Capítulo 97

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VR narrando

Os tiros começaram e eu não tava conseguindo pensar, tava nervoso, primeira vez na vida que eu ficava assim. Puta que pariu!

- VR, eu tô com medo - Maju chorava do meu lado

- fica com sua mãe, vou descer com o GD

- GD sumiu com a mulher dele - Sofia chegou falando

- como assim?

- tava indo atrás de você pra dar notícias do JP, na hora tudo começou e sumiu

- eu preciso que você leve ela pra pra um lugar seguro e fiquem lá até tudo acabar, pode fazer isso?

- sim - puxou a Maju

O que eu ia fazer agora? não sabia ao certo quem tava subindo e só tinha o MT, e a Emily comigo que sabia atirar, o resto dos vapores estão espalhados.

- MT, você vai descer comigo de moto, suave?

- certo irmão

- posso ajudar também - Emily chegou com a arma

- não, fica com a Maju, tô sentindo que hoje ela vai precisar muito de você, e sei que ninguém vai chegar até vocês

- ta bom - me entregou um radinho

- se tiver em perigo, manda um sinal

- vão tomem, cuidado

Peguei a moto e eu mesmo ia pilotar, querendo ou não o MT é o melhor atirador, e sei que rapidinho vamos acabar com todo mundo.

- eu acho melhor a gente descer no beco 12 andando, vai ser mais viável

- eu vou na frente, qualquer coisa vamos pela laje

- tá suave, irmão - MT pulou da moto já se preparando

Uma das melhores coisas desse morro foi fazer amizade com o MT, virou um irmão pra mim, ele tá sempre do meu lado, e vai ser o padrinho dos meus filhos.

Quando chegamos no beco 4 corpos, depois vapores e dois de fora, descendo mais encontrei um vapor ferido, o filho da dona Ana.

- qual foi Cleiton?

- tô suave, perna quebrou na hora que fui correr - falou segurando a perna

- quem tá aqui?

- a polícia, junto com aquele cara lá

- Guilherme?

- sim, e armamento pesado, dizem que tão subindo mais no carro preto

- mais ou menos quantos?

- 6

- mentira

- bote fé - peguei o radinho dele que se comunicava com geral

"Aqui quem ta falando é o VR, quero todos os vapores em cima de qualquer laje e atirem em qualquer carro preto que subir, e tomem cuidado, estamos perdendo muitos dos nossos."

- MT, leva o Cleiton no postinho, com segurança, na moral

- e você caralho, vai ficar aí?

- relaxe, tenho um plano

- qualquer coisa me comunica

O Cleiton era do movimento, ajudava a mãe que tinha problemas de saúde, e eu sei que ele era um cara bom, tinha uma filha de 2 anos e uma esposa que tá com ele pra tudo, e sei que ele não podia ficar ali esperando tudo isso acabar ou vim outra pessoa e atirar nele.

Como não sabia o que tava acontecendo, fui andando, sei que tinha uma casa que ficava em um dos becos, com algumas armar, queria trocar pra fazer estrago na cara desse filha da puta.

Antes de tentar passar para o outro beco um filha da puta ia atirar em alguma pessoa, fui mais rápido e acabei atirando na cabeça, quando cheguei no beco era o GD.

- tá fazendo o que aqui? - perguntei pra ele que tava com um tiro no braço

- pegaram a Helen, levaram naquela casinha, eu tô sem arma e 5 caras lá

- vamos lá - peguei uma arma do cara que tava morto e entreguei pra ele

- não quero que se arrisque por causa dela

- você é meu pai, vou fazer o que for pra te ajudar - ele me abraçou

Grato por ter construído uma relação boa com o GD, infelizmente foi tarde mais, depois que essa invasão acabar e eu matar o Guilherme, foi passar um tempo no morro do dele.

- vamos nos separar, tem dois em cada lado e um na frente, quem conseguir primeiro mata o da frente, beleza? - falei

- essa arma aqui tem silenciador, pega pra você - me entregou

Atirei nos dois fácil, quando eu cheguei o 5 não tava e o GD ja tava no mesmo lugar sem entender nada

- fugiu? - perguntei

- deve tá escondido

- vou ficar aqui e você entra, pega a Helen e vamos embora

- beleza

Ele tentou abrir a porta, enquanto eu tava de olho pra ver se o outro atirador aparecia, tava um silêncio que me fazia arrepiar, e eu ja tava estranhando a demora do GD, quando eu olho pra trás vejo o corpo da Helen, ela tinha tomado um tiro na cabeça, mas antes tira ferimentos por todo o corpo, o GD tava paralisado e eu tava também

- bora, não podemos ficar aqui - tentei tirar

- eu não posso deixar ela aqui - ele falava devagarinho

- vamos achar quem fez isso - ele saiu com raiva

Saímos em direção a entrada do morro, eles devem tá se escondendo lá, eu ia descontar minha raiva com gosto.

Assim que tava descendo um carro parou, todo preto e o filha da puta saiu

- gostou do presente, VR?

- seu filha da puta - peguei a arma - e saiu um um atirador do carro

- se eu fosse você se acalmava

- o que você quer?

- agora nada, só sua morte mesmo

- acorda, tá sonhando demais

- cansei de falar com você - entrou no carro

E o tiro que era pra ser meu, o GD tomou a frente, e aquele carro sumiu e meu pai caiu no chão comigo.

- calma, vou tirar você daqui - tentei pressionar o sangue

- vitor.. ta chegando minha hora

- não tá, caralho - ele apertou minha mão

- eu vivi pra te achar e por você achei o amor da minha vida, ela morreu por um erro meu, e sei que vou ta feliz com ela, eu quero você mande no meu morro, aquilo é seu. eu te amo demais, obrigada por ter dado essa chance

- eu também te amo, pai

Ele sorriu, e apagou. A chuva caiu, fazendo com que minhas lágrimas caíssem.

No morro da maré 2Onde histórias criam vida. Descubra agora