7 - O sequestro de Caroline

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Fazia quase um mês que Beau tinha vindo buscar refúgio nesta pequena e pacifica cidade sobrenatural composta em maiorias por gente de seu tipo, vampiros, ao menos foi o que ele tinha escrito ao se apresentar para as autoridades locais, o xerife Matt mantinha um registro das criaturas que moravam em Mystic Falls, apenas para ter um controle populacional e não correr o risco de vampiros problemáticos se infiltrarem por ali e colocar os humanos em perigo.

Beau era mudo e como ninguém por ali era fluente em linguagens de sinais ele escreveu que antes de ser transformado ele tinha sido escravo e seu antigo dono havia lhe cortado a língua e deixado para morrer, felizmente ele foi salvo por uma vampira e acabou se vingando daquele que atentou contra ele, a expressão de arrependimento e culpa teve efeito de convencimento imediato em Matt que apesar de toda a politica antivampiros era humano demais para não estender á mão para quem precisava de ajuda.

Em comparação com todos os outros vampiros, Beau, realmente parecia estar querendo levar uma vida normal entre os humanos, pelo menos foi a imagem que passou por todo o tempo em que esteve sozinho, até a chegada do casal lésbico Nora e Mary Louise, humanas excessivamente animadas com planos de abrirem uma boutique e estavam estudando o mercado local, claro que isso atraiu toda a atenção de Caroline que se empolgou com a dupla que lhe ofereceu amizade desinteressada e muita conversa sobre moda.

Mas tinha algo errado, algo que Stefan não conseguia juntar naquele jogo de quebra-cabeça. Podia ser resquício da velha paranóia Salvatore que tinha se grudado nele depois que o irmão partiu para sua vida comum, mesmo assim, depois de ver Mary Louise gesticulando para Beau em ocasiões que podia ser meramente casual, ele não evitou pedir que Matt ficasse atento á elas. Havia algo errado nelas, algo que não coincidia com toda aquela alegria humana, na verdade, era a falta de algo na humanidade delas que o incomodava.

Chegou a pensar que estivessem sobre efeito de hipnose, mas as viu tomar verbena vezes suficiente para concluir que não estavam sendo controladas. Falou de suas suspeitas com Bonnie que prometeu dar uma olhada nelas assim que fosse possível, só que as duas pareciam evitar cruzar o caminho da bruxa, era como se quando Bonnie entrava num lugar as duas evaporassem e isso apenas deixava o Salvatore mais desconfiado. Alaric, que estava hospedado em sua casa até que resolvessem o problema de Rayna, concordou que o comportamento delas era suspeito.

Apenas no dia seguinte que Alaric percebeu de onde vinha o alerta de perigo que seus instintos bem treinados pelos anos lidando com o sobrenatural indicavam, ele ligou para Stefan para dizer de onde conhecia o nome Nora Hildegard, ela era uma das bruxas que tinham ajudado Valerie na invasão da Mansão dos Caçadores no Oregon, há pouco mais de um mês, quando toda a coisa envolvendo a Pedra da Fênix começou.

- O que houve Bonitão? – ele se virou para Sarah Nelson, a nova proprietária do Mystic Grill.

A jovem formada em fotografia gostava da cidade pequena e tinha resolvido ficar por ali, apesar do seu pai insistir em vender o bar e sair da cidade de vampiros. Sarah chamava Stefan de Bonitão, no começo para implicar com Caroline e agora por hábito, além de que ele era bonito mesmo.

Stefan estava procurando por Caroline desde que falou com Ric no fim da manhã, mas a vampira que tinha um almoço com Nora e Mary Louise não era encontrada em lugar nenhum, seu celular estava desligado e ele já estava preocupado, Caroline nunca passava tanto tempo sem dar noticias, nem que fosse uma mensagem nonsense com corações verdes e rostinhos amarelos felizes.

- Não encontro a Caroline – ele disse – E ela desligou o celular.

- Deve ter acabado a bateria, tente ligar para as amigas delas, á menos que tenham esquecido o celular em modo silencioso dentro da bolsa.

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