazer James de volta e como o marido agora via gente morta.

"James não gostou nada disso, ele se recusa a falar comigo e pediu o divórcio" – Lucy contou com a voz embargada.

- Você quebrou as regras para trazê-lo de volta e ele quer se divorciar por que vê fantasmas? Qual o problema do James?

"Ele está magoado, vê o que eu fiz como uma traição, eu não perguntei se ele se sentia a vontade sendo transformado num sobrenatural, só fui lá e fiz".

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