|• Richard Florence •|

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Richard Florence

Mandei mensagem para minha mãe avisando que estou voltando.
Desde o dia em que sai, não nos falamos, acho que ela ainda está chateada comigo. Também não consegui falar com meu pai, ele não me deu sinal de vida, espero não vê-lo tão cedo.
Não consigo acreditar que ele tentou estuprar minha esposa, eu sempre soube que ele fazia merda, mas nunca imaginei que ele jogasse tão baixo a esse ponto, minha mãe não pode saber, ela nunca irá o perdoar e eu não irei o perdoar. Meu sangue ferve só de pensar na situação. Esse velho está ficando maluco.
Manuella, me desculpe.
Eu não deveria ter a deixado!
Começo a sentir a culpa me consumir.
Não consigo imaginar o estado que ela deve estar agora, droga isso é tudo minha culpa.
Suspiro impaciente e sentindo meu coração apertar por ainda não estar ao lado dela, por não poder lhe abraçar e a deixar segura. Preciso pedir desculpas, fui um otário em deixá-la para trás. Será que ela vai me perdoar?
Lembro das palavras de minha mãe e elas começam a me martirizar. Mesmo que a Manuella não me perdoe, ela sempre será minha, nunca irei a deixá-la partir.
***
Assim que saio do avião, meu motorista já está pronto e logo vamos para casa de meus pais.
Como previsto, chego às 03h00 da manhã e sou recebido pela governanta.
A senhora me informa que meu pai não está em casa e minha mãe e irmãs já estão dormindo. A senhora leva minhas bagagens para meus aposentos e vou até a cozinha beber uma taça de vinho para aliviar o estresse.
...
Vejo minha mãe atravessar a porta da cozinha, assim que termino minha taça. Ouço sua voz fraca e chorosa.

- "Meu filho... você chegou"

Vejo que minha mãe está com o rosto inchado, ela aparenta ter chorado.

- "Mãe... O que houve?"

Falo preocupado e vou até a mesma. Me aproximo dela e limpo a lágrima que escapou.
Minha mãe tenta me dar um sorriso sincero e singelo, mas a tristeza toma sua face.

- "A Mary..."

Sem entender seguro suas mãos.

- "...Ela sumiu."

- "Como assim mãe... que história é essa?"

- "...sua irmã, ela..."

Minha mãe não consegue terminar a frase e começa a chorar.

- "A Mary desapareceu, desde hoje mais cedo, ninguém sabe aonde ela está... Não encontrei seu segurança e seu pai não atende minhas ligações e nem responde minhas mensagens..."

Diz minha mãe quando recupera o fôlego.

- "Tentei falar com você mais cedo e com William, mas nenhum de vocês me atenderam ou sequer respondeu minhas mensagens..."

- "Desculpe mãe... E-eu.."

Interrompi minha frase, para evitar falar sobre o que aconteceu com a Manuella e não a deixar mais preocupada.

- "Reuni alguns guardas e ordenei que eles a procurassem... Até agora estou sem notícias..."

Sinto o meu coração errar uma batida. Droga, Mary! Será que o Jean tem alguma coisa a ver com isso?
Sinto meu sangue ferver.

- "Como isso aconteceu?

- "E-eu não sei... Acordamos hoje cedo e ela já não estava mais em casa, ela não atende o celular, fica dando caixa postal. Pedi para ver as câmeras e elas ficaram desligadas por 5 horas durante a madrugada."

- Vendida A Um Estranho *.°|Onde histórias criam vida. Descubra agora