Beijar na chuva

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Hey, gente! Meio grandinho mas foi preciso!

Vejo vocês lá embaixo!

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Pov Caroline

Um belo dia desse ano eu acordei e percebi que estava em uma constante queda livre.

Estava caindo de um grande precipício. Todos os meus pensamentos passaram de repente a ser sobre a Day.

Sobre como ela costumava me olhar ler meus livros  quando achava que eu não estava olhando e a forma que desviava o olhar logo depois que eu fingia estar reparando.

Eu tentava não pensar tanto no fato de que estava tendo esse tipo de pensamento sobre a minha melhor amiga criada junto comigo desde os três anos de idade. Era bom sentir aquele frio na barriga quando eu me pegava pensando se os lábios dela eram macios. 

A primeira a reparar foi a Thaylise. Talvez por ela me conhecer há séculos ou talvez por eu ter ficado tão surpresa com meus próprios sentimentos que não dei espaço para conseguir disfarçar.  Ficava observando a Day andando de skate e não conseguia conter meu sorriso de lado sempre que ela acertava uma manobra e olhava sorrindo na minha direção como quem diz "você viu?".

Mas ao mesmo tempo que me parecia a coisa mais certa do mundo ficar com ela também me dava a sensação de ser provavelmente a coisa mais arriscada que eu faria em toda a minha vida. Segurar a mão da Day e beijar seus lábios dentro de um banheiro era completamente diferente de segurar sua mão e dizer para todos que estávamos juntas.

E passei noites me revirando na cama pensando se teria coragem. Quero dizer, eu conhecia meus pais e conhecia os pais da Day. Éramos frequentadoras da igreja desde que eu me entendia por gente e mesmo que nossos pais nunca tivessem deixado claro se eram contra o amor entre duas pessoas do mesmo sexo...eu podia suspeitar que elas não seriam grandes apoiadoras.

Mas de certa forma...eu achava que no fundo teria coragem.

Sabia que se ela continuasse ali me impulsionando eu acabaria não ligando se iam ficar falando coisas ruins para mim o dia inteiro...desde que no fim da noite ela continuasse a jogar pedrinhas na minha janela enquanto sorria e me dizia que queria ouvir eu ler minhas histórias.

Eu amava a Day demais.

E enquanto eu olhava pela janela do quarto  da Elana, limpando as lágrimas dos meus olhos eu me reprimi de pensar que talvez a Day não sentisse o mesmo.

Quero dizer, eu passei tanto tempo achando que EU quem a estava confundindo com meus sinais mas nunca havia parado para pensar que talvez ela quem só quisesse ficar por ficar.

Porque afinal...quem diz que está apaixonado por alguém, enche a cara e beija outra no que deveria ser o primeiro encontro?

_ Olha...você já acordou.

A voz da Elana soo baixa enquanto ela adentrava no quarto de hóspedes da própria casa segurando duas canecas com um líquido quente.

Eu sorri de lado como quem diz o óbvio.  Eu estava acordada mas ainda me sentia perdida em pensamentos. Em um sonho ruim.

_Não vou perguntar se dormiu bem prefiro saber se você quer me acompanhar no café.

Bom, agora sim eu podia começar a me mover.

_Obrigada por isso...

Eu sorri mais sincera dessa vez e levei a caneca aos lábios.  Elana me olhava preocupada pois na noite passada eu fui quieta o caminho inteiro e quando chegamos eu fui bem mal educada e apenas me tranquei no quarto de hóspedes.

Velha infância(Dayrol)Onde histórias criam vida. Descubra agora