Capítulo 60

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Maju narrando

Acordei tão bem, que resolvi fazer um café pra todo mundo. Peguei os ovos e comecei a mexer enquanto eu tava cantarolando, me assusto com a Sofia

- credo, que susto

- para, você já tá acostumada

- mesmo assim é como se fosse a primeira vez, o susto é maior

- vá se fuder, tava aonde ontem?

- tava na praia com o VR

- dando no mar que eu vi - riu

- como?

- eu fiquei enchendo o saco do Mathias pra comer aquele pastel da praça, aí a gente saiu junto com o VR, aí ele voltou pra casa e ficamos lá até 02h, quando eu tava indo deitar, fui fechar a porta da varanda e de lá vi vocês dois

- será que mais alguém viu?

- pelo amor de deus, você pensa nisso?

- lógico, vai que alguém tira uma foto

- para, sabe aquele pé de manga que tem lá atrás da boca?

- sim

- tava dando para o Mathias um dia desses ali, e tava de tarde

- que fogo é esse

- é amor, ele é a única pessoa que eu quero dar

- misericórdia, VR só me pediu um tempo, acho que vamos ficar juntos

- espero, tô ansiosa pra esse momento.

Terminamos de ajeitar, e cansamos de esperar os meninos então acabamos comendo e indo pra praia pegar uma marquinha

- eu acho que passei naquela prova, lembra? - Sofia falou

- lembro, só não sei aonde foi

- trabalhar junto com uns advogados na delegacia

- é bom desistir

- eu queria tentar, o problema é que eu tenho medo

- é bom mesmo, você trabalhando na polícia sendo filha de traficante, imagina a merda

- isso que é chato, não podemos aproveitar nada

- sei bem, acho que vou mudar de curso

- você ama direito

- eu amo, mas to pensando no meu futuro, se eu realmente quiser sair do morro preciso ter uma estabilidade

- vai fazer o que ?

- administração, mudo minha loja pro shopping, e depois volto com direito

- é bom, agora é só conversar com sua mãe

- ela vai entender - Sofia balançou a cabeça

Acabei dormindo no sol, tenho certeza que depois vou ficar toda vermelha e queimada. Quando chegamos em casa os meninos estavam jogando, tomei meu banho e sentei do lado do VR, que me abraçou e continuou jogando.

Acabamos pedindo uma pizza e indo descansar já que amanhã vamos sair cedo pra voltar, eu ia dormir sozinha né, só pensei mesmo

- já ia dormir sem mim né? - VR entrou se jogando na cama

- você não me falou nada, idiota

- você tinha que saber, se eu dormir ontem aqui

- ontem foi ontem

- quer que eu vá embora né? - se levantou

- fica aqui comigo

- eu ia ficar de qualquer jeito, liga o ar aí quero dormir agarrado com você no frio

- odeio frio

- problema seu, liga aí

VR era insuportável, me tirava do sério em questão de segundos, não sei como vou aguentar.

- agora deita aqui comigo

- você tá muito carinhoso

- quer que eu seja grosso?

- não mesmo, fica assim mesmo - falei ficando de conchinha com ele

- você me promete uma coisa?

- depende

- não me esquecer

- que besteira, convívo com você todo dia isso é meio que impossível

- tranquilo - fechou a cara e dormiu

Ele ficou alisando meu cabelo, não sabia se tava retado de verdade, ou essa era a cara dele pra dormir.

- eu prometo que nunca vou te esquecer - falei baixinho.

Não sei se tinha escutado, sei que ele mudou de cara e parecia aliviado, acabei pegando no sono agarrada com o VR.

Não tava sentindo frio, só calor e carinho. Queria ficar pra sempre nos braços dele.

No morro da maré 2Onde histórias criam vida. Descubra agora