Emergência

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Pov DAY

Eu nunca me considerei uma garota sortuda. Quero dizer, a probabilidade de eu chutar os exatos números certos da megasena é completamente baixa e eu quase sempre quebro espelhos e garanto mais sete anos de azar...

Mas...existem momentos em que eu fico com os olhos arregalados e penso "UAU, ISSO COM CERTEZA É SORTE". E todos esses momentos com toda certeza envolviam a Caroline.

Enquanto ela estava sentada no meu colo me beijando lentamente e suspirando toda vez que eu tinha coragem suficiente para subir meus dedos pelas suas costas eu só conseguia pensar:
"Preciso tirar um tempo para agradecer a Deus ou a algum guente da sorte por esse momento!"

Mas como eu disse...minha vida mais parece um filme cheio de reviravoltas da sessão da tarde pois no segundo seguinte em que olho nos olhos da minha melhor amiga e a garanto que estava a beijando porque realmente queria...a porta se abre como em um estrondo.

Me empurrando de um precipício onde eu estava com a menina mais incrivel do mundo.

E é ai que a minha sorte acaba.

_Meninas, vocês querem...

Arregalo os olhos quando vejo a imagem da tia Rose parada bem na porta do meu quarto. Primeiro eu olho para a Caroline. Mais especificamente para a mão da Caroline. Uma estava na minha perna e a outra segurando a minha mão. Quando olho para a Tia Rose percebo que ela está olhando para meu rosto e para a própria filha com uma expressão neutra.

Caroline está com os olhos arregalados também e parece em dúvida entre afastar o corpo do meu pois estávamos bem próximas...

Levando em consideração que ela estava no meu colo segundos atrás...sim...estávamos bem próximas.

O rosto dela estava estampado as letras "SOCORRO" e só por isso eu decidi tossir e falar com a voz mais disfarçada que consegui:

_Tia Rose, você assustou a gente...

A Carol na mesma hora se levantou da minha cama em um pulo e falou enquanto mexia descontroladamente os próprios dedos e olhava para a própria mãe:

_O que a senhora veio dizer? acho qu estava nos oferecendo algo!

Eu podia ver uma gota de suor descendo pela testa da menina ruiva enquanto a tia Rose parecia completamente perdida nos próprios pensamentos e com a expressão neutra. Parecia que estávamos em um purgatório esperando nossa sentença enquanto a mulher nos olhava silenciosa.

Apesar de parecer uma eternidade devem ter passado só alguns segundos quando a Rose falou com a voz menos animada do que o comum:

_Ia chamar vocês duas para um lanche mas acabo de lembrar que já está tarde.

A Caroline franziu a testa como quem diz que não está estendendo nada e depois olha para mim. Abro a boca para dizer alguma coisa mas bem nesse momento a mãe da ruiva diz rapidamente:

_Nós já estamos de saída.

A Carol balançou a cabeça negando e me levantei da cama dizendo:

_Tia, a Carol pode dormir aqui? a gente ainda não acabou de ver o filme...

Eu estava completamente sem graça mas ainda sim apontei para a televisão.  Porém como eu disse...não sou sortuda e a tela estava congelada nos créditos finais do filme.

Tia Rose levantou a sobrancelha.

_Pois parece que já acabou.

Eu abri a boca para responder mas minha mãe também entrou no quarto e seu sorriso se deslanchou quando percebeu a melhor amiga de braços cruzados enquanto eu e Caroline ficávamos encarando uma a outra.

Velha infância(Dayrol)Onde histórias criam vida. Descubra agora