Paz e peitos

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Pov Narrador

Talvez fosse a proximidade da primavera. Quem sabe  fosse os ventos do Sul chegando e trazendo todas aquelas emoções. Ou talvez fosse o fato de que estava apaixonada havia mais tempo do que podia contar nos próprios dedos das mãos...

Era nisso que Day pensava enquanto a horrível treinadora de volei gritava mais alto que seus pensamentos.  Day tentava arrumar uma justificativa que não fosse tão "ugh, você é tão melosa" para o fato de não conseguir tirar um segundo sequer Caroline Biazin dos seus pensamentos.

E bom...ela já deveria estar acostumada com isso, certo? afinal, a menina morena nem ao menos conseguiria dizer quando exatamente percebeu que estava em queda livre. Não sabia dizer quando tudo tinha começado, só se lembrava de um dia ter acordado, e antes mesmo que seus olhos se abrissem reparou que todos os seus pensamentos haviam sido sobre Caroline. E quando a ficha caiu ela falou o mais sinceros dos:

"Ai...merda."

E agora, quase três anos depois desse dia, Day continuava falando os seus mais sinceros:

_AI, MERDA!

O grito de Day  foi tão alto que até a treinadora virou o rosto para olhar na direção dela. Day estava alisando o braço direito e apontava para uma menina que apesar de ser baixinha não era nada inocente. Havia jogado arremessado a bola de propósito na direção de Day.

_Treinadora, isso é falta! meu braço vai necrosar aqui de tanta dor que tô sentindo!

Day disse enquanto percebia que o braço realmente estava ficando vermelho. Puta merda. Aquela  garota podia ser baixinha mas realmente tinha força. Já era a hora de Day ter aprendido que as meninas baixinhas sempre conseguiam a surpreender.

Oh, ali estava ela pensando em Caroline novamente.

_Treinadora, eu passei a bola para ela normalmente! se a Lima estivesse prestando a atenção no jogo nada disso teria acontecido!

A baixinha resmungou em resposta. Day franziu a testa, reconhecia aquela menina de algum lugar. Só não sabia exatamente de onde...

_Você chama ISSO de passar a bola normalmente?! 

Day apontou para o próprio braço e a menina olhou como quem diz "isso ai? bobagem!". A treinadora revirou os olhos e se aproximou das duas com aquela voz de quem não está com a menor paciência para briguinhas estilo quinta série.

_Gomes, sua jogada foi totalmente visando ao braço de Lima. Com toda certeza não era só ela que não estava com a mentalidade apenas no jogo.

Day olhou para a menina baixinha, que aparentemente tinha o sobrenome Gomes, e teve que morder o lábio inferior para não dar lingua para ela como quem diz "Há! você se ferrou" mas bem nesse momento a própria treinadora virou o rosto para Day e aquele olhar sério da mulher com certeza fez Day engolir a própria saliva.

_Por outro lado...Lima, você está sendo uma péssima jogadora hoje. Será que essa bolada no braço a despertou dos pensamentos ou precisarei de outras meninas imaturas te acertando?

Gomes deu um sorrisinho de lado e murmurou:

_Pois eu acho que ela deveria gastar menos tempo pensando em meninas, treinadora. Assim é melhor pois evitaria muitos corações partidos.

Day franziu a testa. "corações partidos"  de que merda aquela baixinha estava falando? Day nem ao menos se lembrava de já ter dito "oi" para ela.

A treinadora olhou para Day, com a testa franzida e uma expressão de quem não esta entendendo nada, depois olhou para Gomes, uma careta de rancor e olhar de quem poderia pulverizar Dayane em poucos segundos. Então suspirou e pensou "Ok. assunto de meninas".

Velha infância(Dayrol)Onde histórias criam vida. Descubra agora