Richard Florence
Ontem quando cheguei na casa de meus pais minha mãe veio conversar comigo, nunca gostei desse tipo de conversa com ela, ainda mais já sabendo o motivo.
— “Richard, eu vi as marcas no pescoço de Ella... pelo amor de Deus... onde você está com a cabeça??? Eu não criei você para bater na sua esposa!”
Diz minha mãe se levantando e parando na minha frente.
— “Você é um monstro! E vai ficar pior que seu pai”
— “Mãe eu...”
Tento me defender, mas ela me corta.
— “Estou totalmente desapontada com o projeto de homem que você virou, você nunca havia me chateado tanto como agora! Manuella é uma menina inocente, uma mulher linda, com um sorriso encantador...”
Ela se vira de costa para mim e vai até a janela, enquanto fico sentado como um criança esperando a mãe terminar a bronca. Logo minha mãe me olha com lágrimas nos olhos.
— “Nunca pensei que você destruiria uma pessoa pelo simples prazer de ver ela sofrer...”
Ela diz deixando as lágrimas escaparem, que rapidamente são limpas.
— “Mãe eu não...”
Tento novamente me defender, porém mais uma vez sou cortado.
— “Fique quieto Richard!”
Diz ríspida.
— “Não quero nem imaginar o que você deve ter feito para Ella...”
Ela se recompõe e continua o sermão.
— “Assim que ela passou por aquela porta, vi uma mulher sofrida. Sua esposa não tem mais o sorriso de menina e nem o brilho que ela tinha, agora é só mais um objeto.”
O silêncio predomina a sala, sei que nada que eu disser vai melhorar essa situação.
— “Saia da minha frente Richard! Não quero olhar mais para você.”
Me levanto da cadeira sem responder.
Quando estou passando pela porta escuto suas últimas palavras.— “Se você não a ama, deixa ela ir. Você sabe que ainda dá tempo, não acabe com a vida dessa menina por puro capricho!”
Fecho a porta sem responder, suas palavras me atingiram.
Passei a noite inteira acordado olhando minha esposa dormindo e mais uma vez ela estava com os olhos vermelhos de tanto chorar.
Sei que fui duro com ela por não deixar sair do quarto, mas fiz isso para evitar que meu pai encontrasse com ela dentro de casa.
Tentei não dar bola para as palavras de minha mãe, mas foram certeiras.“Sua esposa não tem mais o sorriso de menina e nem o brilho que ela tinha, ela agora é só mais um objeto!”
Depois de um mês de casados, a única coisa que fiz foi fazer minha esposa chorar.
Eu... Não posso voltar atrás, tenho que cumprir meus planos antes de tomar qualquer decisão.
...
Só tenho certeza de uma coisa, nunca deixarei outro homem tocar na minha mulher, Manuella é minha esposa e vai ser eternamente, o único homem da sua vida serei eu!
Neste momento só uma coisa me incomoda e é o fato de algum homem encostar em Ella, na máfia as escravas não tem nenhum direito, se um homem quiser fazer sexo com alguma delas ele não precisa pedir permissão.
Isso está me deixando preocupado, não quero nenhum outro homem encostando nela.
...
Depois de quase passar uma noite em claro pensando sobre isso, tive a ideia de colocar nela um cinto de castidade, sei que isso é cruel e não é um método 100% seguro, mas pelo menos vai servir de prevenção, assim como os seguranças que coloquei para vigiar ela.
O foda é que os seguranças só poderão intervir se algum homem encostar na Manuella com intensões sexuais.
***
A colocação do cinto foi difícil como eu pensei, Manuella nunca aceitaria algo fácil, ela sempre prefere do modo difícil e posso dizer que isso me excita muito.
Assim que vi seu corpo nu prestei atenção em como está diferente, ela está mais magra e pálida, seus seios inchados e tem marcas pelo corpo, seu rosto está mais fino e apresenta olheiras profundas e olhos vermelhos.
Seu pescoço e sua intimidade estão machucados, então resolvi passar uma pomada para aliviar um pouco a dor que ela está sentindo na região.
Me assustei quando vi os curativos em seus seios tão sujos de sangue, sabia que teria que retirar os metais, pois eles iriam inflamar. Assim que retiro os objetos de seu corpo delicado, sinto seu alívio.
***
Durante todo o café da manhã minha mãe não dirigiu nenhuma palavra a mim, foi estranho, minha mãe sempre foi muito ativa na mesa e hoje estava evitando conversar. Muitas vezes a flagrei analisando minha esposa e sempre que seus olhos encontravam os meus, uma repreenda silenciosa vinha dela.
Na hora da despedida foi estranho também, ela não se despediu de mim como de costume, só me deu um aceno e um tchau a distância. Confesso que fiquei chateado com isso, porém não posso me deixar abater afinal sou um mafioso e ela querendo ou não, fui criado assim.
***
A viagem até a máfia foi feita em silêncio total. Manuella como sempre que saíamos analisava a paisagem do lado de fora com admiração, pela conversa que tiva com ela na ilha, ela nunca tinha visto outra cidade, imagino a alegria em conhecer New York, mesmo sendo de dentro de um carro.
Logo estamos na sede da máfia, homens e mais homens se encontravam na frente do edifício, fazendo a segurança como de costume. Somos muito precavidos sobre qualquer ameaça de ataque de máfias inimigas.
...
Desço do carro e fico esperando minha esposa descer, sei só de observar seu rosto que a está apavorada de medo, porém eu não posso ser mole com ela, a partir do momento que ela entrar nesse prédio ela será uma escrava, como qualquer outra mulher aqui dentro.
A seguro pelo braço sem nenhuma delicadeza e a levo quase arrastada para dentro, não perco tempo em comprimentos banais e me encaminho direto para o elevador que nos leva para o andar principal da máfia, onde fica o escritório geral.
Saio do elevador indo direto para o escritório e Ella me segue com relutância.
Assim que entramos na sala me encaminho direto para minha mesa, vejo que Manuella está perdida no meio da sala enorme.— “Sente-se Manuella, hoje seu dia será cheio.”
Falo com diversão na voz. Ela me olha esperançosa.
— “Vou viajar com você?”
Pergunta com medo evidente da resposta.
— “Não, você vai aprender como tratamos as mulheres e vai parar de reclamar da boa vida que tem.”
Falo voltando minha atenção ao aplicativo de viagens a minha frente, mas não sem antes ver a cara de pânico que se instalou no rosto de minha esposa.
Confesso que não gostei da expressão que meu pai fez quando viu minha esposa na sala, ele sabia que o motivo de eu ter trazido Ella para a máfia, era para deixar ela aqui junto com as outras escravas.
O que mais me deixou preocupado foi que ele ficou feliz por isso, imaginei que ele iria me encher a cabeça, dizendo que sou muito mole com ela, mas foi uma situação totalmente ao contrário, ele disse que era uma boa ideia.
Na hora me arrependi, porém já era tarde demais.
Cíntia como sempre senta em cima da minha mesa e cruza suas longas pernas, deixando quase toda sua perna a mostra, uma coisa tenho que admitir ela é uma mulher linda, mais ainda prefiro as curvas de minha esposa.
A Cíntia é minha aliada, vai me ajudar e cuidar de Ella enquanto eu estiver fora, se qualquer coisa acontecer ela irá me avisar e confio muito nela.
Apresento Manuella para Cíntia, e sinto satisfação em ver a expressão de ciúmes no rosto da minha esposa quando viu a ruiva sentada em cima da minha mesa.
Cíntia esperta como só, usou a oportunidade para jogar mais lenha na fogueira, me chamando de ‘D’ com uma voz manhosa.
Meu segurança interrompe a cena, avisando que estava tudo certo para minha partida.
Olho para Manuella, que ainda está olhando furiosa para a ruiva na minha mesa. Vou até meu pai que está imprimindo alguns papéis e falo...— “Estou indo...”
Digo como despedida.
— “Me avise o andamento das reuniões e se eu precisar assinar algum papel me mande por e-mail, para encurtar essa viagem. Você não pode perder muito tempo com a empresa de cristais, enquanto temos muito serviço com o novo lote de armas e o Carter não aparece.”
— “Eu sei, não consegui evitar essa viagem, mas volto o mais rápido possível, e quando voltar quero focar em encontrar Carter, mesmo já acreditando que não o encontrarei com vida.”
Falo já estendendo minha mão como despedida, logo me viro e vou até minha mesa pegar minha pasta, e me despedir de minha esposa.
— “Se comporte Manuella, se não quando eu voltar te faço se arrepender de ter nascido!”
Falo já me virando para ir embora, mas sua voz me trava.
— “Richard, por favor... não me deixa aqui!”
Ella diz quase em um sussurro ao lado de Cíntia.
Quando penso em responder firme, ouço a voz de meu pai.— “Richard já chega de drama e Cíntia leva essa mulher para o subsolo... Richard você vai se atrasar.”
Olho pela última vez a Ella e sinto um aperto no peito, esse aperto ia aumentando a cada passo que tínhamos tinha que dar.
Ao perceber que meu pai havia usado a voz de comando, Cíntia havia levado minha esposa, assisto a cena por alguns segundos até que tomo coragem de ir.
Sei que isso é um erro, mas preciso deixá-la aqui enquanto estou viajando.
Caminho até o caminho que me aguardava em frente ao edifício e começo a me arrepender de minhas escolhas.
A medida em que o carro se afasta o aperto em meu peito só aumenta, nessa hora pela primeira vez em minha vida, rezo a Deus para cuidar da vida de minha esposa....
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- Vendida A Um Estranho *.°|
RomanceObs.: HISTÓRIA PAUSADA (INCOMPLETA) Apenas um romance fictício, envolvendo amor e ódio. Me chamo Ella Carter tenho 18 anos e sigo uma vida simples com minha mãe e irmãos. Sabe aquele sonho que toda garota já teve na vida? De encontrar um príncipe en...