Ideia romântica

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Pov Caroline

_Você realmente atravessou toda a cidade de bicicleta apenas para me ver com o vestido da festa?

Eu perguntei com a voz baixa enquanto a Day olhava pela janela do carro do Rafael. 

Já tínhamos falado sobre isso na loja mas de alguma forma eu continuei sorrindo mesmo depois da Day já ter confirmado umas três vezes que sim, ela havia pego a bicicleta do Vitor e vindo atrás de mim só porque teve medo de não poder vir ao meu aniversário e perder a chance de me ver pessoalmente de vestido.

A Day virou lentamente o rosto na minha direção e ao perceber que eu estava sorrindo também sorriu. Eu amava quando ela sorria em resposta ao meu próprio sorriso.

_Hum...não sei. Acho que depois da terceira vez que você me pergunta isso eu acabei mudando de ideia. Atravessei a cidade só para ver aquela vendedora charmosa!

Ela disse isso com a voz baixinha para o meu irmão não ouvir e com aquele tom brincalhão.  Revirei os olhos e dei um empurrão fraco no ombro dela como se dissesse "para de ser boba".

Minha melhor amiga me deu lingua e seu sorriso suavizou enquanto ela me olhava disfarçadamente. Percebi que apesar de discreto, meu irmão mais velho também estava nos olhando pelo retrovisor, e parecia completamente curioso para saber o motivo dos nossos sorrisos cúmplices.

Suspirei baixinho e falei ainda com um sorriso no rosto:

_Uma menina que atravessa a cidade inteira de bicicleta só para me ver. Será que sou muito sortuda?

Reparei que a Day reprimiu um sorriso e grudou os olhos em seus dedos descansando nas suas pernas. Ela costumava desviar o olhar do meu quando se sentia tímida. Provavelmente a menina também havia percebido a falha tentativa do meu irmão de parecer completamente desinteressado nos nossos sussurros.

_Ou isso ou eu sou completamente esquisita.

Dessa vez quando eu a olhei a menina já estava me olhando. E me olhando com aquele olhar suave que dizia "ei, eu sou a sua melhor amiga" mas que também dizia "ei, eu sou a garota por quem você esta apaixonada e provavelmente vamos nos beijar muito depois que sairmos desse carro". E eu gostava tanto da Day que nem havia mais pensado no fato de que eu provavelmente estava usando a minha calcinha de coelhinhos preferida.

Ok. Talvez mesmo que eu gostasse muito da Day eu ainda sim estava pensando muito no fato de estar usando a calcinha de coelhinhos.

_Um pouco das duas coisas?

Eu perguntei enquanto aconchegava minha cabeça no ombro dela. E ela pareceu quase tão surpresa quanto o meu irmão pelo meu gesto. Já que o Rafael, dessa vez, nem fingiu estar prestando atenção no trânsito, me encarou com a testa franzida e um claro ponto de interrogação no olhar quando eu suspirei com o contato do braço da Day com o meu rosto.

_Isso...assusta você?

A mais alta perguntou. Tive vontade de perguntar se ela estava se referindo ao fato da brincadeira sobre ela ser esquisita ou sobre os olhares questionadores do meu irmão. Mas no fim, a resposta para as duas coisas eram a mesma.

Suspirei um pouco antes de responder e me aconcheguei mais um pouco.

_Me da mais vontade de ficar do que de ir, Day.

A Day me olhou pelo canto dos olhos. Eu duvidava que pela posição ela pudesse enxergar meu sorriso mas por algum motivo tive a sensação que ela sorria tanto quanto eu quando murmurou:

_Bom...então a sortuda sou eu, no final das contas. 

Eu não tinha mais o que falar sem acabar soando como uma boba então acabei optando por ficar o mais próxima possível do ombro da menina enquanto olhávamos para as casas do nosso bairro pelo vidro do carro, denunciando que já estávamos perto de nossas casas. 

Velha infância(Dayrol)Onde histórias criam vida. Descubra agora