Velha infância(Dayrol)

Casamento

Pov Caroline

Acho que eu nunca havia me apaixonado antes.
Quero dizer, eu estava acostumada a ler livros sobre esse sentimento. E todos os parágrafos costumavam narrar algo que parecia como ter todo o céu em sua frente. Borboletas no estômago e todas essas coisas que os romances tanto propagam.

Mas...

Ao abrir a cortina do vestiário e dar de cara com uma Day com os olhos avermelhados e as bochechas coradas de quem havia corrido muito para estar ali eu percebi uma coisa.

Ou os livros de romance haviam mentido ou meus sentimentos por aquela menina já tinham ultrapassado qualquer mera definição impressa em livros.
Pois quando a minha melhor amiga correu ao meu encontro e começou a murmurar "me desculpa" enquanto me abraçava mais forte do que eu me lembrava de já ter sido abraçada, eu percebi. Percebi que antes dela nunca havia me apaixonado antes.

A simples ideia de ela estar chorando porque alguém havia a magoado fazia eu esquecer por alguns segundos que tinha apenas 1,57 de altura. Me fazia desejar ter super poderes apenas para machucar muito a pessoa que havia a deixado assim.

Engoli em seco enquanto passava a mão lentamente pelo cabelo da Day em uma tentativa de acalmar a menina.

Eu sabia quem havia sido essa pessoa.

_Day...a Fernanda me enviou uma mensagem.

Eu falei calmamente e suspirando. A Day, que ainda estava com os braços ao meu redor em um abraçado apertado, se afastou um pouco e com uma voz incrédula disse:

_O que?! Ela fez o que?!

Eu olhei nos olhos da menina. Dava para ver as lágrimas secando e dando lugar a um sentimento de raiva.

_Bom...ela me enviou uma mensagem poucos segundos antes de você entrar na loja.

A Day se afastou do meu corpo e limpou as lagrimas com as costas da mão.

_Eu não acredito que ela fez isso. Puta merda, eu pedi uma única coisa! Uma ÚNICA coisa!

A Day começou a falar em voz alta e isso começou a atrair olhares curiosos das vendedoras e de algumas clientes. Peguei rápido na mão da menina e falei enquanto andava:

_Vem aqui comigo rapidinho.

A Day deixou que eu a guiasse mas continuou falando com a mesma indignação:

_Ela podia fazer tudo, Carol! Me expor pra minha mãe, Gritar pra família, Colar cartazes na cidade inteira contando que sou lesbica mas ela não podia chegar perto de você!

Eu comecei a procurar provadores vazios na loja enquanto puxava pela mão  uma Dayane irritada.

_Quer saber? Eu vou lá agora mesmo e colocar essa garota no lugar dela!

Finalmente achei uma cabine vazia no final do corredor. Puxei com rapidez a Dayane pelo braço pois algumas clientes também já estavam começando a entrar.

_Quem ela pensa que é para mandar mensagem te ameaçando e...

Empurrei a Day dentro do provador junto comigo e as costas da minha melhor amiga bateram na parede. A Day me olhou confusa mas eu não deixei muito tempo sobrando para que ela continuasse a gritar aos quatro ventos. Apenas segurei sua nuca e colei nossos lábios.

A Day arregalou os olhos e eu murmurei enquanto colocava meu dedo entre seus lábios:

_Shhh...a gente conversa sobre isso depois, amor...

E aproximei meus lábios com mais delicadeza dessa vez já que a respiração da Day estava desregulada.

Abri meus olhos apenas alguns segundos antes de presenciar a própria Day relaxando e retribuindo meu beijo logo depois.