Capitulo 2

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• Elena Collins •

Acordo com batidas na minha porta e já dou um pulo da cama com o coração disparado. Noto que o dia já amanheceu e eu dormir como uma pedra, depois de chorar por horas.

-Elena! Sou eu, pode abrir- escuto a voz da minha prima e corro até a porta para abri-la. Assim que aberta, Juliet corre até mim e me abraça apertado, me fazendo se sentir segura pela primeira vez. Nos afastamos e seu sorriso se esvai assim que ela olha para o meu pescoço e vê o machucado.

-aí meu Deus Elena! Esse cara é um monstro- ela diz horrorizada e extremamente chocada.

-onde ele está? - pergunto ainda com medo na minha voz.

-está lá embaixo, com minha mãe e a polícia - ela diz e meus olhos se arregalam.

-a polícia?- pergunto ainda sem acreditar.

-é. O que ele fez foi muito sério Elena, ele tem que pegar por isso. - ela diz e de certa forma eu me sinto aliviada. Eu deveria me sentir péssima? Não. Não deveria. Esse homem fez da minha vida um inferno e quase me matou. Espero que ele aprodreça na cadeia.

-tudo bem- é tudo o que eu consigo dizer.

-eu preciso que me acompanhe, nós vamos até a delegacia e você irá prestar a queixa. Você está a salva agora, Elena. Ele não vai se safar dessa. - ela diz e eu apenas concordo com a cabeça. Juliet segura na minha mão e nós saímos do meu quarto, indo direto para a sala. Assim que chegamos, minha tia Anastácia vem até mim e me abraça apertado.

-oh minha querida, você está bem? - ela pergunta preocupada avaliando todo o meu rosto. Ela olha para a minha garganta e solta um suspiro de raiva.

-você vai ficar bem, me ouviu? Eu estou aqui e vou te proteger desse monstro- ela diz e eu apenas concordo com a cabeça.

-Elena, minha filha. Por favor, diz pra esses policiais que eu não fiz nada com você- escuto a voz do meu pai, e olho pra ele. Ele está algemado, ao lado de dois grandes policiais. Ele me encara sério, tentando de alguma forma me intimidar.

-ele tentou me enforcar. Estava extremamente bebado e agressivo. Por favor, prendam esse homem - digo com a voz firme. Pela primeira vez em toda a minha vida, eu não tive medo dele. Não tive medo do que pudesse fazer. Acabou.

-vamos- o polícia o empurra com agressividade pro lado de fora da casa, enquanto ele grita como um louco.

-você está dando as costa pro seu pai! Sua ingrata! Você vai me pagar tá ouvindo? Vai me pagar ! - ele grita, me fazendo arrepiar.

-está tudo bem agora, eu prometo- Juliet diz ao meu lado, enquanto segura a minha mão, em sinal de apoio. Eu apenas balanço a cabeça afirmando.
Depois disso, nós entramos no carro da minha tia e fomos direto pra delegacia. Lá, eu sou obrigada a contar tudo o que aconteceu detalhadamente. Minha tia é advogada, o que significa dizer que ela esteve ao meu lado o tempo inteiro. A delegada me deu apoio e garantiu que o meu pai ficaria preso.
Logo depois, minha tia nos levou a um restaurante pra almoçarmos.
Agora estamos sentadas em uma mesa de canto, o restaurante é bem calmo e silencioso, exatamente o que eu precisava agora.

-você tá bem?- minha tia pergunta preocupada e eu forço um sorriso.

-graças a vocês. Eu nem sei como agradecer - digo realmente grata pro tudo. Minha tia é irmã da minha mãe e nunca apoiou o relacionamento dela com o meu pai, ela sempre viu nele o homem que ele era de fato, frio e agressivo. Minha mãe descobriu que estava grávida de mim, então se mudou pra essa cidade pra ficar o mais longe possível da minha tia e dos seus julgamentos, ela acreditava que o meu pai era um bom homem e que seria um ótimo pai pra mim. E então, no dia do meu nascimento, ela morreu e eu, fiquei sobre os cuidados desse homem deplorável . Minha tia e minha prima sempre vem me visitar nas férias de verão e sempre tentaram me proteger desse monstro, ele sempre me tratou da pior forma, mas tinha a minha guarda em suas mãos, o que significa dizer que tive que passar os dezoito anos da minha vida, sobre os seus "cuidados", vivendo nesse inferno. E agora, eu me sinto livre pela primeira vez em todos esses anos. É como se eu pudesse respirar finalmente.

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