Quase namoradas

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Pov Day

O sol da manhã entrou pelas frestas da cortina da Caroline revelando que um novo dia tinha acabado de começar. Eu já estava acordada bem antes de perceber essas luzes nos espiando. Quero dizer, eu duvidava que ao menos tivesse dormido naquela noite.

Era como se eu estivesse assistindo um filme francês muito bom que caso eu perdesse apenas um segundo acabaria não entendendo a história no final. Eu me sentia assim enquanto estava deitada do lado da Caroline no meio da madrugada. Ela era meu filme francês preferido e traduzido em português do melhor jeito.

Nós duas dormíamos juntas desde os 4 anos de idade mas...antigamente o repertório antes das duas finalmente cairem no sono era completamente diferente. Caroline costumava ligar alguma série na netflix e nós duas ficávamos fazendo comentários bobos enquanto estávamos deitadas uma do lado da outra na cama.  Mas era uma do lado da outra de uma forma que sempre parecia que ela estava a mil quilômetros de distância...quando na verdade eu sabia que era só eu esticar meus braços se quisesse tocar o corpo da menina.

Mas agora...ali estava a Caroline. Meu rosto estava no vão do pescoço dela e minhas mãos  apoiadas na cintura dela de forma suave e despreocupada. Ontem á noite a televisão ficou desligada e não fizemos comentários bobos. Nossas bocas estavam ocupadas demais.

Se beijando.

Virei um pouco o rosto para o lado para tentar espiar um pouco mais a Caroline dormindo. Ela estava com aquela expressão tranquila que sempre tomava seu rosto quando a menina ficava distraída. A boca estava meio aberta e o peito subia e descia bem devagar.

Ela parecia tão inocente e angelical olhando naquele momento.

Bom...Dayane. Ela com certeza não é mais tão inocente quanto você costumava achar umas semanas atrás.

Engoli em seco.

O que eu estou querendo dizer com isso, afinal?

Quem você esta querendo enganar, Dayane? você e eu sabemos que você está pensando sem parar sobre o quanto ela te deixou surpresa na garagem ontem.

EI! EU NÃO ESTOU PENSANDO SEM PARAR NISSO!

Então você está me dizendo que quando você olha para essa menina dormindo no seu peito você não pensa em como ela se empinou para que você pudesse a tocar mais?

Ham...Não.

Respiro fundo. Talvez eu esteja maluca conversando com a minha própria cabeça mas só para provar para esse meu lado maligno eu viro um pouco o meu rosto. Olho para o rosto da menina ruiva. Ela parece exatamente como sempre pareceu. O rosto suave que me dava vontade de abraçar, as bochechas fofas e...

Talvez o universo realmente me odeie pois nesse exato momento a Caroline suspira.

E não é um suspiro normal e desleixado.

Escapa até mesmo um gemido de seus lábios.

E eu reviro os olhos antes de pensar...

Ok, mente. Faça o seu trabalho.

Sinceramente, nem preciso fazer esforço para lembrar de como a Caroline encaixou perfeitamente bem entre as minhas pernas lá na garagem. A menina sorriu de lado quando sentiu minhas mãos subindo pelas suas costas e eu quase engasguei quando senti seus lábios tão quentes no meu pescoço fazendo movimentos tão bons com a lingua que eu precisei me lembrar de todas as orações do mundo para não abrir logo de uma vez os shorts dela e deixar a minha boca menos seca.

Naquele momento eu podia sentir meus dedos formigando para segurarem com força a perna dela e a abrirem um pouco mais para que além da minha cintura eu também pudesse colocar o meu rosto. Mas então...a Caroline para o que estamos fazendo e arregala os olhos como se eu tivesse acabado de chutar um bebê passarinho.

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