- Vendida A Um Estranho *.°|

|• Ella Carter •|

Assim que o café da manhã acaba, minha sogra e minhas cunhadas me convidam a ir na piscina, mas Richard me interrompe antes mesmo de responder e não me deixa ir, alegando que irei passar o dia com ele.

— “Manuella, vamos ao meu escritório.”

Richard diz sério.
Me levanto da mesa e o sigo até o escritório. Assim que entramos ele fecha a porta e senta em sua mesa, sento em frente a mesa.
Fico em silêncio querendo saber o que ele quer comigo, até que finalmente ele se pronuncia.

— “Ontem eu passei a noite em claro, revisando as câmeras de segurança da festa, sendo mais específico a que dá acesso ao banheiro...”

Ele faz uma pausa e me lança um olhar intimidador.

— “... E sabe o que eu encontrei?”

Não respondo, apenas faço sinal em negativa com a cabeça, apreensiva com seu tom acusatório.

— “Não encontrei nada, ninguém entrou no banheiro enquanto você estava lá e a última pessoa a entrar antes de você, foi no começo da festa.”

Ele faz outra pausa, o que me faz ficar apreensiva.

— “Então me responda, por que você forjou aquela carta?”

Arregalo os meus olhos, não sei o que responder.

— “Richard, eu não forjei nada! Encontrei a carta em cima da pia do banheiro, com o meu nome escrito.”

Digo tentando entender o que está acontecendo.

— “Manuella, vou apenas te dar uma única oportunidade de me contar a  verdade, sem consequências... então pensa bem!”

Ele faz uma pausa, mas logo continua.

— “O que você e seu pai estão tramando?”

Fico confusa, o que meu pai tem a ver com isso? Será que foi ele?

— “Meu pai?”

— “Sim Manuella! Não se faça de desentendida, quero saber o que vocês dois estão tramando e onde ele se meteu?!?”

Richard fala alterado e dá um soco na mesa.
Não respondo e acabo me encolhendo na cadeira com medo. Eu nunca vi meu marido tão furioso, ele está com os olhos vermelhos de raiva e sua respiração está pesada.

— “Estou esperando sua resposta!”

Ele fala contornando a mesa, parando em minha frente.

— “Me responde!”

Diz se abaixando, ficando com seu rosto na altura do meu.

— “E-eu não sei do que você está falando.”

Sinto minha voz querendo me abandonar, meus olhos já estão cheios de lágrimas.

— “Eu não sei do meu pai, a última vez que eu o vi foi no nosso casamento.”

Respondo me encolhendo, esperando por uma agressão física.
Richard se levanta e novamente se senta em sua cadeira. Sua mudança temperamental me deixa assustada, agora pouco ele estava vermelho de tanta raiva e agora está tranquilo e sereno. Fico ainda com mais medo.