|• Ella Carter •|

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A viagem de carro até o apartamento foi longa. Acho que o clima pesado dentro do carro, fez com que a viagem demorasse mais.
Meu marido não me dirigiu uma palavra, acho que a mulher que me cumprimentou no banheiro tem a ver com o clima estranho.
Dá para perceber só pelo modo que meu marido e Christian trocam olhares que eles se entendem. Com apenas um só olhar, Christian já havia entendido que iriamos embora do restaurante. Acho incrível uma interação entre os dois.
Fixo meu olhar na janela. Lá fora vejo pessoas andando apressadas, outras caminhando despreocupados e até algumas com crianças, ou cachorros.
Assim que o carro para na calçada, um segurança do edifício vem abrir a porta do carro, assim que desço sinto um ar me frio atravessar. Richard sai do veículo e logo percebe, então passa seus braços forte em volta do meu corpo.
Quando sinto seu contato, meu corpo todo se arrepia, seu perfume entra em minhas narinas e um pânico se apossa de mim, me lembro da noite de ontem. Tento me desvencilhar de seu abraço, porém seus músculos me mantem no lugar.
Após passarmos pelo hall de entrada, avisto uma mulher de corpo escultural, sentada em um dos sofás da recepção.

Após passarmos pelo hall de entrada, avisto uma mulher de corpo escultural, sentada em um dos sofás da recepção

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Quando ela nos vê, vem em nossa direção. Sinto o aperto de meu marido ficar mais intenso, ao ponto de me fazer franzir a testa.
Richard mantém sua expressão irreconhecível, como se nada o abalasse.
A moça nos alcança em questão de segundos e se joga nos braços do meu esposo, que em nenhum momento me solta para retribuir.

— “Rii, estava com tanta saudade, faz mais de um mês que você viajou, tenho que te contar uma coisa.”

Ela diz ainda abraçada nele, ignorando minha presença.

— “Sofia, quero te apresentar minha esposa Manuella.”

Diz fazendo com que uma mulher não consiga mais me ignorar. Ela fica branca, sua expressão de  alegria de minutos atrás se desfaz, dando lugar a um olhar magoado e triste.

— “Co-como assim esposa Rii, você está brincando?”

Ela fala começando a chorar.

— “Você disse que me amava!”

Sinto pena dela, a dor que vejo em seus olhos é genuína, imagino que ela deva ser apaixonada pelo meu marido e que tinham feito planos juntos.
Me sinto péssima quando penso na possibilidade de Richard amar aquela mulher e que ele só tenha se casado comigo pelos interesses da máfia.
Ele deve me trata mal por não ser ela em meu lugar.
Uma dor forte me atinge em cheio, ele nunca vai me amar, por que ama ela, nunca vai me tratar como esposa, pois eu não sou ela.
Essa constatação me faz querer correr para o mais longe desse lugar, dessa cidade, desse planeta, e me esconder em um lugar que ninguém vá me achar.

— “Não Sofia e não posso ficar perdendo meu tempo com você.”

Richard fala com um tom gélido. Sinto pena da pobre mulher.
Ric se vira e começa a se encaminha para o elevador, mas antes de entrar escutamos a voz chorosa de Sofia.

— “E-eu estou grávida Richard!”

Aquelas palavras fizeram meu coração pular uma batida. Aquela mulher terá o filho que meu marido sempre quis, o herdeiro para a máfia. Enquanto eu serei uma mulher abandonada.
Antes das portas se fecharem ela continuou.

— “Meus pais me expulsaram de casa, não tenho para onde ir.”

Diz agora mais recuperada. Meu marido coloca as mãos na porta, impedindo que o elevador se feche.

— “Vamos conversar no meu escritório.”

Ele fala com o semblante sério. A mulher entra no elevador, com a expressão triste, seu rosto antes tão bonito pela maquiagem agora está vermelho e inchado.
A cada momento me sinto mais culpada, por estar usufruindo o lugar  que deveria ser dela.
O silêncio do elevador é perturbador, Richard está atrás de mim, me mantendo colada ao seu corpo, me segurando pela barriga. Já a mulher gravida do meu marido, está do outo lado do elevador, com a cabeça baixa, acho que evita olhar para a gente. Até entendo, no lugar dela estaria assim também.
Logo estamos dentro do apartamento. Richard me dá um beijo suave na boca e diz:

— “Ella, vou conversar com Sofia, porém a conversa vai ser rápida.”

Fala olhando para ela.

— “Me espere no quarto, que assim que terminar vou lá ficar com você.”

Me viro.

— “Boa noite.”

Falo mas ninguém me responde. Resolvo fazer o que me foi pedido, subo as escadas, vendo os dois se dirigirem para o escritório.

***

Já no quarto me encaminho direto para o banheiro, quero tomar um banho e tirar essa culpa que está nos meus ombros. Fico ali por alguns minutos, antes de dar o banho como encerrado.
No closet me deparo com uma infinidade de camisolas, porém todas curtas e sexy de mais. Nada ali seria uma escolha minha.
Decido colocar uma camisola qualquer.

Quando volto para o quarto, meu marido está parado tirando o seu sobretudo

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Quando volto para o quarto, meu marido está parado tirando o seu sobretudo. Assim que nota meu olhar em suas costas, se vira de frente para mim.
Fico parada no mesmo lugar, enquanto ele começa a se mover ao meu encontro. Ele retira uma outra blusa, ficando apenas de camisa, seu caminhar é tão sensual que não consigo desviar o olhar, seu olhar é de um predador pronto para abocanhar sua presa.
Quando está a centímetros de mim, sinto minha respiração pesada e o meio das minhas pernas começa a pulsar. Não entendo como posso estar excitada só com o olhar e caminhar do meu marido.
Sinto suas mãos em minha cintura, logo a excitação que eu sinto se esvai, me deixando medo no lugar, não quero contato com ele.
Meus olhos se enchem de água, minha respiração fica mais rápida e profunda, meu corpo treme involuntariamente. Sinto um frio congelante subir por minha espinha e começo a me sentir sufocada, o ar que entra em meus pulmões não é suficiente.
Minha vista começa a ficar embaçada e aos poucos vou me abaixando, até estar de joelhos no chão. A última que consigo captar é meu marido gritar por meu nome.

...

- Vendida A Um Estranho *.°|Onde histórias criam vida. Descubra agora