madrugada

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     POV DAY

O PROBLEMA DO BEIJO ERA O SEGUINTE: EU NÃO CONSEGUIA PARAR DE PENSAR NELE.

E eu tentei. Tentei a todo custo prestar atenção no filme que as meninaa colocaram mas toda vez que a Caroline soltava uma risada por achar algo engraçado meu olhar era atraído para o rosto dela. E sabe o que estava lá no rosto dela?

A boca dela.

E sabe o que estava na boca dela menos de duas horas atrás?

A MINHA BOCA!

Nem mesmo a Elana reclamando que deveríamos beber vinho no seu aniversário de 17 anos teve o poder de desviar minha mente de como a Caroline havia colocado meu lábio entre os dentes e ficado na ponta dos pés para encostar ainda mais o corpo pequeno no meu.

E...uau...onde ela havia aprendido aquilo?

Com certeza não foi nesses filmes de romance que ela insiste em assistir...

Talvez em outro tipo de filme...

Minhas bochechas ficam vermelhas porque de repente me pego desejando muito que ela acorde e venha mais uma vez encostar os lábios nos meus. Mas eram quase três da manhã e a menina ruiva estava dormindo tranquilamente ao lado da Thaylise enquanto eu estava encarando o teto e tentando não pensar em nada que me remetesse ao beijo.

Como ela pode conseguir dormir depois de termos nos beijado daquela forma no banheiro?

EU PRECISO FALAR COM ELA. VOU A ACORDAR AGORA MESMO!

Respiro fundo e depois de contar até 30 tomo coragem e me levanto bem devagar para não acordar a Elana e vagarosamente vou na direção de onde a Caroline estava deitada toda encolhida. Paro na frente dela e fico olhando aquele vislumbre de seu corpo.

Caroline com um sorrisinho suave, abraçando o travesseiro como se ele fosse seu antigo ursinho da infância, o peito subindo e descendo tranquilamente e automaticamente eu me sinto meio idiota por cogitar acordar ela.

O que eu diria afinal?

"AH, OI! NÃO CONSIGO PEGAR NO SONO TEM COMO VOCÊ ME CONTAR HISTORINHAS?"

Ela aperta um pouco o travesseiro e sua boca se abre um pouco quando ela faz esse movimento. E é quando eu engulo em seco já que estou realmente muito tentada a me inclinar e encostar nossos lábios novamente.

Haviam sido 13 anos testando todo o meu autocontrole e agora eu iria jogar fora ele assim?

Existiam certos limites que uma amizade poderia chegar. E eu sempre tive em mente que não poderia de jeito nenhum cogitar a possibilidade de beijar aquela menina, não importava o quão beijável e róseos os lábios dela pareciam eu tinha que arrumar um jeito de desviar minha mente...

Então sempre que ficávamos muito próximas e meu olhar recaía para os lábios dela minha mente era reiniciada automaticamente e eu falava rapidamente: "UAU, VAI CHOVER HOJE, HEIN!"
E isso havia dado certo...juro que estava dando certo!

Eu até estava conseguindo tirar essa curiosidade inevitável que me rondava desde pequena de como seria beijar aquelea lábios...
Mas então, como se jogasse na minha cara que todo o meu esforço havia sido em vão, a própria Caroline me beijou.

E eu até conseguia ouvir a voz da Caroline dizendo:

"Haha, Dayane! Engula essa!

Evite me beijar por 13 anos que não vai adiantar de nada pois vou te beijar de repente e você vai ficar para sempre pensando nisso!"

Velha infância(Dayrol)Onde histórias criam vida. Descubra agora