Pov Narrador
Dona Rose, mãe de três filhos, completamente dedicada nas tarefas da igreja do bairro que ela orgulhosamente havia ajudado a se consolidar bem no seu início e melhor amiga de outra orgulhosa fiel da igreja que também fingia não se importar com todo o dinheiro que haviam gasto construindo aquela igreja frequentada por praticamente todas as pessoas que moravam no bairro.
Rose gostava tanto de sua amizade com Selma que por um momento ficou com medo de ter se oferecido para ser babá da pequena Dayane de 4 anos. Quero dizer, imagina só se Caroline, sua filhinha amada, não se desse bem com a filha da sua amada amiga? A amizade das duas mães poderia acabar no momento em que Caroline falasse que Dayane era uma menina chata e se recusasse a brincar com a mesma.
Então, treze anos atrás quando Selma pegou nas mãos de Day e falou que ela precisava ser uma menina boazinha com a pequena Caroline....bem...ela não estava apenas sendo educada. As duas mãe queriam, ou melhor, PRECISAVAM que suas filhas se dessem bem.
Mas aparentemente a sorte de Selma e Rose estava extremamente boa pois foi só a pequena Day, conhecida mundialmente por ser uma criança meio emburrada, colocar os olhos naquela garotinha ruiva e despenteada que ficou completamente óbvio para todos os presentes que as meninas tinham se dado bem. Quero dizer, até a pessoa mais desligada do mundo perceberia o quanto elas se davam bem.
E quanto mais as meninas iam crescendo, mais Rose percebia um fato que ficava martelando em sua mente...
Até um cego saberia só de olhar que elas se davam bem.
E talvez fosse uma cisma sem fundamento mas quando as meninas completaram onze anos, Rose começou a pensar que talvez elas se dessem bem até demais.
Quero dizer, ela não sabia exatamente o que estava acontecendo com Caroline mas quando Day viajou por uma semana para visitar a tia no interior parecia que Caroline estava decretando luto. A menina ruiva, que antigamente gostava de acordar cedo nos fins de semana e molhar as flores, de repente estava dormindo até quase duas da tarde e sempre ficava encarando fixamente a janela da sala.
Isso tinha a ver com Dayane?
Claro que Rose já havia tido amigas das quais ela gostava muito na infância mas...
Talvez ela estivesse ficando completamente louca mas alguma coisa na forma como Caroline ficava olhando com tristeza para a janela do quarto de Dayane com a luz apagada fazia ela pensar que talvez...
Apenas talvez....
Caroline estivesse pensando até DEMAIS em Dayane.
Primeiro Rose ignorou. Fingiu não perceber os olhares.
Ela realmente estava vendo coisa onde não tinha, certo?
Decidiu que conversaria com Isaias, pai dos seus três filhos e conhecido mundialmente por ser a pessoa mais calma e amante de palavras cruzadas que já havia pisado em todo o bairro.
_Ei, benzinho. A janta já esta pronta?
Isaías falou assim que adentrou na cozinha. Rose olhou o fogão, estava tão perdida nas suas teorias sobre a vida amorosa de sua filha mais nova que tinha até se esquecido que estava cozinhando um frango.
_Logo menos o frango estará pronto, meu bem.
Ela respondeu sorrindo. Queria entrar no assunto. Mas não sabia como perguntar. Isaías era calmo mas será que iria reagir mal se ela sugerisse que...TALVEZ....APENAS TALVEZ...Caroline fosse...
Fosse...
_As crianças estão todas em casa para eu chamar quando a janta estiver pronta?
Nenhum dos seus filhos ainda eram crianças mas Rose nunca perderia o costume de os chamar assim. Ela REALMENTE era uma mãe protetora.
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Velha infância(Dayrol)
RomanceCarol nunca achou que se apaixonaria pela sua melhor amiga. Principalmente uma melhor amiga que a ajudou a convencer o menino dos seus sonhos a ser o seu par na valsa de aniversário. Day também tem certeza que nunca se apaixonaria por Carol...mas e...