Capítulo 82

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Maju narrando

Acordei e tava no hospital, tava fraca e não conseguia me mexer muito, passar esses 2 meses com o Guilherme foi o pesado pra mim, ele me torturou de todas as formas possíveis, chutou minha costela, me deixou sem comer, sem beber cortou meu cabelo. Só lembro do VR me ajudando e depois aqui nessa cama de novo, não aguentava mais.

Por causa da medicação acabei dormindo, quando acordei Sofia, minha mãe e minhas tias estavam na sala conversando

- vocês fofocam demais - falei devagar

- acordou a bela adormecida - Sofia chegou perto de mim

- ainda bem que você acordou, fiquei tão preocupada - minha mãe falou

- eu não queria te preocupar

- fez errado, eu sou sua mãe

- eu te amo - falei segurando a mão dela

- eu também - ela me abraçou

- menina, você tá pálida, vai tomar sol na laje com tia viu - minha tia Dáfiny chegou me fazendo rir

- só se for pra pegar uma marquinha de fita

- sempre né - riu

- ficamos preocupadas, qualquer coisa vou te ajudar - tia Alexia falou

- obrigada tia

Assim que eu ia perguntar do VR, a médica entrou na sala, tava precisando dela mesmo

- boa tarde - entrou

- eu perdi o bebê?  - todas me olharam sem entender menos a Sofia que já sabia

- não, tá tudo bem, você precisa se alimentar e beber bastante água pra esse bebezinho crescer saudável, tá bom?

- o que? eu vou ser vó? - minha mãe deu um pulo

- calma mulher, olha os pontos da cirurgia - tia Dáfiny falou

- minha mãe fez cirurgia?

- se sua irmã rasgou a perereca dela - minha mãe arregalou os olhos e rimos

- quando eu vou ser liberada?

- ainda não sei, temos que monitorar você um pouco

- certo, obrigada

- de nada - saiu

Todas começaram a pular e eu fiquei rindo com a Sofia. Elas saíram pra comer enquanto a Sofia me ajudava a comer

- cadê o VR?

- amiga, não conta pra ninguém

- como assim?

- VR depois que te ajudou foi esfaqueado, várias vezes

- como assim? ele tava bem

- não sabemos o que aconteceu, quando o Matias chegou pra buscar o Guilherme e esse tal amigo, encontrou o VR lá desacordado e com um bilhete

- ele morreu? - comecei a chorar

- não menina, ele tá aqui internado

- pegaram o desgraçado?

- não, seu pai tá muito puto por que tava escrito assim " quando eu voltar, vou matar quem você acabou de ganhar".

- ele tava falando de quem?

- não sabemos, só sei que ninguém tá saindo, não temos notícias, tá todo mundo preso real, nem a Helena viajou

- eu posso ver ?

- você não pode levantar, todo dia eu mando notícias sobre o estado dele e quanto você tiver melhor vamos lá, beleza?

- tá bom, amiga eu preciso dele vivo

- calma, não deixa escapar que eu te contei, certo?

- tá bom

A Sofia ficou a tarde toda tentando me destrair, eu fiquei fingindo que tava bem, mas minha cabeça tava só pensando no VR, eu preciso dele.

Depois de um tempo acabei dormindo por causa do remédio, e acordei com meu pai dormindo na sala, estranhei, achei que eu ia ficar sozinha. Tentei não fazer barulho mas ele acordou

- tá aprontando o que aí? - falou me encarando

- tá fazendo o que aqui? não era pra tá na boca?

- eu sempre durmo aqui com você, desde no dia que você entrou

- eu tava desacordada por algumas horas

- uma semana

- mentira

- como você tá se sentindo?

- eu tô bem

- e meu neto?

- mamãe contou, né?

- fofoqueira sempre - rimos

- eu acho que é uma menina - falei colocando a mão

- é um menino - deu um sorriso

- pai, fala a verdade, o VR vai acordar?

- não sabemos, filha. o caso dele foi muito sério, não se preocupe

- como não me preocupar? é o pai do meu filho

- vamos lá fazer uma visitinha

- não posso sair - falei olhando os fios

- seu pai pode tudo - começou a colocar as coisas com cuidado, me colocou em uma cadeira de rodas e me levou até o VR

Assim que eu cheguei a sala gelada me fez arrepiar. O VR tava ali parado, com vários fios, olhando ele naquele estado só me fez pensar em todas brigas bobas que a gente teve, os momentos bons e nosso filho que tá chegando, eu sei que ele vai acordar, eu não sei quando, só espero que isso aconteça logo. Segurei nas mãos dele e chorei tudo que eu podia, meu pai me abraçou e ficamos ali calados só escutando o barulho da máquina.

No morro da maré 2Onde histórias criam vida. Descubra agora