|• Ella Carter •|

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Saio do quarto e vou direto para a cozinha.
Sempre gostei de cozinhar, imagino que Richard deva estar com fome, pois já me disse duas vezes sobre o almoço.
Vejo muitas opções na geladeira, fico indecisa sobre o que fazer, afinal não sei os gostos do meu marido.
A fartura nesta casa é incrível, minha mãe se esforçou muito para que eu e meus irmãos tivéssemos o que comer, mais nunca tivemos a oportunidade de ter uma geladeira cheia, com uma disposição de tantos produtos como aqui.
Decido fazer uma comida mineira, porque é minha especialidade. Arroz, feijão tropeiro, batata assada, carne de porco e salada. É muito fácil cozinhar nesta cozinha, a maioria das coisas já estão prontas, então é só terminar o preparo.
Depois de aproximadamente 45 minutos o almoço já está pronto, então preparo a mesa e chamo meu marido para almoçar, rezando silenciosamente que ele goste da comida.
Acho que ele aprova pois não falou nada sobre a refeição exposta em cima da mesa, faço o seu prato e depois o meu, me sento ao seu lado.
Ele vê e come toda a comida sem dirigir uma palavra e nem um olhar em minha direção, fico pensando o que eu fiz de errado, por que uma pergunta fez ele mudar comigo?
Tem horas que ele e tão comunicativo, romântico e de uma hora para a outra ele se fecha e eu fico com medo do que pode vir.

- "Te espero no meu escritório!"

Diz ríspido, se levanta e sai da sala de jantar sem ao menos me olhar.
Nem termino minha refeição, meu estômago se rebelou com a ameaça do meu marido, e se recusa a digerir mais comida.
Me levanto e vou arrumar a cozinha e sala de jantar. Coloco as louças na máquina de lavar e fico tentando adivinhar como ligar a mesma. Depois de organizar os dois ambientes vou até o escritório de Richard.
Quando chego vejo que a porta está aberta, paro no batente, Richard que estava com a cabeça baixa ergue seu olhar para mim, aquele olhar que me dá medo.
Entro no escritório e me sento na cadeira de frente a sua mesa, ele não tira seus olhos de mim nem por um instante. Depois de um silêncio torturante ele começa.

- "Quando estava negociando nosso casamento, seu pai me disse que você não sabia nada sobre ele, nem sobre os negócios de armas."

Eu apenas assinto com a cabeça concordando.

- "Quero palavras Manuella!"

Diz sério.

- "N-não sabia..."

Minha voz quase não sai.
Até agora é um choque saber que meu pai é um fabricante de armas.

- "Uma das minhas exigências é que você me dê filhos e essa você já sabe. Minha outra exigência é que você seja submissa, isso significa que você não terá opinião em nada..."

Neste momento lembro que não passo de uma mercadoria.

- "...Você só fará o que eu mandar, terá que pedir permissão em tudo que for fazer, ou seja, você será totalmente dependente de mim, afinal você já assinou o contrato que me dá plenos poderes sobre você."

Meu Deus! Isso só pode ser um pesadelo, e ele ainda nem começou a dizer as tais regras.

- "Depois que nossa lua de mel acabar, vamos para alguma de minhas casas e você terá regras que devem ser cumpridas. Claro... que se você desobedecer alguma delas, terá consequências... ou punições, se você quiser chamar assim, que será de agressões físicas até ser privada de algo."

Sinto a cor deixar meu rosto, como assim agressões? Vou apanhar dele? Meu Deus! Me tira desse pesadelo.

- "Você sempre deverá obedecer imediatamente minhas ordens, sem questionamentos ou objeções, em qualquer lugar e na frente de qualquer pessoa."

- Vendida A Um Estranho *.°|Onde histórias criam vida. Descubra agora