|• Ella Carter •|

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Meu pai olhou pra mim com a feição mais tranquila do mundo, me dizendo as palavras que nunca quis ouvir de ninguém.

- "Vou te contar uma história minha filha. Uma história que imagino que muito te interessa."

Ele fez uma pausa, apontou para o sofá pedindo para que eu me sentasse e continuou.

- "Antes de você nascer, eu fui obrigado a me casar com a sua querida mãe."

O vejo passar sua mão nojenta no rosto delicado de minha mãe, a mesma tenta sair de seu gesto, mas ele a segura pelo queixo e faz com que haja uma troca de olhar entre eles. Logo continua falando.

- "Uma mulher que não tinha aonde cair morta, que achou que seria fácil me dar o golpe da barriga. Mal sabia ela que eu sou mais esperto."

Ele deu uma risada que me deu medo.

- "Me casei como meu pai queria, herdando todo o dinheiro da família. Depois abandonei minha esposa grávida sem nenhum centavo, mas antes minha querida Ella, me certifiquei de deixar claro que não queria me separar de minha amada esposa. Ela ia/será minha esposa até quando eu quiser e se um dia ela pensar em me trair, todos vocês irão sofrer!"

Ele fez uma pausa e solta o queixo de minha mãe, que já tinha marcas de vermelho em formato de dedos.

- "Nunca quis engravidar de um canalha como você Oliver! De um homem sem coração, de um mafioso! Você me embebedou, me engravidou e ainda diz que eu queria te dar o golpe do baú, pelo amor de Deus! Todo dia eu me arrependo amargamente de ter me envolvido com você."

Diz minha mãe nervosa, com seus olhos cheio de lágrimas.
Numa fração de segundos vejo aquele monstro, sem pensar duas vezes, dar um tapa no rosto dela, que logo cai no chão.
Me levanto para ajudá-la, mas sou interrompida com a voz autoritária de meu pai.
Vejo minha mãe chorando com a mão em seu rosto.

- "Não se levante minha querida Ella, porque ainda não acabou a história, estou chegando na melhor parte."

Quando percebo vejo minha mãe sentada no chão, aos pés de meu pai, logo ele começa a passar a mão nos cabelos dela, como se fosse um mero animal de estimação.
Aquela cena estava me deixando revoltada, como ele pode fazer isso?
Abandonar uma mulher com filhos, sem dinheiro e ainda bater nela enquanto a mesma está grávida, tratá-la como animal, ele é definitivamente um monstro!
Nunca imaginei que ainda depois de tudo isso ficaria sabendo que ele é um mafioso.

- "Continuando nossa história, depois que você nasceu comecei a colocar alguns vigias em vocês duas, depois em seus irmãos também. Pois sabia que uma hora ou outra, vocês seriam úteis, e a sua hora chegou querida Ella, chegou sua hora de me servir!"

Olhei para aquele ser repugnante, tentando pensar em tudo que ele tinha falado. Nada fazia sentido na minha cabeça, só conseguia sentir raiva, só queria que isso fosse um pesadelo no qual estaria próximo de acordar.
Armas, máfia, casamento, filhos, deixar minha família, nada faz sentido.

- "Você é um mafioso que me vendeu por dinheiro. Você é um louco, sádico! Nunca vou me casar com o filho do seu parceiro e muito menos ter filhos com ele. Eu NUNCA vou fazer isso, eu prefiro morrer! Você é um doente, nunca foi e nem será meu pai! Vou agora mesmo na delegacia te denunciar!"

Com meu sangue fervendo fui pra cima dele, ele tem pelo menos 20 centímetros a mais que eu, nem pensei na hora só comecei a dar socos em seu peito, mas foi tudo tão ineficaz. Era como tentar derrubar uma parede a tapas.
Até que ele me afastou de seu peito e me fez sentir um ardor no lado esquerdo do meu rosto. Nesse momento tudo ficou escuro e eu desmaiei.
Acordo no meu quarto, deitada na minha cama, olho ao redor com dificuldade por conta da claridade, aos poucos me lembro dos últimos acontecimentos.
Tudo que meu pai tinha falado volta em minha mente, só não sei como vim parar na cama.
A última coisa que me lembro é de eu ter levado um tapa do meu pai e depois disso não me lembro de mais nada, também não sei quanto tempo se passou.
Sentei na cama com dificuldade, pois meu corpo todo doía, levei a mão no rosto, em direção a ardência. Logo vejo minha mãe chorando aos pés da cama, assim que ela me viu veio ao meu encontro me abraçar.

- Vendida A Um Estranho *.°|Onde histórias criam vida. Descubra agora